A Caverna do Horror - Epílogo - O Sonho de Myrymia
Myrymia, que raramente dorme, caiu em um sono profundo e acordou sobressaltada com um sonho terrível.
Ela convocou uma reunião de emergência no acampamento e relatou para nós seu sonho da seguinte forma:
“ - Eu me via de volta ao vilarejo naquela noite escura e ventosa onde ocorreram aqueles ataques brutais contra os aldeões. Vi aquela terrível criatura junto a seus lacaios raptando aquelas pessoas usando fendas dimensionais em meio a tempestade. A descrição que os aldeões nos deram sobre esse fato era verdadeira, pois a magia envolta naquele ambiente ocultava todos aqueles monstros nas sombras.
Composto de escuridão e medo, o monstro deleitava-se com o pavor das vítimas que absorvia adicionando seus rostos a sua coleção macabra de cabeças.
Entretanto, ele havia previsto nossa chegada ao vilarejo e pressentiu o poder mágico emanado por Corinna e eu.
O monstro ficou rondando pelas sombras até esperar o momento certo para atacar e assim que mostrou sua face horrenda para nós, acabou forçando-nos a um terrível dilema: ou deixar um inocente morrer e sair da caverna em segurança mesmo sabendo que iriamos ficar com a pecha de covardes pelo resto da vida ou morrer como heróis tentando salvá-la das garras desse monstro.
Optamos por lutar apesar de Cassandra tentar fugir e quase morrer por isto e graças aos nossos esforços combinados, conseguimos um grande milagre ao derrotarmos aquela criatura.
Mas no momento em que Albert desferiu o golpe fatal mandando o monstro de volta para sua dimensão, ele mandou uma mensagem de que um dia voltaria e cobraria nossas almas.”
Ficamos todos alarmados com o sonho de Myrymia, mas ao mesmo tempo sentimos também que um dia essa criatura tentará vingar-se de nós por frustrarmos seu objetivo que estava ao alcance da mão.
Melhor dizendo, do seu rosto.
No dia seguinte, despedimos dos alegres e aliviados habitantes do vilarejo e partimos pelas estradas da Europa em busca de novas aventuras e também tentar resolver nossas questões pessoais.
Atravessando um continente que nos rejeita de uma forma ou de outra.
Mas na hora da dificuldade, eles nos chamam para resolver seus problemas.
Logo nós que somos renegados por esse povo.
Renegados sim, mas mais unidos do que nunca.