A MINEIRINHA 26
 
     Ele próprio abriu a porta do Mercedes grafite do patrão e Irene entrou sendo saudada por Marcos que brincou: - está de mudanças? Ela respondeu sim e se Marcela lhe contou tudo eu só vou acrescentar que resolvi me afastar da empresa por algum tempo até decidir o que fazer, Marcos perguntou se ela já tinha um lugar para onde ir, ela disse que ainda não e recebeu dele o convite para ficar na sua casa onde ela e Marcela estariam seguras. Ela não pensou duas vezes, aceitou e pediu a Marcos se poderia ir ao seu apartamento pegar algumas coisas, Marcos respondeu afirmativamente funcionando o motor e dando partida no veiculo dirigiu sem parar até a portaria do prédio de Irene. Quando chegaram ela perguntou ao porteiro se Jorge estava no prédio ele respondeu que não então ela e Marcela se dispuseram a subir, Marcos chamou dois dos seguranças e subiram os cinco até o apartamento para ajudar.

     As mulheres pegaram rapidamente as roupas, documentos e jóias e Irene ainda pegou todas suas economias em dólares das gavetas esvaziando depois o cofre que estava com bastante dinheiro, quase tudo o que ela economizara para iniciar uma pequena empresa de engenharia seu maior sonho depois de ter um filho. Quando terminaram os seguranças carregaram as malas e Marcos e as mulheres levaram as bolsas. Ao chegarem ao portão, o porteiro perguntou se iam viajar e Marcos foi quem respondeu que iam passar uns dias na Suécia, continuou andando e Irene que sempre tratava bem ao porteiro, disse: - olhe Sebastião dentro de alguns meses voltaremos, estamos de férias. Sorriu e entrou no carro logo depois o segurança fechou-a e partiram. Chegaram á rica mansão e Marcos chamou todos os empregados e apresentou Marcela como sua noiva e todos bateram palmas ele agradeceu e disse que ela e a tia Irene que eles já conheciam, iam ficar por algum tempo na casa como hospedes.

     Deu ordens para que levassem as convidadas aos seus aposentos e avisou ao pessoal da cozinha que eles iam almoçar na mansão. Esta não era uma ordem tão estranha, pois o patrão quase sempre comia em restaurantes e o serviço era sempre para alimentar os próprios funcionários da casa. Enquanto as mulheres foram ver seus aposentos e ficando sozinhas aproveitaram para por as conversas em dia, Marcos foi ao escritório com o chefe da segurança e colocou o agente a par do que estava acontecendo, ao mesmo tempo deu ordens para que eles encontrassem Jorge e marcasse um encontro com ele em algum restaurante discreto onde pudessem conversar, o agente saiu e foi na mesma hora procurar Jorge na sua empresa. Marcos mandou que ele copiasse a fita e lhe trouxesse, a tempo para o encontro com o referido, trabalho fácil, pois, o escritório da segurança era equipado com modernos equipamentos e contava com aparelhos de precisão de reprodução fonográfica, fotos e uma infinidade de coisas que eles usavam para a proteção ao milionário.

     O porteiro do prédio de Irene logo que a comitiva saiu, ligou e deu contas a Jorge do acontecido, Jorge agradeceu e disse que logo que resolvesse alguns problemas iria até o apartamento, mas demorou bastante para resolver os negócios e o agente de Marcos o encontrou ainda na empresa, deu-lhe o recado do patrão e Jorge ficou meio desconfiado, geralmente Marcos quando o convidava para alguma festa o fazia por telefone, mas aceitou e o agente passou-lhe o nome do restaurante que Todos os figurões conheciam no Rio, logo que o homem se foi ele pensando no recado do porteiro resolveu também sair e ir ao apartamento saber o que havia acontecido. Ao chegar interpelou o porteiro que não conhecia Marcos, pois as vezes que ele fora ao apartamento, não coincidiu que estivesse de serviço, mas Jorge estava certo de ser Marcos e depois de dar uma gorjeta e agradecer o porteiro subiu para o apartamento.

     Ficou lá o suficiente para constatar que Irene tinha se mandado, adivinhando que ele estava pensando em aprontar uma com ela, ia passar a mão nas suas economias, só que ela fora mais esperta, antes de sair ligou para o banco, mas a conta conjunta também tinha sido fechada não era muito, mas em certos meios seria considerada uma pequena fortuna, procurou os documentos do apartamento e da casa de praia em búzios e até os documentos do luxuoso barco ela levara. Saiu furioso e foi para um restaurante perto da lagoa onde ficou tomando chope até a hora do almoço, depois de almoçar voltou ao apartamento estava meio desnorteado, não pelo fato de Irene o abandonar,muitas vezes pensou nisto e só não a deixou por que teria de dividir sua fortuna com ela, houve época de vacas magras e apertos que ele pensou até em matá-la, muitas vezes e certamente um dia isto ia acontecer, ultimamente estava bem de finanças, mas seus negócios de risco às vezes caia de uma vez, foram várias as vezes que Irene segurara as pontas dando-lhe dinheiro para sair de apertos.

     Poderia ter-se livrado dela facilmente, contava com o serviço de inúmeros pistoleiros e ele próprio poderia ter feito o serviço, depois que se ligara com o trafico de drogas e as contravenções, já tinha assassinado pessoas que se tornavam empecilhos aos negócios sujos. Ele recebeu sua empresa de herança do pai e quando casou com Irene ainda era uma empresa respeitável, mas a ganância o levou a torná-la apenas uma fachada para lavagem de dinheiro, era rico tinha poder, mas era apenas um testa de ferro e sabia que sua vida estava sempre balançando numa corda bamba. Enquanto fosse útil estava bem e seguro, quando se tornasse desnecessário tinha que ter suas reservas de dinheiro para se safar, estas reservas estavam na mão de Irene e ele acreditava que estava seguro quanto a isto. Não sabia quem tinha contado a ela sobre suas falcatruas.

     Saiu do restaurante e rodou a esmo pela orla marítima começando a achar que tinha posto o carro na frente do bois, foi até Ipanema e parou na porta de uma mansão afastada da praia dois quarteirões, Procurou o chefe da segurança e pediu uma audiência com o chefão da contravenção, nome... Se falasse era assinar a sentença de morte. Esperou meia hora dentro do carro até que o homem armado ostensivamente e com jeito de policial retornou e disse: - ai malandragem o homem quer saber qual é o barraco, ele disse que era sobre o Lavanderia dois, era o código da empresa que ele supostamente era o dono, o segurança voltou a cabine e falou de novo ao telefone, após alguns minutos retornou e o autorizou a entrar, ele já conhecia a praxe da casa deixou o carro no pátio estacionado de forma que não impedisse uma possível saída rápida.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 02/11/2018
Reeditado em 02/11/2018
Código do texto: T6493048
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