Aroma de caráter
Em um reino cujo o Rei era um homem integro e de bom coração que governava com equidade e sabedoria, o monarca já de idade avançada, viúvo e nunca tivera filhos, pois era estéreo. No castelo havia muitos serviçais, entre eles, um fabricante de móveis, este era muito estimado pelos lordes e pelo próprio rei e tinha ele duas filhas gêmeas fisicamente idênticas que chamavam atenção por serem magnificamente belas. No entanto, ambas eram de personalidades distintas.
Uma amava e namorava um jovem plebeu que cultiva terras de terceiros para sobreviver, porém, muito bonito, honrado e respeitado por todos os agricultores na localidade onde vivia. A Jovem não ligava para a condição financeira do seu namorado, pois sonhava ela em acumular algumas moedas de prata ou até mesmo de ouro no cultivo de ervas aromática, ofício aprendido com sua mãe, cuja o ofício era jardineira, e com as ervas aromáticas que cultivava, fazia chás saborosíssimos, cheirosíssimos e inigualáveis. Suas habilidades lhes renderam o cargo de fazedora de chá no palácio real, funções de grande prestigio e invejado por muito no reino. O próprio rei amava beber seus chás de todas as tardes sendo servido pela bela donzela e elogiava-a constantemente, dizendo lhe:
- O aroma dos seus chás é o reflexo do seu caráter e o sabor da sua doce personalidade.
Enquanto degustava o doce sabor dos chás, contava-lhe os grandes feitos históricos, aventuras e perigos que vivera em seus longos dia até ali, e como fora feliz ao lada da sua saudosa rainha, mesmo sem nunca ter tido o prazer de realizar o sonho dela e dele de gerarem um herdeiro.
A outra filha do fazedor de móveis, gostava de tirar vantagens da sua beleza, vivia ganhando presentes dos cavaleiros, lordes e guerreiros, com quem sempre viajava e não se incomodava com o fato de ir para cama com eles em troca de moedas e mimos. Para manter o status de donzela, ela fazia abortos sempre que engravidava e usava para isso as escondidas, as próprias ervas que sua irmã cultivava. Não se misturava com os homens do baixo clero, ainda criticava a irmã por ser virgem e namorar um plebeu:
-Você vai morrer pobre sem nada, sua tola.
A moça não ligava para o que dizia a irmã, a sua maior preocupação era o seu pai, pois ele sofria muito com as atitudes banais e repugnantes da filha gananciosa.
A jardineira sempre bem centrado, habilidosa e amável, fazia seu velho pai, fabricante de móveis, esquecer as decepções sofridas pelos comentários que circulavam no reino sobre sua inconsequente filha.
O velho admirava a filha jardineira e gostava do rapaz que ela escolheu para amar.
- É pobre, mas é trabalhador, dizia o pai.
Em um despretensioso dia de sol, quando o crepúsculo da tarde se aproximava, no horário que a jovem sempre cuidava de suas ervas, “ como borboleta ao redor de uma flor”, assim ela regava seu jardim. Inesperadamente ela foi surpreendida pelo jovem lavrador, que trazia consigo um reluzente anel, simples, mas muito bonito, ali mesmo debaixo da claridade dos raios brilhantes do pô do sol, sentados entre as mais lindas e perfumadas ervas que ele pois o anel no dedo da moça e olhando o brilho de suas lindas retinas azuis pediu á em noivado, imediata ela o beijou, responde com o mais puro e sincero amor:
- Sim, Sim. Sim.
Tomados de alegria entrelaçaram suas vidas para sempre, fizeram amor pela primeira vez, o fizeram como quem já sabia, “feliz é, quem do amor melhor aproveitar o presente dia! ”.
Na volta para casa o tempo mudou, a noite chegará e com ela uma forte tempestade, o jovem montou em seu cavalo e partiu para seu rincão, corria contra o vento e a chuva, ainda no meio da floresta, quando de uma nuvem negra ele viu um raio surgir e atingir uma árvore, grande e velha; não lhe sobrou tempo para esquivar-se, a arvore não resistiu ao impacto do raio, caiu sobre o a rapaz e seu cavalo os matando imediatamente.
A dor e a tristeza tomaram o coração da moça que ficou muito abalada quando soube da fatalidade, chorava copiosamente e sempre, todos ficaram abatidos por ver a moça em tal estado e por saberem do triste fato, até o rei tentava em vão consolá-la dizendo:
- Você é linda e jovem, logo alguém ganhará seu coração:
- Meu coração morreu com meu agricultor. Respondeu ela.
Os dias foram passando e tudo no corpo da moça começou a mudar, sofria repentinamente e sem explicação tonturas, enjoos e desejos estranhos, sua irmã logo deduziu dizendo:
- Você está gravida, agora você está acabada, quem vai querer uma mãe solteira? Você vai morrer de trabalhar para criar seu filho bastardo.
O que a infeliz gananciosa não imaginava e que sua sorte era terrivelmente triste, pois em uma das suas viagens foi contaminada com a poderosa bactéria da tuberculose por um lorde aquém ela acompanhava.
O tempo passou. a criança nasceu, um menino forte, saudável e bonito, sempre que entrava no palácio ele aproveitava, corria livremente pelos corredores enquanto sua mãe preparava o chá para o rei. Por sua vez, o rei adorava a criança e com ela brincava, lhe colocava no colo, lhe fazia cafuné, “o menino ganhou o coração do rei”.
Já bem debilitado o rei não tinha dúvida, morreria em pouco tempo, então chamou o clero e decidiu, editar e sancionar uma lei.
- O reino deverá ser governado por uma junta formada por membros da corte até o menino, neto do fazedor de móveis e filho da jovem cultivadora de ervas atingir a idade adulta, pois a partir de agora ele é o único herdeiro do trono e será preparado pelos melhores mestres do reino para então governar, sua mãe receberá também, a honra e status de uma rainha.
No dia seguinte ainda tomada de alegria, surpreendentemente a jovem chorou mais vez, sua irmã e o rei morrem como quisera o destino, ambos no mesmo dia.