1014-O MAPA DO TESOURO
O DESAPARECIMENTO DO CORONEL FAWCETT
– 2º. Capítulo - O Mapa do Tesouro
Perry Harrison Fawcett Nasceu na Inglaterra em 1867. Ainda jovem, ingressou no Exército Britânico. Durante os anos que esteve no exército, formou-se em engenharia e, como especialização se tornou geógrafo, agrimensor e topógrafo. Deixou o exército com a patente de Coronel, com trinta e oito anos e foi transformar seus sonhos em realidade: ser explorador e encontrar tesouros escondidos.
O primeiro trabalho após dar baixa no exército foi a sua iniciação à selva: fez parte de uma missão científica para estabelecer os limites corretos entre Peru, Bolívia e Brasil. Trabalho patrocinado pela Royal Geographic Society, de Londres e que durou quatro anos, de 1906 a 1910. Ao terminar este trabalho, Fawcett era um especialista em como sobreviver na selva, sabedor de seus perigos e mistérios.
Nos quinze anos seguintes o coronel Fawcett fez diversas expedições pela região central da América do Sul: Mato Grosso, rios Paraguai, Madeira, Xingu e subindo pelos Andes, até o lago Titicaca. Era sedento de aventuras e fascinado pelas lendas do Eldorado — uma cidade de ouro dentro da jângal tropical — e das amazonas — mulheres guerreiras que dominavam vasta área da floresta amazônica.
Adquirira um velho mapa, com mais de cento e cinqüenta anos, no qual estavam sinalizadas as regiões de uma cidade de ouro, o lendário Eldorado e dos domínios das Amazonas, as mulheres guerreiras que habitariam as margens do rio do mesmo nome. Ficou obcecado pela cidade de ouro, tendo marcado o local indicado no mapa com um Z, como se fosse um código secreto.
Viajou a pé e a cavalo por milhares de quilômetros. Não se cansava nunca e era resistente às doenças transmitidas pelos animais ou pelas precárias condições das viagens. A sua atenção estava voltada para os locais indicados no velho mapa, e que estariam escondidos na impenetrável e tenebrosa selva, chamada pelo escritor Alberto Rangel, de Inferno Verde.
O intrépido e destemido explorador já tinha empreendido sete ou oito penetrações na selva, partindo de Cuiabá, no estado de Mato Grosso, entre 1906 e 1925. Tinha experiência da vida nos sertões mato-grossenses e na mata amazônica.
A presente expedição, financiada por um jornal americano, era para verificar um caminho de Cuiabá para o norte ou nordeste, que passasse pelo norte da Bahia e fosse terminar em Salvador. Rios caudalosos como o pouco conhecido Araguaia e o lendário Tocantins estavam na rota, e deviam descobrir trechos mais fáceis para atravessá-los.
O intuito de Fawcett, entretanto, era procurar os tesouros e locais misteriosos indicados com a letra Z no velho mapa que possuía, e que consultava constantemente. Para tanto, deveria sair de sua rota, indo mais para o norte, numa área imensa, com perigos que ele nem imaginava.
Era uma aventura e tanto, um mergulho na imensa floresta de mil perigos. Tinha ciência de que iria entrar numa região selvagem e desconhecida. Seria por isso que deixou, antes de partir de Cuiabá, uma nota dizendo que, se por acaso não chegasse o seu destino ou não retornasse, nenhuma expedição deveria ser feita para encontrá-lo?
Em maio de 1929, viajava por um caminho que já havia percorrido anteriormente e demorou alguns dias no “Acampamento do Cavalo Morto”. Faziam parte do grupo liderado por Fawcet o seu filho Jack e seu amigo de aventuras Raleigh Rimell, com a perna machucada, envolta por tiras de pano. O safári contava ainda com três indígenas que eram ao mesmo tempo guias e caçadores, e oito animais — mulas e cavalos — para o transporte da carga.
Escreveu na carta que enviou à esposa, em 29 de maio: “Aqui nós estamos no Acampamento do Cavalo Morto, o lugar onde meu cavalo morreu em 1920”.
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A seguir:conto # 1015 – Três Homens indômitos...ou Malucos?
ANTONIO ROQUE GOBBO
Belo Horizonte, 27.05.2017.
Conto # 1014 da Série 1.OOO HISTÓRIAS PLUS