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                         A MINEIRINHA 12


     Antes que ele falasse, ela disse: - Por favor, não me entenda mal, eu sou uma tonta, eu queria dizer que sim, mas com uma pessoa gentil e que assumisse um compromisso de me fazer feliz, e falei de você por que me fez sentir isto, mas, ah desculpe-me Marcos, estou cada vez me enrolando mais. Ele mais que depressa, num gesto quase como protetor, segurou suas mãos e disse: - Calma, está tudo bem, eu me senti lisonjeado e não quero que você mude o homem mais velho, riu - na verdade, eu quero ser este homem mais velho sem apressar você. Ela ouviu sorrindo para dentro, mas continuou fingindo-se constrangida. Ainda ruborizada ela sorriu de leve e pediu: - Marcos, me leve para dançar? Ele se levantou e educadamente se posicionou atrás da cadeira dela dizendo: - Claro que sim, eu estava também pensando nisto.

     Ela se levantou e ele afastou a cadeira, depois desfilou orgulhoso para o centro da pista e dançaram uma seleção inteira de boleros até o final. Quando terminou, ela disse: - Poderíamos fazer um pouco de companhia para o tio Jorge e tia Irene, mas quero que você fique lá comigo, pode? – Claro, respondeu Marcos babando mais que quiabo na boca de esganado. “Ah como os velhos são crédulos, principalmente os milionários que se acham os donos do mundo”. Ao se aproximarem, Irene perguntou sorrindo: - O lobo mau sequestrou chapeuzinho vermelho? Marcos disse: - Que isto, estou mais para a vovó, riram e sentaram-se e o resto do baile ficaram jogando conversa fora, duas horas e meia como era costume, os convidados começaram a despedir-se, Marcos pediu licença e foi par o palco onde agradeceu a todos os convidados, e disse que em breve fariam outra festa.

     Jorge chamou Irene e Marcela para irem também e quando se levantaram viram que Marcos veio até eles despedir-se. Depois de apertar a mão de Jorge e como sempre, beijar a mão de Irene, segurou a mão de Marcela com delicadeza beijando-a de leve e dizendo-lhe que gostaria muito de repetir a noite que fora agradabilíssima e ouviu dela uma resposta de que também gostaria muito. Ele, percebendo que estava dando muito na vista, brincou: - Você precisa me ensinar de novo àqueles passos de bolero, ela disse que sim e foram-se. Marcos ficou com a sensação de que ela estava escapando e que ele teria de dar um jeito de falar com ela de novo.

     Da porta de saída Marcela se atrasou um pouquinho do casal e virou rápido a cabeça, ele estava olhando para seu lado, acenou e abriu o seu sorriso mais bonito para o garboso ricaço que mais uma vez ficou babando com cara de cachorro que ganhou um osso ainda com um pouquinho de carne. Depois de recuperar o carro Jorge dirigiu calado para casa, mas Irene fez questão de perguntar sobre as intenções de Marcos, falou sorrindo e Marcela disse: - Esta parecendo mamãe quando arranjo namorado, falou e riu dando ensejo para que ela continuasse, Irene disse-lhe que era a primeira vez que o milionário dava assim tanta atenção a alguém numa festa. Marcela falou mais uma vez como a atriz que estava dentro dela: - Estou preocupada, o senhor Marcos me perguntou sobre nosso parentesco e eu tive que confirmar a história de que era sua sobrinha.
Jorge riu alto e entrou na conversa: - Agora é nossa sobrinha e não se atreva a dizer que não, ficaríamos com cara de tacho. Riu de novo e Irene tranqüilizou a moça: - Não se preocupe, vai ser difícil vê-lo de novo.

     Marcela mais uma vez engoliu um sorriso e mostrando exatamente o que ainda era, uma adolescente pensou... “Duvido-de-o-dó, faço pou-que-o co”. Quando chegaram a casa, Marcela agradeceu pelo presente de terem-na levado à festa e despediu-se do casal indo para seu quarto. Depois de tomar banho e colocar um conjunto de dormir de rendas, deitou-se e repassou os acontecimentos da noite. Satisfeita, sorriu feliz, fechou os olhos e adormeceu.

Capítulo VI
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 08/10/2018
Código do texto: T6470779
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