Inferno na Torre - Parte I - Enfim, Uma Missão!!
A viagem seguia tranquila e o interesse pelos nossos companheiros de viagem só aumentava.
O músico se apresentou como Alexander e logo fez as apresentações dos outros membros do grupo para nós.
Ficamos sabendo por ele que o misterioso guerreiro chamava-se Ivan e que ele era tão temido pelos seus inimigos que todos aqueles que ousaram enfrentá-lo foram mortos com apenas um ou dois golpes bem certeiros.
O condutor se chamava Nathaniel, que havia sofrido uma terrível tragédia ao perder sua família de modo brutal e tudo que era considerado de mau agouro causava nervosismo e desconforto nele.
Alexander tinha um talento nato com seu violoncelo e devido a isso, a viagem ficou bem mais animada com suas músicas.
Músicas essas que são capazes de fazer lembrar-se de tempos mais pacíficos e de sentir saudades de nosso lar levando-nos a uma emoção indescritível.
Foi então que Alexander começou a falar a respeito de certo observatório pertencente a um astrônomo já falecido.
Disse ainda que precisava de aventureiros corajosos para que ajudem a encontrar um pergaminho escondido lá.
Segundo ele, suas pesquisas o levaram a descobrir o tal pergaminho que revelaria poderes ocultos ou uma espécie de encanto mágico. Era sem dúvida um explorador muito famoso e respeitado por seus pares.
Durante a negociação dos termos desta missão com Alexander, Albert quis aumentar a oferta de nosso pagamento para 2000 peças de ouro, considerado justo por ele pelos custos astronômicos que tivemos na aventura anterior.
Mas Alexander estava irredutível em nos dar apenas 1000 peças de ouro e deu um sonoro não a proposta de Albert, a não ser que ele desafiasse Ivan a um duelo e o vencesse.
Albert não pensou duas vezes e aceitou o desafio de Alexander só pra levar uma das maiores surras da sua vida. Ivan era hábil com sua cimitarra e treinava todos os dias para aperfeiçoar suas técnicas de luta.
A luta foi rápida e apesar da sua perícia com a espada, Albert sentiu os efeitos de sua tolice e foi derrotado depois de levar alguns poucos golpes.
No final das contas, tivemos mesmo que aceitar a proposta de Alexander conformando-se com 1000 peças de ouro.
Ainda assim, Albert não desistiu de seu objetivo e quis vender as ferraduras que havia conseguido naquela caverna para Nathaniel na ânsia de conseguir um bom dinheiro.
Tudo em vão.
O mercador era muito esperto e Albert ficou ainda mais possesso ao saber que aquelas ferraduras não valiam nem mesmo 10 peças de ouro.
Depois de toda essa celeuma causada por Albert, Alexander nos chamou para uma roda de conversas com Myrymia relatando tudo o que nós passamos naquela batalha contra aquele terrível demônio com o bardo impressionado pelo nosso feito.
Falou ainda que a guilda onde ele faz parte é muito rica e os membros dessa guilda poderiam nos dar um aumento considerável da recompensa se tivéssemos sucesso na missão.
Myrymia, entretanto, começou a desconfiar das verdadeiras intenções do bardo e pediu um de seus instrumentos para verificar se nada havia de anormal.
Usou seus poderes e nada aconteceu.
A noite caiu e enquanto os outros dormiam, eu tinha começado a ler o diário que Alexander havia me emprestado horas antes e descobri relatos interessantes de suas aventuras por vários lugares da Europa e pela Rota da Seda onde lá entreteu o imperador chinês com sua música e sempre ao lado de Ivan que o protegia de todo e qualquer perigo que aparecia.
No fim do diário, algo me chamou a atenção. Ele havia desenhado uma estranha esfera com a palavra morte em letras garrafais. Não entendi direito o significado daquilo e tinha a esperança de que aquele tal pergaminho pudesse resolver esse novo mistério.
Uma coisa é certa: O nosso bardo não era tão inocente como aparenta e escondia um segredo terrível, mas como poderíamos acusa-lo de algo tão macabro sem provas concretas e sólidas?
Mostrei o diário a Myrymia e ela concordou com um aceno de cabeça confirmando suas desconfianças com relação ao bardo e ao misterioso guerreiro.
Entreguei o turno a meia-elfa e fiz minhas orações a Alá para que nos proteja de todo o mal.
No dia seguinte, durante nosso desjejum, ouvimos barulhos de passos e de estranhos grunhidos que ficavam mais fortes a cada segundo.
Um forte rugido foi ouvido e dois vultos enormes apareceram.
Eram ursos.
Que estavam famintos e prontos para nos atacar.
E nos devorar.