A beleza
Havia um homem sábio, destes homens reclusos, simples, isolado numa terra distante. Diziam que ele até previa o futuro. Onde ele vivia havia amplos progressos, quantidade enorme de pessoas que também almejavam conseguirem belezas inclusive a beleza física, enfim a beleza e riqueza uma maneira de serem felizes plenamente.
Jean, um jovem belo intrépido, também era amante da beleza, cultuava acima de tudo aquilo que era belo. Jean era amigo do homem sábio, sempre que podia passava naquela velha e aparentemente insípida casa do sábio, dizia brincando que gostava de jogar um pouco de conversa fora com o aquele enigmático ser. Um dia ele aparece e diz:
--- Então meu velho, na sua sabedoria me explique um pouco desta vida cheia de mistério. Quero viver a vida, aproveitar meus atributos, mas para isso terei que fazer uma mudança radical neste meu viver, veja bem, eu tenho o direito de procurar a felicidade, não é mesmo?
--- Lógico que tens este direito, mas porque queres fazer essa mudança, meu jovem amigo, responde o homem.
--- Olha, sou jovem ainda, casei, minha esposa também é jovem mas a rotina está fazendo minha vida enfadonha.
--- Sua esposa é amarga e triste?
--- Não, ela até que é meiga, bondosa, diz constantemente que me ama, só que está concluindo que cada dia que passa mais vou afastando dela. Vou ser franco, meu inteligente e sábio amigo já não vejo beleza na minha esposa, tenho contato com muitas mulheres lindas, exuberantes, cativantes, quanta tentação!... Não vai dar outra: a separação é iminente. Vai, diz aí, não me venha com esta de ver a beleza interior...
O sábio pensa, encara o moço fixamente, aquele caso parece mexer com ele realmente, mas num passo de mágica lhe vem uma luz, aliás, a alguns sábios sempre aparece uma luz providencial. Fala com uma aparente convicção:
--- Vou lhe propor duas saídas, meu rapaz. Pretendo te ajudar a salvar tua vida!
1.ª Aconselho a fazer: vá, procure não pensar na sua felicidade, procure uma maneira de que sua esposa não seja infeliz. Relembre o começo de suas vidas conjugais em que a felicidade parecia infinita, saboreie cada olhar cheio de ternura que ela teima em dirigir a você, embora cheia de tristeza sinta que talvez já tenha perdido todo brilho que despertava em ti, sua indiferença dando a entender que ela seja apenas mais um objeto seu, que você possa fazer o que quiser, até nos maus tratos. Tente esforçar em trata-la pelo menos como um ser humano, que precisa de carinho, atenção e é um dever de toda pessoa procurar o bem de outro, é tão verdade isso, que está escrito até no Livro Sagrado.
2.ª Se quiseres a todo custo só a tua felicidade, então abandone sua esposa. Lembre-te, o homem possui o livre arbitro, esta liberdade dá o direito dele procurar só a felicidade, de sair pelo mundo à fora procurando os prazeres que trarão “felicidades” a sua mocidade, sua beleza, sua saúde, meu rapaz te permitirá realmente conseguir o que almejares, mas...
Depois de optar por qualquer uma dessas saídas, daqui a alguns anos me procure novamente.
Jean sai dali da casa do sábio completamente desapontado. No caminho falava consigo mesmo:
--- Não sei o que ele quis dizer, ajudar a salvar a minha vida! Se uma das alternativas sugerida por ele que eu não quero.
No caminho para a casa o jovem Jean, cheio de vida, 31 anos, sentia uma coisa estranha, tudo que considerava primordiais: as farras, que fazia com os amigos, as "namoradas" parecia que ia perdendo o sabor. Chega em casa, Anne sua jovem e ainda bela esposa, mas triste, acostumada com as saídas e chegadas bruscas do marido, às vezes cheio de rancor, permanece com a cabeça baixa continuando seus afazeres de dona de casa. Naquele momento, o marido indiferente repara o quanto aquela sua esposa era especial, aproxima e a beija carinhosamente no rosto e diz:
--- Querida, estou cansado, vou deitar um pouco
--- Querida? Ele me chamou de querida!!!
Radiante a esposa Anne pensa sem parar.
Depois o amor floresceu, este sentimento magnífico tomou posse daquele lar. Uma linda menina nasceu. Crescia em formosura, um dia a família passeava feliz, Jean diz à sua esposa:
--- Vou levar vocês a um lugar muito especial.
E as levou direto à casa do sábio, aquele homem que a um bom tempo deu as duas saídas a Jean.
Chegando eles deparam com o sábio que nestas alturas já estava mais velho, o semblante ainda continuava com muita paz, bondade e sabedoria.
Iniciando a conversa, Jean foi logo dizendo:
--- De fato, meu amigo, ajudastes a salvar minha vida.
--- Sim, na verdade aquele que procura somente a sua felicidade, ele pode estar caminhando para a sua própria destruição. E tem mais, as belezas existem, o Criador as deixou à nossa disposição, responde o velho sábio.
No caminho de volta, Anne pergunta:
--- Querido, porque ele ajudou a salvar sua vida, e porque, falou nas belezas?
--- Ainda vou te contar. Jean fala feliz e encabulado. Falaria de uma das saídas que ele ele escolheu?