O Festim dos Goblins - Parte III - Incidente em Cortton

Depois de nos guiar até Cortton, William sentou-se em um banco para recuperar suas forças.

Vareen, Caleb, Nikolai e eu resolvemos andar por Cortton e vimos com nossos próprios olhos a estabilidade do pequeno vilarejo com a guerra praticamente batendo na porta.

Ainda era dia claro e encontramos um soldado de Mordent que nos disse que o exército da Barovia estava a caminho e que os comandantes aceitaram uma trégua temporária para aliviar a situação em Kartakass sem interferir na guerra entre Baróvia e Gundarak.

A taberna estava fechada com a frustração evidente em todos nós e com a barriga roncando.

William juntou-se a nós pouco depois e encontramos na parte central da cidade outra figura vestida em roupas militares e tinha uma aparência bastante desagradável em minha opinião.

Se identificou como o capitão Mihai e nos saudou de uma forma muito fria. Mesmo com nossa missão sendo diplomática, a situação estava indo a um impasse.

William tentou convencer o capitão a levantar o cerco de Zaidenburg para que Caleb pudesse cumprir sua missão de salvar seus irmãos de fé de uma morte certa.

No entanto, Mihai recusou obstinadamente o pedido de William para raiva de Caleb que teve que ser segurado por nós para não surrá-lo ali mesmo.

Depois de Mihai partir e de William separar-se de nós para voltar a uma pousada próxima, continuamos a andar pela parte central de Cortton e encontramos alguns soldados gundarakitas que seguiam seu comandante em passo de ganso e Nikolai, com sua bela “finesse”, chegou perto do comandante e usou mais uma vez seu olho vermelho para faze-lo abrir logo o jogo.

Acabamos descobrindo que os gundarakitas estavam na cidade atrás de um artefato chamado Coroa das Almas.

Falou ainda que eles receberam ordens de um certo Doutor Domiani que estava atrás desse artefato feito louco e disse também que aquele que o obter será capaz de dominar o mundo usando-o para transformar homens pacatos em goblins assassinos.

E falou que Radaga estava também atrás da coroa para tornar-se invencível.

E dominando tudo ao redor e começando um verdadeiro festim dos goblins que se espalharia por todos os reinos causando mortes, destruição e mais caos.

* * *

Como se já não bastasse essa guerra totalmente insana o suficiente para criar a instabilidade perfeita para a necromante executar seus planos, agora temos outro ingrediente explosivo pra colocar nesse barril de pólvora.

A Coroa das Almas.

De acordo com minhas experiências em espionagem, se eu fosse Radaga colocaria espiões por toda parte para nos seguir até o inferno se fosse preciso.

E Radaga tinha material de sobra para isso.

Enquanto estávamos investigando, surgiu um bardo chato na nossa frente que insistia em cantar bobagens como “seu fim está próximo”.

Bastou uma ameaça de Nikolai para o bardo sair correndo rapidinho.

Vareen parou e se concentrou para tentar detectar magia necromântica e a encontrou ao redor da cidade.

Havia um guarda nas proximidades da praça e fui falar com ele em busca de mais informações, mas parecia indiferente a minha conversa e mostrou sinais de apatia profunda.

Vareen pediu ao comandante ainda hipnotizado pelo poder de Nikolai mandar uma mensagem a William a respeito dos espiões.

Nesse momento, Caleb, Nikolai e eu vimos uma movimentação suspeita próximo a taberna do Carvalho Negro.

Eram guardas gundarakitas.

Estavam nos seguindo.

E fazendo seu papel de espiões de Radaga.

* * *

Depois de enganarmos os espiões, nos encontramos com o prefeito de Cortton que contou algumas histórias sobre a Coroa das Almas dizendo também que estava satisfeito com os gundarakitas que o respeitavam apesar de tudo.

Falou um pouco mais a respeito de Tristen App Blanc e de Forlorn, lugar de péssimas lembranças para nós e também sobre as catacumbas de Kartakass, onde dizem os relatos que foi a morada de Radaga por muito tempo.

O prefeito estava cantarolando uma música para nos acalmar quando presenciamos uma cena de arrepiar.

Um dos guardas do prefeito sumiu misteriosamente e reapareceu pouco depois com o mesmo semblante apático.

Vareen não perdeu tempo e usou sua magia para detectar que o soldado estava sendo manipulado de uma energia vinda de fora da cidade.

Mas o uso desse poder foi demais para Vareen que desmaiou de exaustão.

Numa árvore próxima, havia um corvo nos espionando.

Provavelmente um bichinho de estimação de Radaga.

Nem pensei duas vezes. Saquei minha pistola e atirei no corvo.

E abri um sorriso quando vi o corvo ser estraçalhado pelo meu tiro.

Assim que levamos Vareen para um lugar seguro a fim de recuperar suas energias, várias pessoas desesperadas saiam da cidade correndo rumo ao sul com os pertences que poderiam levar.

Seria Radaga invadindo a cidade em busca da Coroa das Almas?

No entanto, outras pessoas haviam retornado misteriosamente.

Eram aqueles guardas que tínhamos ludibriado anteriormente.

E estavam prontos pra nos atacar.

* * *

A nossa sorte foi que Caleb já havia concatenado um plano para deter pelo menos um dos guardas e fazê-lo de refém.

Nikolai e eu já estávamos prontos para o combate quando o paladino usou sua arma mais prosaica.

O trança pé.

Com ele, Caleb derrubou um dos guardas que ao tocar o chão, inchou até explodir derrubando todos os outros com a força da explosão e fazendo-os explodir.

Uma cena que nos deixou de olhos arregalados.

Vareen havia se recuperado totalmente e logo relatamos tudo a William que ficou preocupado com a situação toda recebendo ainda a confirmação de Vareen que a magia era baroviana.

Antes desse relato, presenciei uma cena preocupante: William sentiu-se mal e teve que ser amparado por Nikolai para não cair de novo.

Ainda assim, teve forças para tomar uma poção e se curar por completo. Disse a mim que sonhou comigo sendo cercado por guerreiros esqueleto e a beira da morte.

Logicamente fiquei perturbado com isso e Nikolai acalmou-me dizendo que era apenas um sonho bobo.

Agora sabíamos para onde ir.

Tínhamos que atravessar as catacumbas de Kartakass o mais rápido possível, achar a Coroa das Almas antes de Radaga e destruí-la em uma corrida contra o tempo.

E impedir que a necromante continue usando a marca no sul de Kartakass para trazer pavorosas criaturas e dominar toda a parte sul usando seu poderoso exército que aumentava a cada soldado baroviano ou gundarakita morto em combate ou a cada pessoa inocente de qualquer nacionalidade com o azar de morrer nas mãos deste exército.

Era difícil, é verdade.

Mas pelo bem de todos nós, era hora de arriscar tudo.

MarioGayer
Enviado por MarioGayer em 15/02/2019
Código do texto: T6575785
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