"DESEJO 04"
Atendendo o pedido de alguns amigos reabri os comentários. mas tenho de pedir desculpas pois não poderei estar comentando ainda os amigos que tanto gosto de ler espero que as coisas se acertem e aí sim retorno normalmente. uma abraço galerinha do bem querer.
RECUERDO
João aprendera a fazer sexo com as negras da fazenda em que vivera, e quando se juntou com Maróca vadiavam sem nenhum escrúpulo e faziam as gostosuras mais depravadas sem se sentirem culpados, as italianas eram conhecidos como grandes amantes e tinham a mesma escola de sexo que espanhóis franceses e gregos, por isto quando ela se despiu para ele e viu que João não deixou de lhe fazer as preliminares mais ousadas, ela também, apesar de não esperar dele este comportamento, correspondeu e entre caricias e beijos apaixonados foram se entregando ao prazer onde ambos davam tanto quanto recebiam cada um querendo que o outro fosse mais feliz.
"DESEJO 04"
Apaixonaram-se e o amor veio com toda força da sua juventude na espera pelo momento certo. Às vezes paravam durante o dia para vadiarem um pouco e à noite, cobertos com folhas de palmeiras abundantes nos caminhos ou às vezes folha de bananeira, antes de dormirem se entregavam ao sexo selvagem sem medo e sem culpa. Deixavam uma fogueira acesa, pois, sempre avistavam onças, mas havia tanta caça que elas desprezavam a carne do homem. Uma tarde sob uma árvore copada na beira do rio, eles se amaram com a mesma vontade de sempre, Yasaní estava mais tranquila, no inicio tivera medo de engravidar e isto atrapalharia seus planos de viagem, mas fazia uso de chá de ervas ensinado pelas negras para quando quisessem evitar filhos e até ali tudo corria perfeitamente bem. João queria filhos com ela, mas achava que deveria primeiro alcançar as metas estabelecidas.
Quando terminaram, a modorra e languidez os deixaram desatentos e dormiram abraçados com o sono dos inocentes, Um almíscar forte fez o nariz de João coçar e ele acordou, abriu os olhos e deparou com uma enorme onça pintada. João ficou tenso, mas não perdeu a calma, como sempre tinha as armas por perto, sem fazer movimentos bruscos aguardou o desfecho do que poderia se seguir. A onça provavelmente não estava com fome e após observá-los mais um pouco simplesmente se afastou pisando a areia macia da margem do rio e se foi. João despertou Yasaní e rindo lhe contou o acontecido, ela não acreditou, mas choramingou quando ele lhe mostrou as pegadas das patas enormes e ainda molhadas, pois, ela entrara para beber água e se molhara. João a sossegou e prometeram que tomariam mais cuidado daí em diante. Yasaní se lembrava da morte do marido atacado pela cobra e tinha medo dos bichos em geral, mas João meio galhofeiro brincava com ela que seria bom morrer e suas carnes servissem para alimentar algum bicho que não fossem vermes, depois ele a tranquilizava e prometia tomar conta dela, falava com convicção, pois tinha prometido a si mesmo que sempre tentaria fazê-la feliz.
Já estavam na metade da travessia do estado das Minas Gerais e ele usou um pouquinho do dinheiro e compraram animais, “dois cavalos e uma mula para transportar a carga fazendo a viagem ficar mais rápida e menos fatigante”, logo o casal entrou na Bahia, daí em diante ele trocava os animais por outros descansados e levavam mais provisões se dando ao luxo de comprar belos vestidos para sua amada e algumas roupas para si. Em menos de dois meses chegaram a salvador aonde venderam os animais e compraram passagem num veleiro para Recife, a viagem durou dias e eles aproveitaram o tempo para vadiarem à vontade e desta vez Yasaní pegou barriga, João estava satisfeito, Não temia mais nada, agora era aguardar o término da viagem e começar a viver uma vida melhor e ter uma família grande como sempre sonhara ter com Maróca. Num sábado pela manhã aportaram em Olinda e depois de acharem uma pousada não muito cara, se dispuseram a viajar pelos arredores procurando terras para comprar.
Soube de uma mulher que ficara viúva recentemente e queria voltar a Portugal vendendo sua fazendo barato, pois com todo o dinheiro ganho com a fazenda ela viveria a larga na Europa onde imperava o luxo e riqueza. João negociou com ela comprando as terras, ainda mais barata do que ela queria. Como não era registrado, tratou de fazer isto alegando que sempre morava no mato e não tivera necessidade disto, mas queria se casar e ao mesmo tempo legalizar suas terras.
Combinou com Yasaní de registrar-se com o nome de Alexandre e ela sugeriu um sobrenome italiano e assim ele passou a se chamar Alexandre Porsiolo Agustine. Ainda lhe sobrou muito dinheiro e eles trataram de comprar gado e fazer sua fazenda crescer, libertou seus escravos e passou a pagar-lhes um salário, não tão alto, mas que lhes davam dignidade, trabalhando alegres e confiantes no futuro.
Outros fazendeiros principalmente os usineiros quiseram fazê-lo mudar de ideia, mas ele ficou irredutível se cercando de jagunços e impondo sua própria lei nos seus domínios. Por duas vezes entrou em guerra com desafetos que não concordavam com a liberdade dos negros e até na igreja católica era hostilizado. Assim acabou convertendo-se ao protestantismo numa maneira única de criar sua família que crescia, “um rebento novo a cada dois anos”. Acabou se tornando figura respeitada e os desafetos tendo que engolir os sapos que ele lhes enfiara guela abaixo.
João Moreno, ou melhor: “Alexandre” Prosperou e fez uma surpresa e um agrado à sua esposa, contratou uma Escuna nova e moderna e partiu para S. Paulo dizendo que iria comprar novos equipamentos recém-chegados da Alemanha, sua esposa nem desconfiou de nada, mesmo porque ele fizera uma lista do que compraria lá e realmente compraria as máquinas que lhe interessava. Por isto, ele não mentiu e sim omitiu uma parte dos motivos da viagem. Aportou em Santos e enquanto alguns dos seus homens de confiança subiram a serra para adquirir os equipamentos em São Paulo, ele com quatro jagunços partiram para a antiga fazenda onde conhecera Yasaní. Quando chegou a tal fazenda, se apresentou como procurador de terras para comprar, sabendo que não encontraria. Quem vendia terras naquele estado era apenas o governo e só vendia para quem tinha algum interesse para a coroa e em muita quantidade. Quem tinha as suas, preferia conservá-las. Foi bem recebido pela viúva do Barão que: numa viagem à Europa naufragara com o navio atacado por piratas e que já assolavam o Atlântico. Soube que a fazenda estava de mal a pior, o café tinha uma lavoura muito velha e a praga da broca tinha sido introduzida no país por estrangeiros que viam o Brasil crescendo e dominando o mercado em todo o mundo.
Passeando pela fazenda conversou com os colonos ali residentes e quando viu um italiano mais velho foi ter com ele e depois de se apresentar chamou o velho senhor para dar uma volta e explicou quem era lhe dando a noticia de que Yasaní estava viva e era sua esposa. O velho senhor, por sinal primo da sua esposa chorou de alegria e por sua vez contou que os filhos dela trabalhavam ali para sobreviver, depois da morte do Barão Jacinto, a fazenda estava às moscas, já havia dois anos que não vendiam café e os colonos plantavam tudo o que podiam comer: arroz, feijão, e milho de péssima qualidade, pois, usavam sementes da própria safra.