A MINEIRINHA 17




 
     Jorge se serviu de whisky e ofereceu ao doutor que aceitou, mas pediu para misturar água ao seu, as mulheres tomaram refrigerantes enquanto os empanados de frango, “novidade lançada recente no mercado” ia deixando um cheirinho gostoso no apartamento. Logo Marcela retirou do forno a iguaria que agradou a todos, tendo que assar mais enquanto o doutor ia desfilando os procedimentos necessários para o evento a se realizar. Jorge iria a clinica para retirarem o material, Irene iria seguir alguns procedimentos de exames para saber quando estaria ovulando e Marcela faria exames vários para saber se estava apta a receber o óvulo fertilizado, tendo marcado horário para Jorge no outro dia e já na terça feira para Irene e Marcela, que iriam juntas. O doutor se despediu, e Irene comemorou agradecendo ao marido pelo interesse.
     
     Conversaram muito sobre o assunto e sempre com a preocupação de que Marcela estaria mesmo certa do que queria. Ela estava firme na sua decisão e garantiu que agora, se não fizesse o proposto se decepcionaria. Na segunda- feira Irene fora para o trabalho junto com Jorge que a deixou na porta da empresa, Jorge ficou no seu escritório até o horário que teria de ir para a clinica e depois foi se encontrar com seu amigo doutor Hernani, com quem após a coleta do material foi almoçar. Em casa sozinha, Marcela começou a se lembrar da alegria de Irene, sentiu que ela era uma pessoa especial e que não poderia fazer mal a alguém assim, repassou sua vida e desta vez não espantou a lembrança da mãe e do pai.

     Lembrou-se dos dois com saudades e relembrou sua tempestuosa saída de casa, pensou nos momentos carinhosos em que seu pai admirava sua beleza e a abraçava com orgulho de pai coruja que a amava. Arrependeu-se de tudo e chorou, chorou como uma pessoa que tinha perdido algo muito importante e não sabia se voltaria a tê-lo de volta, acusou-se de pessoa má e indigna do pai e da mãe que a criaram, mas prometeu a si mesma que um dia iria pedir perdão a eles e recompensá-los por todo o sofrimento que lhes causara. As forças que movem os destinos das pessoas estavam agindo sobre ela. A vontade agora de ajudar Irene com um gesto tão nobre, trouxe a tona os sentimentos bons que seus pais incutiram em sua alma.

Capitulo VIII

     Terminou a limpeza do apartamento deixou tudo brilhando e ligou o televisor, eram quase quinze horas e a campainha foi acionada. Ao abrir se deparou com Jorge que entrou, e como se Marcela fosse sua propriedade, enlaçou sua cintura e tentou beijá-la, a garota era forte e se safou com um forte empurrão. Jorge riu e quis voltar à carga, mas parou ao ouvir a voz de Marcela em tom ameaçador: - Olhe Jorge, se tentar me forçar nunca terá nada de mim, além de que, vou-me embora e depois você terá de explicar ou inventar uma mentira para Irene e justificar minha saída daqui. Jorge tentou argumentar: - Você também disse que me quer, por que isto agora? – Porque quero que Irene tenha este filho e espero que você participe e não atrapalhe, depois que eu estiver grávida veremos, mas antes não!

     Marcela jogara com o trunfo que tinha dando esperanças a Jorge ganharia tempo ou corria o risco dele tomar a decisão de mandá-la embora e se recusar a fazer os gostos de Irene. Venceu o desejo de Jorge por ela achando que mais tarde conseguiria tudo da garota, era só dar tempo ao tempo. Mudou sua atitude se desculpando e dizendo que estava apaixonado, mas saberia esperar e que também queria o filho e dava-lhe razão em não querer fazer nada as pressas. Marcela fingiu acreditar nas desculpas do patrão, mas ao mesmo tempo já não o achou mais tão atraente como das outras vezes, pensou... Bem que este cafajeste merece uma boa lição e quem sabe não serei eu a dar o que ele merece?
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 22/10/2018
Reeditado em 23/10/2018
Código do texto: T6483368
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.