O Caso dos Vistanis Desaparecidos - Parte II - Rumo a Casa da Colina do Grifo
Chegamos a mansão Van Richten que era simples e ao mesmo tempo bem aconchegante. Havia três empregados, um cozinheiro e um mordomo. Dentro de um dos quartos havia um caixão e alguns livros na mesa bem como um jarro cheio de terra.
Provavelmente era material de pesquisa do doutor Van Richten.
Enquanto Nikolai brincava com seu fiel cão Strahd, veio em nossa direção um homem gritando palavrões de todos os tipos e passando por nós em alta velocidade. Falou sobre um surto de peste vermelha ocorrida dois séculos atrás e depois não mais se mexeu.
Nada como uma boa intimidada do capitão William Weathermay pra ele finalmente identificar-se.
Ele se chamava Maximillian Von Ludendorf ou simplesmente o doutor Max. Contou-nos que veio da Lamordia apenas para preservar a paz e que não para de pensar na tal da peste vermelha.
No entanto, esta aparente loucura tem razão de ser. O doutor Max era na verdade um humano que foi transformado em nosferatu e enfrentou vários surtos de peste na tentativa de curar os doentes tendo sua mente abalada por causa dessa situação.
Vareen viu a verdade em suas palavras e até tentou usar sua persuasão para que lutasse ao nosso lado, mas o clérigo falou bobagens demais e o doutor Max educadamente fez Vareen calar a boca.
O capitão também se aquietou e o nosferatu argumentou que detesta demonstrar sua própria natureza diante de estranhos.
Fomos então olhar o sótão que estava arrumado de forma impecável e vimos o nosferatu retirar-se provavelmente para recuperar suas forças.
A mansão tinha praticamente virado um albergue para os novatos da Sociedade Van Richten sentirem o conforto pela última vez antes do batismo de fogo e eu particularmente acho este lugar ao mesmo tempo estranho e interessante.
A noite foi feita uma fogueira no quintal da mansão e Caleb, Vareen, Nikolai e eu nos reunimos para discutir tudo o que aconteceu até agora bem como pensar na perspectiva sobre o que iriamos encontrar pela frente.
Depois, Vareen e eu fomos para nossos aposentos. Caleb ainda ficou mais algum tempo conversando com Nikolai e os dois barovianos cantaram uma estranha canção que os levou a nostalgia de tempos mais pacíficos.
Strahd ainda brincou com o paladino e lambeu-o com uma alegria incomum para um canzarrão considerado perigoso. Caleb sorriu para o cachorro e ele e Nikolai foram para seus respectivos aposentos.
A noite caiu e todos nós dormimos tranquilamente sem sustos nem pesadelos.
No dia seguinte, tomamos o café-da-manhã mordentino que é uma delícia. Só Vareen repetiu o café e o pão umas três vezes. William tomou seu chá e Nikolai deu comida na boca de Strahd.
Tenho que admitir que o café-da-manhã de Mordent é infinitamente superior a de Dementlieu. Também pudera, o único alimento que cresce lá são as batatas e francamente estou muito enjoado de comer isso.
Depois do desjejum, um patrulheiro entregou uma carta a Vareen com informações muito importantes sobre o caso dos Vistanis desaparecidos.
Nela fala que a relação de Vistanis desaparecidos aumentou nos últimos dias e alguns que escaparam passaram por várias cidades como Steedwall e criaram acampamentos próximos a Mordentshire.
Nas estradas do sul, nada foi encontrado. Caleb, Vareen e eu chegamos a conclusão de que sofreram, a princípio, um ataque do temido Conde Vlad Drakov, o lorde negro da Falkóvnia que deseja subjugar todos os domínios existentes e mesmo com seus constantes fracassos nas campanhas, ele ainda não desistiu de seu intento.
Nós decidimos ir com William, embora no meu íntimo ainda desconfiasse das intenções dele e de Nikolai para conosco. Não por culpa deles, mas devido aos traumas que sofri em Dementlieu, acabei tendo dúvidas da lealdade das pessoas.
Com o tempo, descobriria que minhas desconfianças eram infundadas e tanto o capitão como Nikolai acabaram sendo aliados valorosos para nós.
Nikolai então foi para o caminho oposto e nós nos preparamos para investigar esse incidente.
E partimos rumo a Mordentshire.
Para ser mais específico, rumo a Casa da Colina do Grifo.