Derradeiro ensejo
Era um inverno extremamente rigoroso nas terras de Eruth. A nevasca vinha intensa, cobrindo impiedosamente as grandes montanhas, florestas, vilarejos e as grandes capitais. Era impensado para qualquer um sair de sua moradia devido ao tamanho perigo que a pesada nevasca impunha sobre a região. Porém, em uma casa no recôndito de uma floresta, situada a leste do reino de Korhat, o mais poderoso império de tora Eruth, se aventurava mata adentro o veterano de guerra, Hedros, em busca de alimento.
Por ter sofrido, durante muitos anos de sua vida, árduos treinamentos militares, Hedros possuía diversas técnicas para resistir as adversidades que a natureza lhe impunha além de estar devidamente equipado para suportar o violento frio, calçando grossas botas de couro, um pesado casaco de pele de urso branco, luvas de malha de aço envolta por lã de cordeiro negro, além, claro, de estar vestido com suas cotas de malha de cobre para se proteger de um eventual ataque. Andava sempre com sua espada curta de fio duplo, porém em formato de foice, com um chanfro saliente na ponta, também devidamente afiado, que servia para perfurar, não só horizontalmente como verticalmente. Também andava com seu arco composto retesado com tendão de búfalo da montanha, que era o mais resistente e difícil de esticar, ainda mais num arco composto, porém a tensão que o conjunto gerava, garantia que suas flechas, com pontas de ferro polido e penas de condor, voassem numa velocidade monstruosa em linha reta, ou alcançasse enormes distâncias, quando lançadas em ângulo.
Tais equipamentos ele mesmo que fez, durante seus anos como guerreiro, e a dedicação que ele empregara em seus equipamentos somado a suas grandes habilidades em combate, o tornaram imbatível nas guerras. Hedros, o terrível. Não porque era sanguinário, pelo contrário, porque era decidido e focado em sua missão, e quando enfrentava seus inimigos, não havia rodeios. Um golpe, e fim de luta. Uma flechada certeira no rei inimigo que se escondia no alto da montanha, e fim da guerra.
Essa experiência ele sempre manteve para todos os momentos da sua vida, pois ele não guerreava o tempo todo. Era decido, era confiante e não temia cometer erros, pois sabia como corrigi-los quase que instantaneamente, e mesmo aposentado, nunca deixou de manter tal postura. Sempre decidido, sempre confiante, sempre firme e valente.
O único detalhe é que Hedros se aposentou com 38 anos, apenas, na mais perfeita saúde inclusive.
Na floresta, ele se camuflava na neve, mirando um cervo para caçar. O mesmo estava dentro de sua toca, se protegendo da nevasca, mas ele sabia que, se ele fosse caçá-lo dentro de seu abrigo, o animal sentiria sua intensão a distância e fugiria, e em matéria de habilidade de corrida, mesmo na densa neve, o cervo ganharia de Hedros. Então seu plano era esperar a nevasca parar e usar o gelo como cobertura para que, quando o cervo ficasse perto dele, ele o atacaria. Isso poderia durar dias, mas Hedros estava preparado para isso. Já se submeteu a tal processo permanecendo imóvel por sete dias para conseguir uma caça.
Mas não precisou de tanto tempo assim. Em quinze horas a nevasca já havia parado, e paulatinamente toda a vida secreta daquela floresta começava a se mostrar. Via-se alguns pássaros, alguns roedores, alguns felinos perambulando por lá, mas o alvo dele era o cervo.
Não demorou muito para o animal alvo sair de sua toca para buscar alimento. Devido a enorme camada de gelo, não havia grama aparente que ele pudesse comer, mas por se tratar de um animal acostumado com o gelo, o cervo começou a cavar, com seu focinho, a neve para desenterrar a folhas que o alimentavam. Cada vez mais ele ia chegando perto de Hedros, que já começava a se preparar para sair de seu esconderijo e, num rápido movimento, pegar a flecha que está em sua mão, retesar o arco e atingir o cervo. Tinha uma chance apenas. Se errasse, não teria comida.
Quando o cervo chegou na área de atuação de Hedros, este saiu de seu esconderijo e, instantaneamente, o cervo começou a correr. Num movimento preciso e extremamente rápido, Hedros esticou seu arco, apontando a flecha com um leve desvio, previamente calculado em função da direção de fuga do cervo, e disparou, e, em menos de um segundo, a flecha atingiu a nuca do cervo, com a flecha trespassando pela sua boca. O animal morrera instantaneamente.
Hedros respirou aliviado que seu plano dera certo, pois, mesmo com todo seu preparo, existia um grau de sorte nas suas ações que podiam ser imprevisíveis, que poderiam leva-lo ao insucesso, além, claro, do desgaste físico que teve que sofrer para que tudo saísse como articulado.
Ele foi em direção ao cervo inerte na neve, porém, sua aguçada audição percebeu uma ínfima, mas estranha perturbação sonora, que o fez virar seu corpo, retirando rapidamente sua espada da bainha e largando o arco no solo congelado, em postura de combate pois sabia que poderia ser algum inimigo a espreita. Não precisou demorar muito, pois seu adversário estava na sua frente.
Era um homem, com uma fisionomia muito parecida com Hedros, porém com cabelos bagunçados, roupas desarranjadas, olhos descerrados, quase saltados, e um sorriso alienado, parecia alguém com desarranjo psicológico, prestes a fazer algum incomum e perturbador.
- Ora, ora. Se não é o grande Hedros, o terrível – disse o estranho, com a voz bem gutural, e após isso, gargalhou.
- Quem é você, estranho – perguntou Hedros apontando firmemente sua espada em direção ao suspeito homem – Recomendo que meta-se com sua vida se quiser viver, pois não estou para brincadeiras.
- Ui! Que medo – o estranho esnobou-o – Acho que eu não posso provocar Hedros, o maior guerreiro de Eruth, que salvou Korhat da destruição contra o poderoso Nádharuz, senão serei massacrado – fingiu choro, depois voltou a rir loucamente.
- Não perguntarei novamente. Quem é você? – Hedros ameaçou – Se não for responder, suma daqui.
- He he he. Você é tão perigoso... – então o olhar do estranho ficou ainda mais assustador e, sua voz se tornara ainda mais grave, agora, apresentando ainda mais ameaça que Hedros – Mas será que tem tanta coragem assim sem sua espada em punho?
Então ele ergueu seu braço direito e, repentinamente a espada de Hedros saiu de sua posse, como se tivesse sido fortemente puxada de sua mão, e ela ficou levitando a sua frente, deixando-o assustado com aquela situação inusitada.
- Preste atenção em mim! – gritou o estranho, gesticulando sua mão esquerda fortemente para frente, como se fosse um empurrão, e um golpe violente de ar atingira Hedros que o arremessou para longe, em direção um grande carvalho, fazendo-o colidir com suas costas nele e cair no chão de neve desnorteado – Queria tanto saber quem sou, então direi meu nome. Sou Sordeh... seu pior pesadelo – Sordeh disse isso pausadamente enquanto ia em direção de Hedros.
- Que... demônios é... você? – disse Hedros com dificuldade devido ao forte impacto que sofrera.
- Sou fruto de alguma coisa da qual não te interessa – Sordeh riu – O que interessa é que preciso de você morto para ficar ainda mais poderoso – e nisso, a espada que ainda flutuava, se tornara flamejante, e ficou apontada em direção a Hedros, que, mesmo hesitando, puxou um fação como arma de defesa. Não permitiria morrer sem antes lutar dignamente.
- Você vai se defender com uma faca! – então Sordeh gargalhou mais ainda – Pois bem. Prepare-se para morrer!
Quando a espada ia em direção a Hedros como uma flecha, um clarão forte surge repentinamente, e dele surge um rapaz que atinge a espada com uma outra que tinha em mãos e, logo em seguida, aponta uma estranha pedra que se ilumina fortemente e dispara uma rajada de raios contra Sordeh que é atingido e cai desnorteado no chão aos berros.
- Des... Desgraçado...! – diz Sordeh, debilitado.
- Mas... quem... – Hedros estava impressionado e confuso ao mesmo tempo com todo o ocorrido.
- Não temos tempo. Vamos! – o rapaz pegou a mão de Hedros, e o mesmo clarão que o trouxera, os levará para outro lugar longe daquela floresta.
- Seu... intrometido... Não pense que escapará... de mim – disse Sordeh antes de tombar sua cabeça na neve, desmaiando.
O clarão surge em um outro lugar, desovando Hedros e o rapaz n’algo que parecia uma caverna profunda e grandiosa, com imensos estalactites e estalagmites que pareciam colunas de sustentação daquele imenso recinto. Hedros estava desnorteado, já não entendia mais o que estava acontecendo e pensou estar delirando. Talvez o frio intenso tivesse mexido com seu cérebro e fez sua razão se desgraçar. Quando ele se vira para o rapaz para pedir satisfação, se choca ao ver aquele rosto tão familiar.
- Lethus... não é... possível... – os olhos de Hedros marejaram.
- Sim pai. Sou eu – Lethus respondeu.
- NÃO! NÃO! VOCÊ E SUA MÃE MORRERAM! ISSO NÃO É POSSÍVEL! – Hedros entrou em desespero, decaindo de joelhos aos solo, com a mão no rosto para amparar seu rosto cujos olhos derramavam lágrimas como uma fonte abundante – Não... Devo estar ficando louco...
- Não pai – disse Lethus – Olhe para mim. Sou eu mesmo. Lethus.
- Você morreu... Eu os vi mortos... Eu os enterrei... Foi a pior coisa que fiz na vida... – Hedros enxugou suas lágrimas e respirou fundo para tentar controlar o titubear de sua voz – Quando Nádharuz atacou Korhat eu tive que escolher entre lutar contra ele ou levar vocês para um lugar seguro... mais seguro que... o porão de nossa casa. Nádharuz iria destruir tudo se eu não ajudasse a lutar. Talvez toda Eruth... Eu lutei com muita bravura, não só pelo reino, mas para conter o perigo contra vocês – Ele pôs as duas mãos na testa e escorregou-as pelos cabelos, como quem quisesse segurá-los – Não fui competente o suficiente. Ele lançou uma enorme bola de fogo contra a área onde ficava a nossa casa. Confesso que o horror de ver tamanha destruição e a possível perda me deu forças para derrotar Nádharuz. Porém meu medo se tornou realidade ao ver que tanto você como sua mãe haviam morrido naquele ataque.
- Eu sei dessa história, pai – disse Lethus – Eu te entendo.
- Não! Você não entende! A minha cabeça parece uma grande tormenta! Como posso saber que você é real? Que isso não é uma alucinação? Um devaneio? – Hedros se desesperou.
Então Lethus apertou o ombro esquerdo de Hedros, que gritou de dor. Só então, que Hedros havia percebido que seu obro estava sangrando.
- Porque esse ferimento é real. Sua dor física é real – disse Lethus – Não temos muito tempo pai, então vou te explicar logo o que está acontecendo.
- Certo. Vá em frente.
- Você consegue prever o futuro? – perguntou Lethus.
- Não. Não sou adivinho.
- E se eu te disser que o futuro, diferente do que muitas pessoas dizem, ele não é incerto?
- Aonde quer chegar?
- Diferente do que você pensa, as escolhas que você toma na sua vida fazem com que você tenha consciência apenas de uma das ramificações do futuro. Porém isso não elimina todas as outras ramificações das quais você não escolheu. Todas elas existem. Todas elas têm vida.
- Como assim? – Hedros indagou confuso.
- Significa que eu pertenço a ramificação do futuro ao qual você escolhe priorizar a proteção minha e da minha mãe.
- Pelos Deuses... – Hedros começou a debulhar em lágrimas novamente, então abraçou seu filho com muita força – Lethus! Não acredito que você está vivo! Mas... E Korhat em sua realidade?
- Infelizmente, foi como você acabara de dizer – lamentou Lethus – Nádharuz a destruiu. Você, após nos deixar num lugar seguro, voltou para a batalha, mas não conseguiu suportar o poder de Nádharuz e sucumbiu junto com o reino. E em pouco tempo, aquele monstro devastou Eruth e não sobrou nada. Minha mãe morreu doente e eu nada pude fazer para salvá-la. Desde então venho tentando encontrar uma forma de impedir esse monstro, porém era impossível mediante a tamanho poder. Então busquei uma forma de estudar magia e encontrei sobre a Pedra do Destino, justamente a pedra que tem propriedades mágicas para dar ao usuário a possibilidade de modificar a própria ramificação do futuro, vivendo uma nova escolha numa nova realidade. Foi difícil encontra-la, mas aqui está – Lethus a mostrou para Hedros uma pedra brilhante que emitia uma luz dourada, que o deixou vidrado em seu tilintar.
- Ela é... magnifica...
- Eu já usei ela, porém nunca consegui entrar em contato com um futuro diferente da destruição de Korhat – disse Lethus – isso porque o que garante tal futuro é a sua decisão de lutar prioritariamente contra Nádharuz – então ele entregou a pedra para Hedros – Portanto, é necessário que você determine o futuro ao qual você quer viver. Basta desejar e você estará vivendo essa linha temporal. Escolha aquele ao qual você luta e vence Nádharuz,... salvando a todos nós. É necessário antes de Sordeh apareça, pois ele quer roubar essa pedra e nos matar.
Então Hedros olhou atentamente a pedra e apertando-a como se fosse a coisa mais importante ao qual possuía, disse a Lethus.
- Desculpe, Lethus. Eu lutei a minha vida inteira em prol de Korhat, pois tinha-a como meu lar e seus habitantes a minha família. Porém, quando perdi vocês, percebi o quão incapaz era por não conseguir proteger a minha família mais íntima. Derrotar Nádharuz não foi honroso. Foi sórdido, pois tinha ódio dele e queria vingança. Por isso que me aposentei logo em seguida e fui viver na floresta. Pelo menos lá, esse ódio não voltaria a despertar em mim e jamais carregaria mágoas de Korhat pela minha perda – então ele ergueu a cabeça, com os olhos fechados e continuou dizendo – Não, Lethus. Se tem a possibilidade de viver uma escolha que existe, então viverei aquela cujo não lutarei contra Nádharuz. Constituirei minha família e logo em seguida sairei de Korhat antes mesmo do ataque daquele demônio acontecer, talvez, até, sair de Eruth e ir para outro continente. Não quero mais lutar, apenas quero minha felicidade de volta...
Então, repentinamente, Lethus atravessa sua espada nas costas de Hedros, atingindo em cheio seu coração, fazendo-o soltar a Pedra do Destino enquanto agonizava por entre a lâmina de seu filho.
- Perdão... pai... – disse Lethus choroso.
- Filho... – foi a última coisa que Hedros disse antes de morrer. Lethus pegou, com muito pesar, a Pedra do Destino.
Então uma risada maligna surgiu de fundo, mas Lethus não mudou sua posição de contemplação de seu pai morto.
- He, he, he. Desse jeito meu trabalho fica mais fácil – era Sordeh que havia chegado.
- Vá embora. Sordeh – disse Lethus sussurrando.
- Sordeh, Hedros. Tudo a mesma coisa – Sordeh disse aos risos.
- Por que você escolheu o poder? – disse Lethus com raiva – Por que você sempre escolhe os caminhos que não levam a destruição de Nádharuz?
- Mas eu escolhi. Você que sempre quer mudar essa realidade se intrometendo em minha decisão.
- Eu quero viver junto com a minha família num mundo de paz, não num mundo caótico! – esbravejou Lethus – Mas você sempre escolhe abrir mão de seus valores para viver um apego doentio com nossa família!
- É mesmo, é? – Sordeh riu – E você, Lethus. Não teria você o mesmo apego ao ponto de enlouquecer seu próprio pai voltando da morte e dizendo uma bizarrice sobre realidades paralelas que existem e estão vivas independente da minha escolha e, se eu quiser, por causa de uma pedra, posso viver qualquer realidade que eu queira? He, he, he! HAHAHAHA!!!! Acha mesmo que eu não ficaria sempre louco toda vez que você viesse com essa história? Vê-se que ainda é uma criança, apesar da sua idade.
Aquilo que Sordeh havia dito, fizera Lethus se calar. Dessa vez não era capaz de contradizer seu pai, pois, de fato, nunca tinha pensado nessa possibilidade dita por ele.
- Se eu pudesse te matar – disse Sordeh – te mataria. Mas sou fruto da sua escolha, e a magia da pedra me mataria se assim o fizesse. Mas saiba, Lethus, que sempre que você tentar modificar a realidade de um novo eu, eu irei fazer de tudo para provocar a loucura nele, pois o que eu quero é o poder da Pedra do Destino, já que ter o poder que tenho foi pouco pelo que eu um dia escolhi, hahahaha!!!!
- Você tem razão. Pai – disse Lethus apertando com força a pedra contra seu peito – Você tem razão. Sua escolha sempre foi a correta, lutar por Korhat, pois ela sempre foi sua família. O destino da guerra não estava em suas mãos, mas a decisão de lutar. Minha realidade precisa ser vivida por mim, assim como a sua, mediante aos nossos valores, e não ao nosso egoísmo – então ele olhou para a Pedra do Destino e a contemplou – O poder dessa pedra, em mãos erradas, destrói nossa existência. Não é a toa que apenas magos podem utilizá-la.
- O que pretende fazer?
- Irei para a realidade onde nunca encontre tal pedra e que descubra outra forma de derrotar Nádharuz. Pelo bem de Korhat. Pelo bem de Eruth – então a pedra começou a brilhar fortemente, iluminando tanto Lethus, como Sordeh.
- O que? O QUE É ISSO? – Sordeh gritou desesperado.
- Não encontrando essa pedra, você deixa de existir, e todas as ramificações voltam ao normal.
- NÃÃÃÃOOOO!!!! – gritou Sordeh enquanto desaparecia na luz.
- Adeus pai. Perdoe-me por tudo. Seguirei seu exemplo de ser valoroso – disse Lethus.
Depois de um forte clarão, Hedros abre os olhos rapidamente, zonzo. Estava de pé, ao lado do cervo que acabara de matar, mas a queda de pressão o fizera ajoelhar no chão para se recuperar. Se sentia estranho, pois era como se estivesse vivido uma experiência que não soubesse explicar sobre o que se tratava. Lembrava de seu filho, que havia morrido na guerra contra Nádharuz, mas não sabia porquê.
Depois de algumas horas para levar a caça até sua cabana, Hedros foi até um pequeno altar que tinha que possuía pequenas esculturas de barro que representavam sua esposa e seu filho Lethus. A dor da perda foi muito grande, e a confusão de seus sentimentos o fizera escolher se aposentar para poder dissipar suas paixões. Não queria se corromper, pois era um guerreiro e poderia ser perigoso para Korhat. Mas, estranhamente, tais sensações estavam mais atenuadas. Não sentia o pesar e a culpa pela perda de sua família. Ele sabia que, se escolhesse perder tempo escolhendo um lugar seguro para protege-los de Nádharuz, seria impossível derrota-lo posteriormente. Era necessário lutar para derrota-lo o quanto antes, e ele sabia que, um dos riscos, era perder sua família no processo.
Só não imaginava que seria tão difícil suportar o impacto da perda.
Porém a leveza tomará conta de seu coração, e apenas lembranças boas vinham em sua mente a respeito de sua família. Talvez não fosse necessário se aposentar. Apenas tirar umas férias.
Estava decidido. Assim que a primavera nascesse e a neve derretesse, Hedros iria se alistar novamente.