A Caverna do Horror - Parte I – A Menina e Os Bandidos
Nós estávamos andando por uma espessa floresta ainda em busca de comida e também por alguma coisa mais emocionante a fazer quando deparamos com uma garota que estava bastante assustada.
Próximo dela havia um homem de aspecto sombrio e asqueroso que parecia muito com aqueles salteadores de estrada que roubavam os desavisados e defloravam donzelas sem a mínima piedade.
Albert e eu fomos atrás desse sujeito, mas o homem era mais rápido do que uma flecha e desapareceu na escuridão.
Então Corinna usou seus poderes mágicos para dar um pouco de comida a menina, que se apresentou como Elana.
Ela nos contou que estava procurando alguns valorosos guerreiros para que ajudassem a resgatar sua mãe que havia desaparecido misteriosamente.
Era difícil não aceitar uma missão de caráter honrosa e nós aceitamos de bom grado.
Quando queríamos saber algo mais dessa missão que Elana nos deu, aquele sujeitinho que havia fugido de nós como uma lebre fugindo do caçador voltou trazendo mais dois comparsas: um careca e barrigudo e o outro mais magro e alto.
O varapau, como Albert o chamou jocosamente.
Myrymia já tinha até mesmo planejado um movimento de pinça envolvendo eu e a meia-elfa de um lado e Albert e Cassandra do outro atacando com a combinação de golpes de espada, magia e flechadas a longa distância enquanto Corinna defendia Elana usando sua magia se fosse necessário. Se tudo corresse bem, os bandidos não saberiam nem quem os atingiu sendo cercados na hora e eles ou morreriam ou correriam assustados como ratos abandonando o navio.
Só havia um problema: Albert.
Graças a sua imprudência, o plano foi por água abaixo e não tivemos escolha a não ser enfrentarmos os bandidos com a cara e a coragem.
Eu saquei minha cimitarra e ataquei o varapau enquanto meu companheiro, digamos, discutia a relação com Katherine não conseguindo desembainhá-la.
A luta era feroz e trocamos alguns golpes. Myrymia mostrava seu grande poder através das suas mortais bolas de fogo e Albert e eu fazendo o que podíamos naquela situação.
Albert lutou como um louco, defendendo os golpes do gordo de porrete e os contra-atacando em seguida. Tenho que admitir que ele era muito resistente ao suportar os ataques de fogo de Myrymia e os golpes de Albert e ainda assim continuar lutando.
Foi nesse momento que o grito do bandido virou um miado e este acabou caindo no chão por uma flechada certeira no peito desferida por Cassandra.
Já o varapau não teve muitas chances contra mim. Mesmo com uma velocidade impressionante, não foi páreo para meu golpe que atravessou o peito e fiz o infeliz estrebuchar até a morte como um porco no abate.
O líder deles era fanfarrão demais e quis lutar contra todos nós. Já vi muitos desses em combates pelo Oriente Médio e quase sempre eles tiveram o mesmo destino: a morte.
E ele não foi exceção. Não sei se o parabenizo pela sua coragem ou pela sua tolice, pois Albert o liquidou praticamente com um só golpe.
Myrymia ainda tentou interrogar o fanfarrão, mas tudo que conseguiu ouvir de suas últimas palavras eram apenas coisas sem nexo de uma língua estranha sem dar informações mais detalhadas a respeito de Elana.
Albert ao menos ficou satisfeito com as cinco moedas de ouro, mas ao mesmo tempo aborrecido por querer mais sangue e violência não encontrando um inimigo digno de desafiá-lo.
Depois de Myrymia acalmá-lo com umas belas bofetadas no rosto, nós decidimos que a única coisa a fazer era levar Elana com segurança até seu vilarejo para resolvermos esse mistério.
A pedido de Corinna, fui a floresta para cortar algumas toras de madeira para o fogo e passamos um tempo refletindo o porquê da menina ter ido sozinha aquela floresta mesmo correndo risco de ser estuprada e morta.
A coisa parecia bem simples. Nós levaríamos a garota até a vila, sairíamos para resgatar sua mãe, ganharíamos um bom dinheiro e seguiríamos nossas jornadas pessoais com as bênçãos de Alá e Meliteli.
Mas os destinos não seriam tecidos dessa forma e mal sabíamos nós que o pior ainda estava por vir.