A Caverna do Horror - Parte III - O Horror Encarnado
No dia seguinte, após um breve desjejum com nossas rações, partimos rumo a caverna juntamente com Elderath.
Graças as informações dadas pelo líder da aldeia, encontramos uma enorme montanha mas nenhum sinal de rocha falsa ou outro estranho mecanismo que poderia servir de alavanca para tal porta.
Então Myrymia tocou o paredão de pedra e sumiu como por encanto.
Na verdade, descobrimos que a própria parede tinha um fundo falso que levava para um largo corredor, em outras palavras, era uma ilusão de ótica exatamente como Elderath nos falou.
Corinna e eu ficamos de guarda na entrada da caverna enquanto os outros a exploravam. Só não podíamos prever que Elana fosse atrás de nós e nós dois tivemos mesmo que entrar na caverna para impedir que Elana fizesse alguma imprudência.
Assim que entrou, a garota levou uma reprimenda do velho líder do vilarejo devido a sua irresponsabilidade em nos colocar em um possível perigo.
A caverna era totalmente íngreme e no caminho dela existiam várias armadilhas escondidas que poderiam nos matar com um simples passo em falso. Graças a nossa perícia, contudo, conseguimos passar ilesos por elas e desabaram vários troncos e estacas da parede, revelando fissuras ao redor da caverna que iluminaram o ambiente.
Para desgosto de Albert e Cassandra, não havia tesouros valiosamente significativos nem nas salas nem tampouco no baú desgastado ao fundo.
Seguimos em frente até encontrarmos uma escada de pedra. Todos nós descemos cautelosamente mas Elderath não teve a mesma sorte e na queda, acabou quebrando a perna.
Corinna logo o curou com seus poderes e seguimos mais a frente até encontrarmos outra entrada que revelava a caverna principal. Elderath havia nos dito que tinha pouca coisa de valia exceto os pertences pessoais das famílias que sobreviveram ao ataque brutal dos saltadores.
Contudo, percebemos algumas sombras estranhas e ameaçadoras em cima de nós e ouvimos passos vagarosos do outro lado da caverna.
Ficamos atordoados com a desagradável surpresa que nos reservava.
Uma surpresa em forma de horrendas aranhas.
* * *
Eram aranhas de todos os tipos e tamanhos que desciam sobre nós como ondas gigantes. Uma delas atacou Cassandra e Albert matou a outra aranha sem dificuldades. Uma terceira atacou Corinna que resistiu ao ataque venenoso e outra derrubou Myrymia no chão com Albert cortando-a ao meio como um tronco de árvore.
Enquanto isso, eu tentava ajudar Corinna afastando a aranha com meus golpes tempo suficiente para que Cassandra despachasse-a com um tiro certeiro de sua besta.
Mas outras aranhas atacaram e feriram gravemente Cassandra e Albert que começaram a lutar para não perderem os sentidos.
A situação estava crítica para nós. Quanto mais derrotávamos as aranhas, outras vinham em seu lugar para nos atacar e deixarmos a beira da loucura até Myrymia ter a brilhante ideia de usar seus poderes para queimar os sacos com os pertences e assustando as aranhas, dando tempo o bastante para organizarmos nossa retirada.
Uma aranha ainda estava dependurada na armadura de Albert e eu a cortei ao meio para tirá-lo daquela situação.
Para nossa surpresa, o velho Elderath não sofreu um arranhão ou uma picada das aranhas e não tivemos escolha a não ser segui-lo.
Apesar da recomendação de Elderath de pisar o chão com cautela, Albert demonstrou o porquê de ser tão azarado e pisou num fundo falso onde a pedra caiu e selou as aranhas que nos ameaçavam.
Para um homem com a fama de azarado como Albert, foi uma sorte e tanto ter conseguido escapar da armadilha da caverna. Dá pra se dizer que ele mostrou um aperitivo do que faria mais tarde.
Seguimos adiante e entramos em outro segmento da caverna onde encontramos sete pessoas mais mortas do que vivas e todas estavam infectadas com a peste misteriosa.
Os efeitos da peste eram devastadores e Cassandra e Albert caíram doentes assim como Elana.
Continuamos nossa investigação e descobrimos que as aranhas eram a causa de tudo. A picada delas era muito venenosa e matava a vítima de forma lenta e agonizante.
No entanto, Corinna já havia neutralizado o veneno de Cassandra e Albert, curando-os depois de muito esforço. Principalmente com Albert que ainda estava entre a vida e a morte.
Nesse meio tempo, Myrymia havia detectado magia nos corpos e todos nós descobrimos uma porta trancada por magia negra.
A tranca era bem resistente e Cassandra tentaria destrancá-la nem que seja a última coisa que fizesse na vida.
Porém, não tínhamos tempo para planos.
Porque os cadáveres dos habitantes da vila se levantaram para nos atacar.
E nos matar.