Cenas de memórias passadas retomam a mente.
Robert vê pássaros nicando frutos no quintal da casa número 77 da rua Ibituruna: boas lembranças do tempo de infância: A velha mangueira sobreviveu ao tempo e à solidão. Nova geração de maracanãs faz algazarra. E duas meninas recolhem mangas maduras num cesto.
Sonho ou fantasia?
A velha mangueira sobreviveu ao tempo e à solidão. Nova geração de maracanãs faz algazarra. E duas meninas recolhem mangas maduras num cesto. Ravenala aparece no imaginário de Robert, agora, crescidos, vivendo cenas da vida real no mundo da ficção. Sonho ou fantasia? Afinal, o que é realidade? O que é fantasia? Na dimensão espiritual tudo é mistério.
— É possível invadir sonhos de outra pessoa?
— Talvez, futuramente, sim. Mas, enquanto a teoria não estabelecer seu domínio na praticidade, o controle voluntário sobre os neurônios temporal humano não passa de conjectura.
Ravenala nunca fora a Campo Grande. Sua mãe mudara-se de Minas ainda nos cueiros, mas... memórias passadas, trazem-lhe à lembrança grandes enchentes do rio do Saracura. Essas imagens, mais tarde transferidas por Corina para o córrego Maracanã, invadiram o inconsciente da neta, e por iniciativa involuntária, navegam em seus sonhos, como se repassadas por meio do código genético.
— Vi este lugar antes, disse ela ao pai, na primeira vez que estivera na Quinta da Boa Vista.
— Minha filha! Nunca vieste aqui! Talvez eu mesmo ou tua mãe, tenhamos te passado estas lembranças. Também ainda não foste a Campo Grande, mas, um dia irás conhecer a primeira morada de teus ancestrais e verás que muita coisa vai parecer-te familiar.
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Adalberto Lima, trecho de Estrela que o vento soprou.
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