A Caverna do Horror - Prólogo – Quem Sou Eu e Como Conheci Meus Companheiros

Aqueles que porventura encontrarão este diário conhecerão um pouco de minha conturbada história e como conheci meus companheiros de aventuras.

Meu nome é Rashid Al-Zarkawi e sou adepto de Alá.

Não me recordo muito bem de minha infância a não ser que andei de cidade em cidade fugindo dos cristãos que queriam nos matar apenas por sermos, segundo eles, infiéis que mereciam estar no inferno e que sujam a terra com sua presença vulgar e nojenta.

Graças a Alá, sobrevivi a todas as escaramuças feitas por aqueles que se acham donos do mundo e da verdade, que foram responsáveis pelo estupro e assassinato de minha mãe.

Depois de sofrer essa terrível tragédia, segui com minhas andanças pelo deserto e lá fiquei sabendo que um homem havia unificado todas as tribos jurando recuperar todas as terras usurpadas pelos cristãos.

Seu nome era Zaid Al-Rifai e ele era um líder aclamado e respeitado por todos.

Certa noite, lá estava eu mais uma vez fugindo das milícias cristãs quando vi um homem bem-vestido sendo atacado por um assassino.

Não tive dúvidas, saquei a espada e o matei com um só golpe, salvando-o da morte certa.

Qual foi a minha surpresa que o homem que tinha salvado da morte era nada mais nada menos que o próprio Al-Rifai.

Ficou tão impressionado com minha habilidade com a espada que me convidou para fazer parte de sua guarda pessoal entrando em seu exército.

Depois de anos de treinamento em combates simulados e também mental, principalmente na leitura e escrita, finalmente lutei em batalha.

Matar aqueles desgraçados foi prazeroso para mim.

Vi meu senhor matar o mais fanático deles e poupar a vida daquele mais moderado que desejava apenas a rendição honrosa.

Ali tinha percebido que a palavra era a lei.

O ponto culminante foi quando entramos nas cidades tomadas por eles e fomos saudados como libertadores pelos habitantes que desejavam apenas ser livres do tormento cristão.

No entanto, ainda faltava alguma coisa muito importante que era descobrir mais sobre meu passado e pedi a Al-Rifai que me dispensasse do exército.

Afinal, tínhamos garantido a paz para aqueles povoados e ali eu seria apenas um mero burocrata.

Ele, compreendendo minha situação, me entregou 1000 peças de ouro para minha nova jornada.

Antes de partir, ele me deu um último ensinamento dizendo estas frases:

- Rashid, a palavra é tudo. Cumpra a sua não importando se os outros a farão. Só assim você ganhará o respeito e a confiança de todos.

Depois que parti do Oriente Médio, andei pelas estradas da Europa e até mesmo fiz parte de uma legião de mercenários que agia nas cidades fronteiriças matando bandidos por um bom dinheiro.

Embora não precisasse disso, a proposta foi tentadora demais para rejeitá-la.

Lá conheci um guerreiro tão hábil na espada como eu, senão melhor.

Ele se apresentou como Albert Walker dizendo ser de uma terra desconhecida e ter um passado tão obscuro quanto o meu.

A primeira impressão que passou para mim é que ele era um autentico viking, com uma altura impressionante e a barba por fazer que intimidava os bandidos.

É um bom sujeito, mas adorava uma briga como ninguém e mais do que isso, ele não dispensava sua cantada com qualquer mulher que cruzava nosso caminho e isso nos causava muitos problemas.

Mal sabia eu que por causa de uma dessas cantadas, acabei conhecendo o restante dos meus companheiros, quero dizer, de minhas companheiras.

Durante uma de nossas missões, descobri que um daqueles mercenários era cristão e que havia lutado contra mim na guerra.

Assim que vi aquela cruz, a minha raiva havia manifestado de forma contundente. Eu o soquei no rosto e ele revidou com um pontapé na barriga.

Por Alá, foi a pior coisa que fiz na minha vida. Fui cercado pelos seus amigos e levei uma surra daquelas de deixar nocauteado por dias. Só não morri graças a intervenção de Albert, que havia acabado com todos aqueles mercenários com uns poucos golpes.

Por causa desse incidente, Albert e eu acabamos expulsos da legião e condenados a vagar eternamente pelos vilarejos da Europa lutando pra sobreviver em um lugar hostil e inóspito.

Meio a contragosto, acabei dividindo com Albert as tâmaras que levava em meus bolsos como agradecimento por ter me ajudado naquela situação crítica e depois de muito perambular, dormimos em uma clareira.

Fiquei perplexo quando no dia seguinte, Albert e eu descobrimos que nossos pertences haviam sido roubados por uma ladra que tinha facilmente seduzido meu bom amigo.

Essa ladra misteriosa, pelo que pude me informar, era considerada inimiga pública número um em vários vilarejos devido a seus roubos espetaculares e sua incrível habilidade em fugas.

Seu nome era Cassandra e nós descobrimos da pior maneira possível o quanto ela era incrivelmente rápida.

Fomos atrás dela e a encontramos em uma cidade próxima, depois de quase ser linchada pela multidão ao tentar roubar as bolsas deles.

Na confusão que se seguiu, acabamos conhecendo nossas companheiras de viagem.

Uma era sacerdotisa de Meliteli, uma deusa dos tempos remotos que era adorada pelas mulheres que rezavam a ela para dar as bênçãos a fertilidade e a vida.

Seu nome era Corinna e pelo que percebi dela, parecia ser uma pacata sacerdotisa que evitava brigas e que ajudava os mais necessitados com seus poderes obtidos por essa deusa tão idolatrada por ela quanto Alá era para mim.

A outra era mais reservada e arredia, lembrando uma loba solitária. Seu nome era Myrymia e era uma maga meio-elfa com poderes incomparáveis.

Apesar das reservas, parecia ser bem sensata e focada naquilo que queria e descobri depois de uma de nossas raras conversas que ela havia perdido seus pais em um trágico incêndio e desde então vagava solitariamente pelos bosques da Europa rejeitada por todos devido a sua origem incomum.

Depois de Cassandra desfazer o mal-entendido e entregar todos os pertences as pessoas que tentou roubar incluindo os meus e os de Albert, nós nos reunimos em uma taberna a fim de comermos um pouco e contarmos nossas histórias.

Porém, a conversa não durou muito e fomos “gentilmente” convidados a se retirar devido a Albert aprontar mais uma das suas ao assediar a filha do taberneiro e quase provocar uma briga generalizada.

E foi assim, que por ironia do destino ou por intervenção de Alá ou de Meliteli ou seja lá quem for, que nosso grupo foi formado para enfrentar todo tipo de adversidade e topar qualquer aventura que estivesse em nosso alcance.

A prova de fogo chegaria brevemente, mas nenhum de nós imaginaria em sã consciência de que em nossa primeira aventura, enfrentaríamos um adversário tão terrivel.

E tudo por causa de uma garota.

MarioGayer
Enviado por MarioGayer em 18/11/2017
Código do texto: T6175722
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