UM CONTO DE IRMÃOS, NUM PLANO DE AMIZADE!

Era uma vez...                                  
  
 Certa ocasião eu e um de meus irmãos (Luiz) adquirimos dois passarinhos de uma espécie muito interessante, os “AGAPORNIS”.
  Essa espécie de pássaros tem como características a beleza e as variações e nuances do conjunto da plumagem e além de serem interessantes, pois são muito espertos, brincalhões e têm um aspecto e feições parecidas com as de um papagaio, apenas bem menores fisicamente.
  O nosso bichinho, de nome “CACO”, se destacava quando o assunto era imitar outros passarinhos nativos do lugar e devido á perfeição nas imitações esses se achegavam, estando sempre rodeando a sua gaiolinha e pareciam sempre brincarem, no modo deles é claro.
  Um dia CACO, de tanto imitar aqueles e outros pássaros por quase todo um dia, fica ‘rouco’ e com o cantar tão grave atrai para perto, alguns sapinhos para baixo de sua gaiola.
  O outro, da família deste meu irmão se chamava “MISSO”, que por sua vez ele e CACO, também eram irmãos.
  MISSO também muito, mas muito esperto, também tinha outro atributo particular e diferente de CACO, MISSO saia e voltava de sua gaiola na hora que bem entendia.
  Poucos acreditariam no que vou descrever, não eu tenha duvidado do que meu irmão havia me contado em relação aquilo que MISSO fazia, mas sem que ele soubesse tive que perguntar para sua esposa e esta confirmou tal fato.
  MISSO abria a gaiolinha com sua patinha, sumia, sabe-se lá para onde e voltava perto do final do dia, e isso era todo “santo dia”.
  Para sanar esse problema, meu irmão sai de sua cidade (Treviso-sc) e vem á Siderópolis onde moro, distantes 13 quilômetros.
  Pois bem ele traz MISSO e juntos vão á uma loja, onde foi recomendado passar, pois nesta teria outra gaiola, muito reforçada e “IMPOSSÍVEL” de fuga, será?
  A preocupação de meu irmão era de evitar que MISSO, fosse surpreendido em fuga por outros animais maiores, pois a perda do bichinho tão estimado por todos, neste caso entristeceria toda família e isso posso confirmar, pois CACO em minha casa também já era um membro da família.

 
Voltemos á loja...

  Meu irmão se ‘atraca’ á conversar com o vendedor (Alceu) seu amigo e enquanto tagarelavam, MISSO sai de fininho, sorrateiramente pega a chave da sua futura nova gaiola e sai á procurar um chaveiro ali por perto.
  Depois de alguns sobrevôos encontra a oficina do Jorge Olivo (chaveiro) e a esperteza de MISSO foi tamanha que ao ver um cliente com uma porção de cópias para serem feitas, coloca a chave que tem presa ao bico misturada, junto àquele monte de chaves do tal cliente.
  Quando Jorge termina seu longo e criterioso serviço, MISSO malandro pacientemente escondido atrás de uma prateleira, dá um “rasante” e pegas suas chaves (original e cópia), saindo feito um doido de volta pra loja.
  Mas, nem precisaria tanta pressa, pois os dois tagarelas ainda permaneciam no balcão da loja, naquele papo que parecia não ter fim.
  Pois bem, MISSO esconde a cópia embaixo de sua asa e finge tudo estar normal (que tal, era esperto ou não o malandro de penas coloridas).

 
Tudo resolvido, resolvido?
Vamos ver só!

 
  “Meu irmão meio com pressa vem a minha casa e enquanto conversávamos MISSO aproveita e bate um papo” com CACO, seu irmão.
Ali combinaram algo que colocariam em prática e não demoraria muito... .


O plano...

  Passaram-se alguns dias e num belo dia de sol MISSO aproveita uma ocasião propícia e quando fica só, junta um bocado da sua ração preferida, pega sua chave secreta, abre sua reforçadíssima gaiola e “ganha o mundo”.
  Vai até a casa, ao encontro de seu irmão e amigo CACO, por em prática o plano que ambos combinaram.
  CACO já aguardando essa hora, chama “CICA” para ficar por perto.


Ah! Cabe aqui uma explicação...
 

  CICA é o nome de uma linda Cambacica, de quem CACO apaixonou-se depois de uma fiel e perfeita imitação do seu canto e neste caso a recíproca foi verdadeira, pois CICA também sentiu o mesmo por CACO.
  MISSO tinha que ser preciso e cuidadoso aguardando o momento certo para libertar CACO.
 

Enfim essa hora tão esperada chega e os três voam ligeiro, mas antes de partirem para longe MISSO precisa efetivar a última etapa de seu plano, que seria de ir buscar sua amada, uma encantadora CARDEAL chamada “MARGARITA”, provavelmente a razão e motivo de suas saídas secretas e diárias (faz sentido).
 
Reza a lenda que depois de tudo certo...

...os quatro voam para muito longe, pelo infinito azul até junto aos seus.
  Depois de alguns meses, LORO, um papagaio, vizinho de minha irmã diz saber o paradeiro de CACO e CICA, MISSO e MARAGARITA, mas depois de tanto tentar chantageá-lo o folgado papagaio, para isso não abre o bico. 
  Na verdade esta foi a forma menos sofrida que escolhi para enganar-me, preferindo ser assim esta “estória” e dessa maneira manter CACO e MISSO vivos em nossos corações para toda vida.
  MISSO e CACO eram dois passarinhos da espécie dos AGAPORNIS, de fato tinham as habilidades e características mencionadas neste conto e a ficção criada, intencionalmente enfeitada é meu presente para estes dois amigos-irmãos ou diria irmãos-amigos, tanto faz o termo, pois aquilo que os unem é verdadeiro e será eterno, tenho a certeza.


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