A Batalha do Castelo Forlorn - Parte VII - O Ataque-Surpresa dos Goblins
Tínhamos que preparar rapidamente uma formação defensiva antes que os goblins trucidassem todos nós.
Enquanto fazíamos isso, Vareen nem pensou duas vezes e usou mais uma vez seu ataque relâmpago na direção dos três goblins que me perseguiam fritando-os na hora e ajudando-me a ganhar tempo suficiente pra se juntar a formação.
No entanto, um quarto goblin acertou-me um golpe sorrateiro pelas costas que me fez comer grama e estava a ponto de me matar.
Ainda bem que as aulas de esgrima com o lorde Dominic deram resultado porque tirei a rapieira e acertei o infeliz do goblin com um forte golpe tomando sua arma no processo.
Enquanto eu despachava o goblin e Vareen, Nikolai e Aidan orientavam os wargs na formação de um círculo defensivo, Caleb preparava suas armas avistando ao leste de nosso círculo outros goblins com roupas estranhas.
Eram os xamãs do grupo que despejavam suas magias em nós.
E devido a isso, algumas cenas meio bizarras aconteciam em nossa formação como Vareen e eu vomitando por causa do odor de podre que os xamãs emanavam.
Ainda assim, o clérigo mandou mais um ataque relâmpago no xamã fritando-o.
Contudo, outro goblin estava indo na direção de Vareen com a clava levantada pronto para esmagar sua cabeça quando vi a barriga dele exposta para um ataque.
Nem pensei duas vezes e mandei dois golpes certeiros no monstro perfurando a barriga com a rapieira e cortando sua cabeça com a arma que roubei do goblin salvando Vareen de uma morte certa.
Nem vi quando outro goblin veio babando na minha direção só pra ser trespassado por um golpe forte de Nikolai me salvando de uma morte certa.
Devo essa ao baroviano. Se não fosse por ele, talvez o capitão não estivesse agora de posse desse relato que estou escrevendo.
Os goblins continuavam chegando em bandos por todos os lados fazendo um movimento de pinça para não nos deixar escapar e acreditando que sua superioridade numérica faria a diferença.
No entanto, havia uma fraqueza nessa formação que era a vulnerabilidade a qualquer ataque mágico onde Vareen tirou proveito disso com maestria.
Um dos comandantes goblins, ansioso pela glória da vitória, ordenou um ataque total contra nossa formação ignorando os conselhos dos xamãs de que deveriam nos fustigar com uma combinação de magia e ataques físicos.
Quando vi o sorriso no rosto de Vareen, eu já sabia o que iria acontecer.
Os goblins tinham cometido um grande erro em subestimar o poder do clérigo que apenas teve o trabalho de mandar outro de seus raios voltaicos com ângulo suficiente para fritar todo mundo.
De repente, ouvimos gritos horríveis e uivos assustadores na ala direita da formação.
Eram licantropos que romperam a formação dos goblins acabando com 12 deles e fazendo os demais bater em retirada.
Logo se juntaram a nós pra continuar fazendo estragos nas fileiras goblins.
Um dos goblins que escaparam do ataque de Vareen veio como um alucinado pra cima de mim e era tudo o que eu queria que fizesse.
Tudo o que fiz foi aparar o golpe dele com a espada goblin e perfura-lo com a rapieira bem no meio do peito pressionando-a com raiva e puxando-a com força só para ver o monstro tombar como um saco de batatas.
Naquela hora me lembrei de Leclerc e em meus devaneios o vi estrebuchando como um porco até a morte.
No entanto meus pensamentos foram cortados pela seguinte cena: alguns goblins que resistiram ao primeiro ataque dos wargs foram massacrados por estes enquanto tentavam fugir sendo que suas cabeças foram decepadas e levadas como troféu de guerra.
Caleb e Vareen haviam capturado um dos xamãs feridos e Nikolai analisou o sangue de outro goblin ferido para averiguar se nele havia algo que o perturbasse.
Por sorte, o baroviano havia voltado ao normal.
Naquele instante, a granada onde Caleb havia prendido aquele demônio de triste lembrança começou a sacolejar e ouvimos novamente aquela voz infantil que tanto nos atormentou.
E continuava nos ameaçando e provocando, porém deixou escapar algo sobre uns tais acordos de Inajira.
Caleb usou seu poder para reforçar o selo da granada fazendo o demônio calar a boca.
O ataque-surpresa dos goblins foi repelido a muito custo e infelizmente enterramos alguns wargs mortos por aqueles miseráveis.
E ali percebemos que nossa missão de localizar o medalhão para acabar com a maldição dos lobisomens e salvar Laurie dessa situação seria mais difícil do que imaginávamos.
Por causa de um novo fator.
O fator goblin.
* * *
Depois desses eventos, nos reunimos novamente e ficamos sabendo que os goblins haviam cavado um buraco rumo ao norte de Forlorn, atacaram os vilarejos e tomaram toda aquela área, significando que não podíamos mais voltar para lá e o único lugar onde podíamos reagrupar nossas forças é perto de uma cadeia de montanhas onde reside o Senhor do Ferro e as criaturas de fogo.
No meio da reunião, um misterioso corvo apareceu e se transformou em um imponente druida.
Era o Irmão Carvalho que prometeu a nós que convocaria todos os druidas o mais rápido possível.
Enquanto Caleb continuava curando os feridos, Vareen, Nikolai e eu fomos ver o xamã goblin capturado para arrancar dele algumas informações sobre o que os goblins planejavam e para nossa decepção, ele havia se transformado em uma árvore deformada.
O clima estava úmido e o vilarejo Forfarmax havia aumentado sua população graças aos nossos esforços em salvar o povo daquele ataque-surpresa dos goblins trazendo-os até Forfarmax.
Todos estavam com o moral alto depois que botamos os goblins pra correr exceto Aidan que estava mais assustado do que nunca devido a caçada selvagem que Isold havia conclamado contra ele.
Agora é pra valer.
Para cumprirmos nossa missão era necessário passar pelos goblins a todo custo.
E para isso precisávamos de um plano.
Felizmente existia em nossas fileiras a pessoa certa para isso.
Um estrategista inteligente o bastante para planejar um ataque bem-sucedido e maluco o bastante para executá-lo independentemente dos riscos e das dificuldades que aparecerem.
Essa pessoa era Vareen.
Era chegada a hora de ele mostrar seu valor.