A MINEIRINHA 06
Irene tinha confiança no marido e concordou emendando:-“Está mesmo linda Marcela”. Ela fingindo-se tímida agradeceu, já dentro do elevador sentiu a proximidade de Jorge que se fingindo de bobo, encostara-se a ela e fez uma pressão com o corpo para que ela percebesse tudo sem deixar de afagar o ombro de Irene como se só ela estivesse ali. Foram direto para a garagem e saíram no Mercedes conversível prata com bancos de couro e forração brancos, um luxo ostentado por quem estava bem na vida, poucos num Brasil de miseráveis. O carro deslizou suavemente pela garagem e saiu à rua causando inveja ao povo.
Jorge dirigia o carro com segurança pelas ruas com muito movimento naquele horário. Encostou o Mercedes na frente de um portão com gradil altíssimo de uma mansão em Santa Tereza que embora começasse a perder o status de bairro nobre ainda abrigava a nata da sociedade carioca. Desceram do veículo e um rapaz se aproximou cheio de ginga típica do povão para receber as chaves chamando Jorge de doutor e demonstrando conhecer o empresário, que era assíduo frequentador da mansão e comparecia a quase todas as festas, convidado pessoalmente pelo anfitrião que conhecia seus parentes e amigos na Europa.
O portão de entrada se abriu e o porteiro com uma reverência cumprimentou a todos fazendo um gesto estudado e gracioso indicando o caminho. Jorge dera o braço à Irene e fez o mesmo com Marcela, mas desta vez sem qualquer sinal de segundas intenções. Sabia que os empregados eram argutos e qualquer gesto mais ousado seria percebido por eles, o que colocaria sua história em dúvida e isto não seria conveniente, pois, geralmente falatórios de criados acabam chegando aos ouvidos do patrão e Jorge não podia ser pego em falhas que pudessem abalar a tão bem estruturada amizade com Marcos Sálvio Figueroa Rigth, o magnata da exportação de leite em pó para muitos países da Europa e com negócios bem sólidos nos Estados Unidos e Canadá.
Adentrara ao primeiro salão e Neide, a recepcionista loura, dona de uma agência que fazia este trabalho e era conhecida entre os ricaços do Rio veio em direção aos convidados, cumprimentando-os com simpatia e mostrando também conhecê-los, perguntou: - Quem é esta bela moça Irene? Irene respondeu: - é minha sobrinha, veio para estudar aqui e vai ficar morando em minha casa até se enturmar. Neide perguntou o nome e elogiou a beleza de Marcela, dando-lhe as boas vindas ao Rio e se afastando foi até a mesa de recepção, onde ela mesma anunciou os convidados com sua voz com timbre aveludado, como as anunciantes de aeroporto: - “O casal Sr E Sra. Carriso Lence e a sobrinha Sta. Marcela Núbia Droser”, Marcela se sentiu uma princesa.
Ela se sentiu uma princesa e os convidados da festa a viram como tal, logo para desgosto de Irene, duas moças aparentando a idade da moça se aproximaram e a convidaram para acompanhá-las ao bar e pegar uma bebida. Marcela que tinha sido recomendada a não falar muito para não dar bandeira, não se preocupou com as recomendações, pediu licença e as acompanhou. Jovens se apresentam com tanta facilidade: - “Eu sou Júlia e esta é Ana, e você? – Eu sou Marcela, caipira mineira na cidade grande” - as moças riram e simpatizaram logo com a simplicidade da moça, chegaram ao balcão do bar sortido de todo tipo de bebidas e pediram ao barman uma bebida, ela pediu refrigerante, mas as duas garotas insistiram para que ela tomasse caipvódica e ela aceitou.
VITAMINAS
Ô nina malvada não faça assim.
Precisa mesmo é de um bom caldo
Para então tratar melhor de mim,
Para isto eu vou lhe dar uma dica,
Ainda melhor que o chá de alecrim.
É uma mistura muito gostosa e rica
Tem óleo, vitamina, e casca de aipim,
Pra fazer suadeira é só colocar arnica
Mistura tudo com amor e amendoim,
Toma uma talagada para ver como fica,
Vai ver, endurece até mingau de capim,
Se tomar demais a coisa se complica,
Fere o bilau e arranca coro de xibica.
Trovador.
Jorge dirigia o carro com segurança pelas ruas com muito movimento naquele horário. Encostou o Mercedes na frente de um portão com gradil altíssimo de uma mansão em Santa Tereza que embora começasse a perder o status de bairro nobre ainda abrigava a nata da sociedade carioca. Desceram do veículo e um rapaz se aproximou cheio de ginga típica do povão para receber as chaves chamando Jorge de doutor e demonstrando conhecer o empresário, que era assíduo frequentador da mansão e comparecia a quase todas as festas, convidado pessoalmente pelo anfitrião que conhecia seus parentes e amigos na Europa.
O portão de entrada se abriu e o porteiro com uma reverência cumprimentou a todos fazendo um gesto estudado e gracioso indicando o caminho. Jorge dera o braço à Irene e fez o mesmo com Marcela, mas desta vez sem qualquer sinal de segundas intenções. Sabia que os empregados eram argutos e qualquer gesto mais ousado seria percebido por eles, o que colocaria sua história em dúvida e isto não seria conveniente, pois, geralmente falatórios de criados acabam chegando aos ouvidos do patrão e Jorge não podia ser pego em falhas que pudessem abalar a tão bem estruturada amizade com Marcos Sálvio Figueroa Rigth, o magnata da exportação de leite em pó para muitos países da Europa e com negócios bem sólidos nos Estados Unidos e Canadá.
Adentrara ao primeiro salão e Neide, a recepcionista loura, dona de uma agência que fazia este trabalho e era conhecida entre os ricaços do Rio veio em direção aos convidados, cumprimentando-os com simpatia e mostrando também conhecê-los, perguntou: - Quem é esta bela moça Irene? Irene respondeu: - é minha sobrinha, veio para estudar aqui e vai ficar morando em minha casa até se enturmar. Neide perguntou o nome e elogiou a beleza de Marcela, dando-lhe as boas vindas ao Rio e se afastando foi até a mesa de recepção, onde ela mesma anunciou os convidados com sua voz com timbre aveludado, como as anunciantes de aeroporto: - “O casal Sr E Sra. Carriso Lence e a sobrinha Sta. Marcela Núbia Droser”, Marcela se sentiu uma princesa.
Ela se sentiu uma princesa e os convidados da festa a viram como tal, logo para desgosto de Irene, duas moças aparentando a idade da moça se aproximaram e a convidaram para acompanhá-las ao bar e pegar uma bebida. Marcela que tinha sido recomendada a não falar muito para não dar bandeira, não se preocupou com as recomendações, pediu licença e as acompanhou. Jovens se apresentam com tanta facilidade: - “Eu sou Júlia e esta é Ana, e você? – Eu sou Marcela, caipira mineira na cidade grande” - as moças riram e simpatizaram logo com a simplicidade da moça, chegaram ao balcão do bar sortido de todo tipo de bebidas e pediram ao barman uma bebida, ela pediu refrigerante, mas as duas garotas insistiram para que ela tomasse caipvódica e ela aceitou.
VITAMINAS
Ô nina malvada não faça assim.
Precisa mesmo é de um bom caldo
Para então tratar melhor de mim,
Para isto eu vou lhe dar uma dica,
Ainda melhor que o chá de alecrim.
É uma mistura muito gostosa e rica
Tem óleo, vitamina, e casca de aipim,
Pra fazer suadeira é só colocar arnica
Mistura tudo com amor e amendoim,
Toma uma talagada para ver como fica,
Vai ver, endurece até mingau de capim,
Se tomar demais a coisa se complica,
Fere o bilau e arranca coro de xibica.
Trovador.