Propósito de moleque doentio
Era um menino franzino e doentio, Não tinha, portanto, o pique dos companheiros, não conseguia se sair bem nas aventuras, travessuras e folguedos próprio da idade como seus amigos, todos na faixa de oito a dez anos. Tinha consciência da sua fragilidade mas era teimoso. E sofria demais quando um deles o advertia: - Não, nessa brincadeira você não pode tomar parte é perigoso e você é muito fraco. Isso ocorria nos banhos no barreiro, não podia ir pra parte mais funda, também não podia "morcegar" o trem e nem enfrentar a tropa de moleques da outra rua, e nas peladas de bola de borracha ficava sempre na reserva. Mas sempre insistiu, ia na parte funda do barreiro, morcegava o trem, apanhava dos moleques da outra tropa, e de vez em quando dava seus chutes fraquinhos nas peladas, mas sempre com um esforço descomunal e correndo risco. Mesmo não se saindo bem a simples tentativa deixava-o feliz. Mas havia uma façanha que por mais esforço que fizesse não conseguia, subir numa árvore alta que havia na rua que morava. Os outros sempre subiam e cada um amarrava num galho alto um lenço ou pano branco com seu nome escrito. O seu melhor amigo, vendo que ele não conseguia ofereceu-se para colocar o pano com o nome dele no galho mais alto da árvore. Encarou aquilo como uma humilhação. Tinha que subir na árvores.
Uma noite, quando todos ja haviam ido para casa, foi sozinho tentar subir na árvore. Tentou uma, duas, três, ene vezes. Sempre caía e tentava de novo. Mas persistiu, mesmo ferindo as mãos. Persistiu tanto que conseguiu e chorou de alegria. Num galho alto colocou o pano com seu nome e uma flâmula do seu Sport. Desceu exausto e com as mãos esfoladas, mas tremendamente feliz. No outro dia quando os amigos subiram na árvore e viram o trapo de pano com o nome dele e a flâmula do Sport ficaram admirados e passaram a respeitá-lo muito mais. Fooi o seu prêmio. Tornou-se um igual, mesmo doentio. Inté.