Pessoal recebi um recado dos peixes meu amigos que estão com saudaes de mim, sabem que não pesco nada mesmo. Então vou visitá-los coisa rápida dois a três meses estarei de volta rsrs Brincadeira máximo uma a duas semanas. postei uma parte maior do conto e espero que quem ler tenha paciência e não xingue o autor "esste que vos escreve" Um abraço galerinha do bem querer. vou sentir saudades.

                           A MINEIRINHA 14

 
      Depois do café desceram a rua e caminharam para a praia rindo e carregando guarda sol, toalhas e frascos de protetores solar, cada uma ostentando sua saída de praia como um poderoso ima para os olhares masculinos. Irene caminhava como as cariocas, com a linda bunda fazendo aqueles bailados hipnotizantes e que Marcela, como boa aprendiz assimilou na hora. Fizeram o deleite de quem teve a sorte de ver a dupla passar nas calçadas, e que provocariam uma nova musica se por ali se encontrasse um Tom Jobim ou mesmo um Dom Chupim, dos muitos que tentavam imitar o mestre.

     Quando iam fincar o guarda sol, um rapaz de uma barraca de sucos saltou o balcão com agilidade e naquele jeito inigualável do povo carioca, se ofereceu e fez o serviço. Claro, ganhando logo o dinheiro da venda de dois cocos gelados e conquistando a preferência da madame e sua acompanhante que entre cocos, refrigerantes e caipirinhas vão recebendo os elogios em todas as línguas imagináveis. Isto com o negociante fazendo questão de traduzir cada um deles para o português, numa ação que deveria ser permanente no Rio das maravilhas, sem nunca deixar o banditismo estragar uma beleza que sempre foi o cartão de visita do Brasil no mundo e que macula este povo que é por natureza gentil.

     Claro, os cariocas aprendem qualquer costume. E para agradar o freguês vale tudo, doutor, madame, (dixtinto). Que nem o casal de neguinhos e quem conta são eles mesmo. A francesa joga o lencinho no chão e o francês todo cheio de salamaleques apanha o lencinho, cheira, devolve e escuta da beldade: - “Merci bocú” ele responde: - “Na pa de quá” - a neguinha joga o lenço no chão, o neguinho olha o lenço cheio de catarro e fala: -“Nojenta” pega e escuta da neguinha: - “mexi com o com...c” e ouve do neguinho: - Pra lá e pra cá... Ta também acho uma mer-cadoria, mas não vou apagar, eles é que inventaram agora que ouçam, degustem e riam ou xinguem se preferirem.

     Depois de comerem salgadinhos, sanduíches e churrasquinhos ficaram por algum tempo curtindo o sol e um pouco quietas, nisto passou uma senhora grávida e com um barrigão daqueles que a mulher tem que jogar o corpo para trás senão corre o risco de cair para frente. Marcela viu o olhar de Irene acompanhar a visagem até ela se perder entre os banhistas. Resolveu de vez colocar em prática um plano que estivera arquitetando, disse: - “Dona Irene, tenho notado que a senhora se liga muito em crianças e mulheres grávidas, até agora não quis perguntar, mas vendo que está casada há bastante tempo e não tem filhos, me ocorreu que: ou a senhora ou seu marido tem problemas que os impedem de ter filhos, não gostaria de falar a respeito? Ou se não... Desculpe-me”.

     Irene esperou um pouco como se meditasse e depois disse: - Meu marido é saudável, a encrencada sou eu mesma. Eu tenho sim, muita vontade de ter filhos, mas já fiz todos os exames e é impossível para eu engravidar, tenho ovulação normal, mas um útero do tamanho de uma ervilha”. Riu do seu exagero, mas deu a Marcela uma idéia exata do problema. A moça perguntou-lhe se não pensou em adotar, ela respondeu que Jorge não queria adotar e ela já havia tentado conversar, mas ele era irredutível e ela não queria magoá-lo, Marcela não queria apressar as coisas, esperou ela falar mais.
     
     Irene depois de um tempo em silêncio, como se estivesse pensando nos seus problemas voltou a falar: - “Tenho pensado em fazer uma fertilização in-vitro, mas confiar numa pessoa para desenvolver o filho é que assusta. Encontrar pessoas dispostas a fazê-lo por dinheiro é fácil. Difícil é garantir que esta pessoa depois não vá inventar uma porção de problemas para arrancar mais dinheiro ou até resolver lutar pela criança na justiça. Marcela de supetão, disse: - Eu faço isto para a senhora! Irene ficou surpresa e perguntou se ela estava falando sério, - Sim respondeu Marcela que não era de ficar pensando para se decidir, ela era um vulcão em atividade e ia levando sua vida sem planejamento, como qualquer jovem, mas só que ela era decidida.

     Irene riu um riso nervoso e perguntando agora com o coração aos pulos... – Porque você faria isto, dinheiro? Marcela pensou antes de responder... – De certa forma sim dona Irene, o que eu quero é garantir que não vou ter que voltar mais a morar em cidade de interior, e possa estudar para aprender a me defender sem precisar de homem para garantir meu sustento. Irene até gostou das palavras da moça, ela mesmo tinha tomado esta decisão, embora até se formar em engenharia, tivesse que ralar num emprego onde ganhava só o suficiente para viver e estudar, o seu patrão, um velho galinha, de vez em quando lhe dava algum dinheiro extra para fazer compras, desde que ela fosse boazinha com ele, e lhe desse uma noite de prazeres em algum motel fora da cidade, onde não havia perigo da família do velhote vir a ficar sabendo das suas escapulidas.

     Quando conheceu Jorge se apaixonaram, e ela não escondeu isto dele, que não fez qualquer questão, dizendo que o importante era a vida dos dois dali em diante. Sua formatura se deu seis meses após conhecê-lo e um mês depois, se casaram sem muita pompa e só com a presença dos amigos mais próximos e os padrinhos, os dele, Marcos e sua esposa, que ainda eram casados, e dela, um casal de estudantes, seus colegas de faculdade. Mergulhara nestes pensamentos por alguns longos segundos e Marcela pergunta-lhe: - O que foi não gostou que falasse? – Não, que idéia, estava pensando que já fui um pouco como você, olhe, isto vai requerer muitas conversas, planejamento, e teria que ter a aprovação de Jorge, mas acredite, eu tendo você como mãe emprestada para meu filho, quero sim! E serei eternamente grata.

 - Pois então converse com ele. Eu quando tomo uma decisão é para valer e acho que se tem que ser o quanto antes melhor Voltaram para o apartamento antes do previsto, com Irene agitada e impaciente. Jorge que sempre que o Flamengo perdia ficava uma arara e saia do estádio direto para casa, aonde chegava com uma tromba que só se desfazia depois que ela conversava com ele e saiam para tomar alguns chopes, antes das sete tocou a campainha do apartamento, Irene disse para Marcela: - Hum... o Flamengo perdeu! Abriu a porta e já foi logo abraçando o marido que reclamou: - O Juiz estava comprado, ladrão miserável. É sempre assim, o Vasco só ganha comprando o juiz. Quando viu a moça, se acalmou um pouco e chamou Irene para descerem até a rua para tomarem um chope, Irene concordou e falou para Marcela que estava preparando o jantar: - Não vamos demorar, uma hora e meia no máximo estaremos de volta.

     Saíram e Marcela pensou: Vão decidir meu destino, e eu vou voltar a ser virgem, não vou precisar nem costurar a minha amiguinha de baixo, riu e voltou a cuidar do jantar. Lembrou-se de Marcos, precisava esconder isto dele, ou melhor... Nem pensar no ricaço antes dela consumar o que se propôs. Como um bom presságio aos seus propósitos o telefone tocou, quando atendeu ouviu a voz grossa e segura de Marcos do outro lado da linha, respondeu e dando uma entonação alegre à voz, disse: - Oi Marcos, se ligou para falar com o tio ele e tia Irene acabaram de sair. Marcos disse: - Não, eu liguei para falar com minha professora de dança. Ela – Então pode falar, a professora está na escuta riu e deixou-o continuar, ele falou que tinha ligado antes, mas ninguém atendera ao telefone, ela explicou o porquê e o ouviu. – Estava pensando que ia viajar sem falar com você? Ela, fingindo-se surpresa disse: - Mas já vai viajar, esta noite, tão depressa? E ele – Pois é, surgiu um imprevisto e vou ter que passar algum tempo no Canadá onde tenho negócios, infelizmente viajo agora as vinte e duas horas e já tenho que ir para o aeroporto - ela falou por sua vez que sentia muito sua partida, o ouviu suspirar do outro lado e sorriu.

      Ele falou tudo que ela queria ouvir, que não conseguia tirá-la do pensamento e assim que retornasse em no máximo um mês e meio queria falar com ela, ouviu-a dizer que iria aguardar com saudades a sua volta. Ele desligou o telefone sem vontade e ela esperta... Mais do que adivinhar, sentia que aquele homem era seu. Tinha apenas que saber se conduzir. Depois de se alimentar um pouco, deixou o jantar sobre o fogão e às onze e meia, como o casal não chegou, foi-se deitar. Não dormiu de imediato, estava ansiosa para saber o resultado da conversa entre Irene e Jorge, agora mais do que nunca precisava que ele e Irene a aceitassem como mãe de aluguel, o jogo era alto, mas ela não tinha nada para perder, portanto, o que ganhasse seria lucro.

(*) Apenas uma brincadeira do autor parodiando a um amigo carioca. Ele se diz: - "corno aceitante”.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 10/10/2018
Código do texto: T6472740
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