O VERÃO...
Lia foi passar as férias no rancho dos seus avós, numa be-la e tranquila tarde cavalgava tranquilamente em seu cavalo presente do seu pai, estava de férias e não tinha pressa para chegar na hora marcada, ali não se usava relógio nem olhavam calendário.
Os dias se arrastavam convidando a parar para observar as belas paisagens, tomar banho nas águas calmas do rio e ficar o resto do dia na rede lendo um livro ou ouvindo causos dos camponeses.
Ali no rancho tinha de tudo que se precisava para se viver bem e feliz, plantações de milho, feijão, frutas e legumes, seu avô criava gado, ovelha, cabras, porcos, galinhas e seu estimado cavalo.
Ali era o mundo que ela desejava viver longe do barulho e violência da cidade grande, a vida ali era calma deitava cedo e acordava com o canto de passarinhos, o cheiro de pão fresquinho o café sendo coado e o radinho do avô tocando aquela música caipira dava um aconchego na alma que só quem vive tudo isso sabe descrever.
A tarde estava fresca, fazia mais de duas horas que cavalgava sendo levada pela sabedoria do seu cavalo sem precisar guiar.
De repente o cavalo refugou, assustou-se saindo do seu devaneio, quando atentamente olhando para a estradinha viu uma enorme cobra atravessando pacientemente como se estivesse desfilando na mais calma avenida.
Dava para notar pela distância que era uma serpente que só tinha em terrenos de tabuleiro com certeza estava se mudando para outro local ou saiu à procura de alimento. Mas como veio parar aqui? De onde viria aquela enorme cobra? Pelo que seu avô dizia aquele tipo de serpente não existia naquela região fria. Esperou vários minutos até que a cobra gigante sumisse no meio da vegetação, apertou o passo e retornou para o rancho terminando ali o seu passeio, não queria dar de cara outra vez com aquela monstra.
Precisava falar com o avô e foi direto para o curral onde ele vacinava alguns bezerros, ao relatar o que havia acontecido o avô sorrindo disse que se tratava de uma cobra mansa que adorava águas mornas e como ali tinha muitos lagos ela com certeza passeava de um lado a outro trocando de residência.
Lia não sairia mais aquele dia mesmo sendo uma cobra mansa ela havia ficado apavorada, com certeza se a encontrasse saberia esperar a sua passagem e não interromper o seu passeio.
Autoria Irá Rodrigues