A mão estendida do comandante apontava a direção do embarque.
— Bem-vindos ao navio mais seguro que o homem construiu. Nem Deus afunda o Sutton Hoo.
— De Deus não se zomba, replicou baixinho, Daniel.
— Não gostei dos modos do comandante.
— Que modos?
— Esquece, Ravenala.
O comandante continuar a recepcionar os passageiros:"Venham realizar o melhor sonho de sua fantasia. Conheçam o mundo que poucos humanos têm a oportunidade de ver.
— Bem-vindos a bordo — disse a comissária em cujo casaco, podia ver-se duas divisas e uma medalha dourada na lapela.
— Aquela marinheira te olhou de modo diferente, resmungou Ravenala.
— Para Ravinha...
Ravenala e Daniel ocupam o camarote que outrora pertencera ao rei Sigebert. Viajaram sete dias e sete noites, encantados com o entardecer em alto mar: Montanha de águas se elevam e se quebram barulhentas chocando-se com o costado do navio.
Durante os primeiros dias, navegaram sem maiores problemas, nada mais do que um susto, para ‘marinheiro de primeira viagem’. Mas... No sétimo dia, naufragam.
Nadaram durante muitas horas, agarrados nos destroços do navio, até alcançam a praia.
— Meu bem, não te desgarraste nem por um momento, de sua maleta. Não te preocupas em salvar minha vida?
—Sem a maleta não poderei salvar a ti nem a mim mesmo. Aqui estão meus inventos, e algumas peças que podem tirar-nos de uma ilha deserta.
— E quem disse que quero sair da ilha? Vamos procurar alimentos, construir um abrigo e família.
— Criar um novo mundo?
— Digamos um mundo novo! Sem violência e sem guerra. Não aguento mais o inferno em que se transformou a vida na cidade. Dou glória a Deus pelo naufrágio, que salvou nossas almas do inferno.
Daniel não questionou, de fato, aquele inferno ele conhecia:
Parapapapapapapapapa.
Vila Isabel faz festa. O helicóptero da Polícia Militar, foi abatido. Os jornais dão notícias que atraem mais bandidos para o mundo do crime, mostrando que vale a pena estar fora da lei. E os meios de comunicação televisiva mostram o apogeu, e a fama de artista dos gêneros musicais fazendo apologia ao crime.
***
Adalberto Lima, trecho de "Estrela que o vento soprou."
— Bem-vindos ao navio mais seguro que o homem construiu. Nem Deus afunda o Sutton Hoo.
— De Deus não se zomba, replicou baixinho, Daniel.
— Não gostei dos modos do comandante.
— Que modos?
— Esquece, Ravenala.
O comandante continuar a recepcionar os passageiros:"Venham realizar o melhor sonho de sua fantasia. Conheçam o mundo que poucos humanos têm a oportunidade de ver.
— Bem-vindos a bordo — disse a comissária em cujo casaco, podia ver-se duas divisas e uma medalha dourada na lapela.
— Aquela marinheira te olhou de modo diferente, resmungou Ravenala.
— Para Ravinha...
Ravenala e Daniel ocupam o camarote que outrora pertencera ao rei Sigebert. Viajaram sete dias e sete noites, encantados com o entardecer em alto mar: Montanha de águas se elevam e se quebram barulhentas chocando-se com o costado do navio.
Durante os primeiros dias, navegaram sem maiores problemas, nada mais do que um susto, para ‘marinheiro de primeira viagem’. Mas... No sétimo dia, naufragam.
Nadaram durante muitas horas, agarrados nos destroços do navio, até alcançam a praia.
— Meu bem, não te desgarraste nem por um momento, de sua maleta. Não te preocupas em salvar minha vida?
—Sem a maleta não poderei salvar a ti nem a mim mesmo. Aqui estão meus inventos, e algumas peças que podem tirar-nos de uma ilha deserta.
— E quem disse que quero sair da ilha? Vamos procurar alimentos, construir um abrigo e família.
— Criar um novo mundo?
— Digamos um mundo novo! Sem violência e sem guerra. Não aguento mais o inferno em que se transformou a vida na cidade. Dou glória a Deus pelo naufrágio, que salvou nossas almas do inferno.
Daniel não questionou, de fato, aquele inferno ele conhecia:
Parapapapapapapapapa.
Vila Isabel faz festa. O helicóptero da Polícia Militar, foi abatido. Os jornais dão notícias que atraem mais bandidos para o mundo do crime, mostrando que vale a pena estar fora da lei. E os meios de comunicação televisiva mostram o apogeu, e a fama de artista dos gêneros musicais fazendo apologia ao crime.
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Adalberto Lima, trecho de "Estrela que o vento soprou."