Paraiso

Ali naquele recanto não era a religião que os tiraria do inferno,

era algo mais muito maior, sim só o amor pelo semelhante

que teria como fazer que fosse realmente um paraíso...

Aqueles que acompanharam o primeiro texto do paraíso, viram que Josef completamente viciado do cigarro a bebida e o pó, estava na rua da amargura, numa noite drástica, ele viu o quanto estava desamparado, junto com três mendigos, todos na mesma amargura que ele, jamais imaginavam existir o paraíso, um lugar aqui mesmo neste nosso mundo tão problemático.

Até aí tudo bem?

Viram que eles foram levados por um estranho que dizia leva-los para um lugar melhor. Os quatros foram para um refúgio, onde a finalidade é de ajudar esses seres que tiveram a infelicidade de serem acorrentados pelos tentáculos destes vícios aterradores. Perceberam vislumbrados o local, refúgio espetacular, um sítio retirado da cidade, ali a natureza impera, o pomar, o verde deslumbrante, acompanhado das águas límpidas formando mini lagoas.

Josef repetia:

--- O Paraíso realmente existe, meus amigos (parecia que ele queria inculcar nos três amigos que vieram com ele para ficar naquele lugar maravilhoso) agora sim acredito na felicidade!

A alegria se estendia consequentemente do intenso amor daqueles que trabalhavam ali, irradiava-se nos internos que estavam sendo limpos tanto no corpo, mente e espírito. Todos livres, aliás ali parecia não haver ordens severas, apenas disciplinas naturais, alimentações na hora certa e adequada, as aulas bíblicas, cada uma delas fazendo enaltecer o espírito de cada um. (ali diversos líderes evangélicos procuravam dar sua contribuição. Podemos concluir que muitos destes refúgios ou clínicas podendo ser dos evangélicos, católicos ou até mesmo outras formas neutras de lidar com as pessoas tem feito maravilhas a esses seres humanos que desvincularam do viver normal) estas mãos estendidas são as ajudas incontestáveis que o ser humano pode fazer ao próprio ser humano.

Os vícios principalmente os vícios das drogas, martirizam cada ser que se entrega às suas garras. Infelicitam indevidamente as pessoas que os veem sofrer sem poder sair por si sós. Um exemplo clássico são os sofrimentos das mães quando convivem com os filhos que estão entregues ao vício maldito.

Ali naquele recanto de recuperação cercado de verde para todos os lados, Josef contemplava de sua janela aquela imensidão de belezas. No segundo dia de internação as drogas, todas elas pareciam não atormentá-lo. Nem a medicação era necessária, a liberdade definitivamente total, as tarefas relativas a cada possibilidade dos internos naquele lugar de extenso verde.

Os três amigos que foram internados com ele começaram a atormentá-lo:

--- Josef, de fato é muito bom aqui, mas a necessidade de pelo menos usá-las (as drogas) está acabando com a gente!

--- Mas o que é isso, amigos? Se conseguirem vencer estes tormentos suas famílias terão orgulho de vocês! Lutem pelo menos por eles!!!

Sem que Josef desse conta, no terceiro dia “os amigos” inseparáveis puseram o pé na estrada, deixaram para trás aquele paraíso existente.

E agora! Ele tinha a sensação de estar só, embora havia desde o primeiro dia uma interação com os outros internos. Suas mãos trêmulas, seu cérebro formulava uma grande tragada no cigarro acompanhado com as bebidas alcoólicas, não bastando isso a visão da terrível vilã que só poderia ser as drogas começavam a coloca-lo no inferno novamente.

Não teve jeito, a noite foi cheia de pesadelos, as orientações dos líderes experientes, as solidariedades dos novos amigos não conseguiam tranquiliza-lo, havia momentos que aqueles vícios infernais iriam vencer a nova vida angelical que o colocaria realmente nos céus.

Na manhãzinha o denso nevoeiro cobria tudo aquela pastagem do grande abrigo, os verdes deslumbrantes pareciam estar escondidos naquela fumaça branca, era assim que a mente de Josef estava. Não teve jeito o mal começava com seus tentáculos a noção de paraíso e ele pôs o pé na estrada novamente abandonando tudo...

REALIDADE PURA E NUA DESTA VIDA. MAS HAVERIA DE TER UM CONTINUAR, QUEM SABE...