A Cabana da IBìS
O dia despontava rasgando raios de luz entre as árvores da floresta, e Rodolfo resolve descrever a sua aventura.
Lancei-me a caminho saindo da tenda, respirei fundo para poder absorver a ar puro da montanha.
Melhor mesmo é adentrar-me a selva e proteger-me nas sombras das árvores frondosas que se apresentam à frente.
Trajando bermuda de brim verde, tênis, uma camisa camuflada de mangas longas e boné, pego a sacola com a máquina fotográfica e sigo o caminho em direção a mata... O meu objetivo era fotografar pássaros e
alguns antílopes. A maioria das aves estão em período fértil ouço o gorjeados de variadas espécies. Continuei a caminhar seguindo a trilha que o mapa indicava, sabendo que mais algum tempo eu chegaria ao centro da floresta onde poderia encontrar a Íbis Sagrada, pássaro enorme de cor metálica que faz um movimento sacudindo a cabeça para jogar água no próprio copo, refrescando-se do calor.
Enquanto caminhava pensava no sonho que tive durante a noite.
Apesar de confuso não esqueço o corpo escultural de uma mulher que parecia esconder-se por entre as árvores, e quando eu chegava perto tentando toca-la, fugia e logo depois me esperava languidamente encostada numa árvore próxima... Como era linda! Deus quem é ela?
Será que existe?
Ou é somente um sonho, daquele que não sai dá nossa cabeça
Completamente isolada do mundo próximo dali está Helena na sua cabana de veraneio, tentando terminar de pintar algumas telas começadas no verão passado.
O cheiro de relva lhe invade as narinas, abre os olhos, se estica toda preguiçosamente ...Um raio de luz invade seu quarto...
Todo o verão seu paraíso resume ali naquela linda cabana, no meio da selva entre montanhas rios e o cheiro verde.
Ouve vindo da mata próxima o barulho do craquelado​ dos galhos seco se quebrando ao pisado de pequenos animais, os variados sons de pássaros cantando nas árvores próximas a faz lembrar que é tempo de acasalamento das aves, por isso fazem tanta algazarra.
O raio de sol que entra pela janela faz voar seus pensamentos… Pensa em levantar-se preparar um café… antes começa a relembrar um sonho que tivera a alguns dias...
Tranquilidade, silêncio é o que existem ali... Ainda sonolenta conclui que estar naquele lugar a tantos dias a deixou um pouco entediada, e talvez este fato tenha trazido aquele sonho...Uma sensação gostosa vai invadindo seu corpo enquanto revive o sonho.
Vai aquele lugar sempre no verão para pintar algumas telas em óleo, aproveita para arejar os pensamentos e livrar-se do stress que a correria da cidade provoca.
Apesar do tédio sente
vontade de ser amada e tocada... a falta de carícias fez com que tivesse este sonho tão erótico... A presença dele era forte, os seus cabelos dourados pelo sol e a sua pele bronzeada, os seus olhos penetrantes que provocava-lhe arrepios...o seu toque era sedoso e o seu corpo forte e viril empurrava-a contra o tronco de uma árvore na beira do riacho, o seu beijo era quente e fogoso sugava-lhe até o raciocínio. Não conseguia pensar... apenas se entregava aquelas carícias enquanto se perguntava de onde viera aquele homem?
As lembranças do sonho aqueceu o seu corpo precisa refrescar-se com urgência!
Completa a xícara de café e segue o caminho que leva até o riacho, andando devagar relembrando aquele sonho que pareceu tão real... Uma sensação deliciosa invade aos poucos todos os seus pensamentos, mas é arrancada subitamente daquele mundo de fantasia, quando um pequeno barulho nas folhas chama sua atenção, tem a nítida sensação de estar sendo observada.
Olha para todos os lados e conclui ser apenas a sua imaginação fértil.
Naquele lugar nunca vem ninguém, apenas alguns caçadores, e muito raramente ouve o barulho ao longe de cães latindo, mas nunca se aproximaram o suficiente.
O cheiro de flores-do-campo e um perfume diferente invade as suas narinas, fica parada tentando descobrir de onde vem aquele cheiro que sente cada vez mais forte, parece ser algum perfume masculino.
Novamente descarta a possibilidade... Pensa que poderia não ser só a sua imaginação fértil!
Ao longo do caminho, Rodolfo consegue fotografar algumas espécies interessantes. As vezes parece ter alucinações a lente pareceu focar um corpo de mulher! Ele então começa a pensar...seria a ausência de uma presença feminina na sua vida que se prolongou mais que ele esperava? Seria a vontade de voltar a amar, de encontar uma parceira fogosa e ama-la ali mesmo nas sombras daquelas árvores... envolve-la pela cintura e ficarem ali na frescura daquele lugar a observarem aqueles pássaros sentindo o cheiro de tudo aquilo que os envolvia... Foi avançando e o calor começou ficar cada vez mais intenso… o suor molhava-lhe a camisa. Tinha de concentrar-se esperando a melhor momento para a foto.
Cerca das dez horas da manhã, percebeu ao longe o som de água parecendo ser de uma pequena cascata, a sua vontade foi correr para ela livrar-se das roupas dar um bom mergulho, mas sabia que perderia o objetivo de fotografar a ÍBIS, então prosseguiu caminhando normalmente foi a adentrando por entre as árvores buscando um bom esconderijo que desse o melhor ângulo para a possível foto.Mas alguma coisa lhe chama a atenção!
Helena Chega ao riacho olha em volta... Sente algo inexplicável mas não recua. Um pensamento vem à sua mente, como seria se descobrisse alguém ali escondido atrás das árvores a espreitar-lhe? Um sorriso escapa-lhe… Fala em voz alta respondendo aqueles pensamentos, sossega mulher que imaginação fértil é esta? Conclui que depois de tanto tempo só deve mesmo é estar muito carente! Tira a única peça de roupa que resta e coloca sobre uma pedra, entra na água vagarosamente… Sente refrescar o seu corpo a medida em que a profundidade aumenta.
A água é muito fresca e um delicioso aroma de mato verde e flores faz parte daquele lugar encantador. Mergulha até o fundo, o seu corpo nu é com certeza a visão mais desejada que um homem poderia ter naquele lugar paradisíaco. Os contornos bem definidos e desejáveis a pele clara e delicada cabelos longos de tom caramelo com alguns reflexos dourados o seio empinado e pequeno, mas suficiente para encher os olhos desejosos de qualquer homem… ficou submersa por alguns instantes mas logo começou a falta-lhe o fôlego, sobe lentamente e quando vai emergindo vê uma sombra que corre rapidamente. Levanta e olha para a direção onde viu o vulto, não vê nada apenas tem a nítida certeza de não estar mais só.
Um pouco assusta e pensa em sair da água mas percebe que as suas roupas não estão mais onde as deixou.
Chama por ele, pede que devolva-lhe as roupas para assim sair da água.
Sem sucesso, apenas o silêncio em resposta então argumenta... Estou com muito frio!
No instante seguinte ele surge atrás de um arbusto, muito desconfiado vai saindo lentamente enquanto Helena fica atônita quando olhando para ele, é como se um choque elétrico percorresse o seu corpo rapidamente, estava ali parado na sua frente o homem com quem teria estado a noite toda!
Era ele, o homem do sonho! Com olhar indagador tenta cobrir o seu corpo com as mãos sem sucesso consegue apenas cobrir os seios, enquanto ele se aproxima com parte das suas roupas em uma das mãos. Helena não consegue tirar os olhos dele, fica ali abaixada na água tentando proteger-se do olhar curioso e desejoso dele. Mas a limpidez da água revela o seu corpo, ela vê nos olhos dele fagulhas de curiosidade e desejo, percebe quando ele tenta desviar o olhar mas também não consegue.
Parecem estar ambos hipnotizados...
Ele avança por entre as águas, e quando percebeu já estava diante daquela mulher! Parecia não acreditar no que via ! Lá estava ela diante dele, poderia toca-la... O seu sonho de amor, o vulto na mata, ainda sem acreditar em tudo, estende-lhe a mão e ela pega... é puxada com força para seu peito... Ambos estão totalmente envolvidos, não se perde um olhar, nem um toque, suas respirações ficam ofegantes e misturam com o barulho da água caindo logo a baixo na cascata.
Hipnotizados naquele momento seus lábios se abrem e o beijo acontece com paixão e volúpia.
O que aconteceu a seguir foi como um sonho para jamais ser esquecido.
Se amaram como nunca...
Ali tudo remete ao amor,a paixão, a volúpia...
Depois de algumas horas de muito amor, ambos cansados e relaxados resolvem ir para a cabana de Helena.
Depois de viverem muitos momentos de amor e diversão, falam sobre o que os espera na cidade, planejam o próximo verão ali mesmo naquela cabana quê foi batizada com o nome CABANA da ÍBIS.
A única certeza que ambos têm, é nunca mais ficarão um segundo longe do outro!