Por do sol em Ponta Negra, Manaus. Imagem do google.

Encontro no por do sol em Ponta Negra - Manaus.

Albuquerque, filósofo e exímio contador das histórias da floresta, estava próximo  ao  rio,  contemplando  o por  do sol  que dourava o céu no entardecer de Ponta Negra, Manaus,  buscando inspiração para seus talentosos contos e prosas, quando, de repente,  passa  Souza  praticando sua costumeira caminhada e os dois começam uma agradável conversa.  Souza, diz para Albuquerque: 

-"Faço isso de segunda a sexta e sempre escolho locais diferentes desde que sejam aprazíveis para o exercíco e também para meditação, uma forma de unir o útil ao agradável, e aqui tem vários, o calçadão da praia da Ponta Negra, a ponte que atravassa o Rio Negro, o parque do Mindu e outros. São locais lindos e às cinco da tarde, nossa! É maravilhoso". 
No que Albuquerque respondeu: 

-Pois é, camarada, temos o privilégio de morar numa cidade com tantas riquezas naturais... "Viajando por essa fascinante Amazônia, não me canso de admirar a inigualável beleza de suas florestas, rios, igarapés, igapós, corredeiras, cachoeiras, suas lendas e seu misterioso povo indígena riquíssimo em cultura milenar."


  Ponte sobre o Rio Negro. Imagem do google.

Nesse instante, eis que surge  Silva, um pernambucano arretado, que está desencantado com os acontecimentos em Brasília. Ele estava por ali a conhecer a cidade. Albuquerque o cumprimentou e perguntou como andam as coisas, ele então foi logo respondendo em tom de decepção:

-"Por algum tempo entramos naquela febre de acreditar que essa "Reforma da Previdência", em discussão na Câmara Federal, seria mesmo a salvação do país, capaz de resolver todo e qualquer problema  por que atravessamos, notada e especialmente na economia, cuja crise já está se tornando insuportável à vida dos brasileiros".

E para aliviar esse momento meio frustrante,  nada melhor do que a chegada de Torres com sua prosa hilária; Souza lhe pergunta como vai a família e  ele, com humor, responde:

-"não quero me gabar não, mas a minha mãe tem noventa e oito  anos  e ainda consegue parar um carro apenas com u'a mão". 
Silva ficou intrigado e fez cara de quem não acreditou, então Torres continuou: 
-"Ela fica parada na calçada, quando vem um taxi, ela levanta u'a mão e o taxi para. É forte ou não é?" 

Todos sorriem quando, de longe, avistam Augusta Caliari, que ao se aproximar, todos mostram satisfação de poder cumprimentar pessoalmente a poetisa mais carinhosa do Recanto das Letras.   Albuquerque pergunta se ela está de visita às terras da floresta e ela responde que sim, e maravilhada, diz: 

-"Aquele mato verde é muito mais bonito que aquela rua que divide a cidade".  E  pra mim é uma enorme satisfação poder conhecer, pessoalmente, esses lindos meninos poetas especiais do meu coração. 

Em seguida, outra grande  surpresa, avistam o romântico e sonhador poeta do além mar! Todos,  embasbacados com a visita daquele  poeta de outro continente nas terras do Amazonas,  dizem em coro: você por aqui, Estêvão?! E ele, de mãos dadas com sua amada, diz estar  ali conhecendo um lugar extraordinário e que não é à toa que Albuquerque tanto o enaltece. E disse mais:

-Estava agora com minha amada, apreciando "aquela lua enorme que nos esmagava com o seu impactante aspecto... Partilhamos essa maravilhosa sensação de recebermos de Deus toda a benesse que nos é permitida, a Natureza em todo seu esplendor". 

E, se despedindo do pessoal,  foi em direção ao Parque do Mindu com a sua querida. 

Parque Municipal do Mindu, em Manaus. Imagem do google.

Acho mesmo que esses encontros foram planejados pelo divino, pois,  encontraram também com  a piauiense de Cocal que tanto brilha na literatura; ao vê-la, Souza fez a maior festa, perguntando se estava ali a passeio, o que ela respondeu que sim, que estava indo  conhecer a catedral metropolitana de Manaus, a primeira grande obra arquitetônica erguida na cidade. E disse ainda: 

-Conhecerei a Catedral e,"após,  comungo a hóstia consagrada, comprovo a bênção com unção crismal;... Reborando a fé, em minha jornada"
E foi-se feliz, apreciando o caminho até à igreja.

Catedral Metropolitana de Manaus. Imagem do google. 

Até  Olavo nesse dia resolveu chegar pelas bandas do norte, e ao encontrar-se com os demais, foi logo dizendo:

- "Estou entrando na onda" desse encontro poético. 

Enquanto eles confabulavam, a poetisa Verdannis surge fazendo alusão às terras do Rio Negro. Albuquerque todo prosa deseja-lhe  boas vindas à sua terra querida. Ela, de pronto, oferta um poema para aquelas terras exaltar: 

-"Aves no céu em belo levitar - A liberdade em trinados - Sem destino certo  Sem dia, mas em sintonia." 

Nesse encontro, que já virou uma festa,  chega o Mestre Jacó Filho, que não resistiu ao ler tantas maravilhas desse lugar, contadas por Albuquerque, que resolveu fazer uma visita à Manaus... E de tão encantado que ficou com o que  viu,  se inspirou e declamou um poema em homenagem às terras das florestas:

-"Se humanos fizessem como as abelhas,
Que usam as flores, mas as inseminam.
Ajudariam preservar ecos que ensinam
Cantarmos a origem da nossa centelha".


E o veterano poeta Leal, também atraído pelos contos de Albuquerque, chega à terra encantada e, comovido pelo surpreendente encontro com o pessoal do Recanto, brinda-os com um lindo verso : 

-"Que o Grande Arquiteto do Universo
Ilumine os artistas do recanto,
Para brilharem na prosa ou no verso."


A talentosa poetisa LúciaArmenio, acompanhada do amado esposo, o poeta Leal, após cumprimentar o pessoal, homenageou a floresta com uma apropriada poesia:

-" Quando cheguei à floresta,
Ah! Foi uma festa!
A brisa fresca me envolveu
e meus cabelos revolveu!
...  Sorvi só cheiro de jasmim.

Ao percorrer a mata, 
havia dos pássaros a cantata.
O sol brilhva, 
todas as folhas iluminava!
... É bom viver assim.

Não conseguia partir,
Não sabia como ir!
Aproximei-me do lago
e recebi tanto afago.
... A natureza zela por mim.


E, após declamar, foram os dois conhecer o Teatro Amazonas, um dos mais importantes teatros do país.

Teatro Amazonas. Foto do google.

Geraldinho do engenho ficou pasmado, sem acreditar que estava vendo tantos recantistas reunidos; após cumprimentar os colegas,  disse que estava a admirar o por do sol e em retribuição ao lindo presente a ele ofertado pela mãe natureza, também declamou um lindo verso:

-"Quando cai a tarde o sol se vai e tudo se cala so a natureza fala... Rompe as distâncias nas asas da brisa pelo outeiro e montes Com sua magia a lua aparece,  tornando a noite encantada e bela."

Joselita também apareceu por lá e, encontrando com Albuquerque, foi logo dizendo que já havia entrado no Rio Negro e brincado com o boto cor de rosa, o que a fez se sentir outra vez como criança; que também já havia dançado com os índios da tribo Dessana e até se enroscado com uma cobra jibóia, mas que agora  gostaria de conhecer o mercado público, para comprar ervas e lembranças para dar aos amigos quando chegar  a Recife, prontamente Albuquerque mostrou-lhe o caminho.

Joselita no Mercado Público de Manaus.


Joselita entre os Índios da Tribo Dessana. Manaus.

E foi assim que tudo aconteceu na minha imaginação.
O que seria muito agradável se pudesse se tornar realidade um encontro desses, com o pessoal, em algum ponto do país... Salvador, Maceió, Recife... Alguma cidade que não fique nos extremos do país, pra poder ficar viável pra todos. E sendo em Recife eu seria, com muito prazer,  a anfitriã a recebê-los em minha cidade.
 
Joselita Alves Lins
Enviado por Joselita Alves Lins em 30/05/2019
Reeditado em 02/06/2019
Código do texto: T6660775
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