Instinto de Sobrevivência (Aventura no rio Salgado)

Esta é mais uma das vezes em que sobrevivi de forma inexplicável. Eu era um adolescente (uns 13 ou 14 anos de idade). Um colega de escola (ginásio) me sugeriu irmos ver o rio Salgado (mais conhecido como rio Salgadinho), em cujas margens viveu o Padre Cícero, fundador do município de Juazeiro do Norte. Fomos. Ele, um exímio nadador. Eu, pobre de mim, tinha medo de morrer afogado em uma bacia (nesse tempo era com bacia e cuia que eu tomava banho, após puxar água de uma cacimba, pois o bairro onde eu morava ainda não conhecia água encanada).

O meu colega adentrou o rio, e nadou com a desenvoltura de um peixe. Eu, por um momento, fiquei só a observar. Só por um momento, porque logo ele mergulhou, depois saiu rio adentro. Não sei por que cargas d'água (literalmente) me deu vontade de colocar o pé no rio, para sentir a temperatura. Não me limitei a isso. Fui andando. De repente, já estava com a água nos joelhos. Achando pouco, aprofundei mais e, de repente a água passava da cintura (até a cintura é o recomendado pelos que entendem do ramo, para os que não sabem nadar. O "chão" do rio era liso, escorregadio. Eu, na minha inexperiência, andei mais um pouco e, quando fé dei (que cacofonia!), já estava com a água no pescoço. Só a cabeça era visível.

Evidentemente, eu estava de costas para a margem. E escorreguei. A água me cobria todo. Eu não tinha a esperança de que meu colega me visse e viesse me salvar. Comecei a fazer esforço com os pés, em direção à margem. Não sei como ainda sabia pra que lado ficava a margem. O esforço parecia sobre-humano.

E consegui. Aos poucos meu corpo emergia, até que cheguei à margem. Como consegui essa façanha? Não sei. Talvez, conforme diz o Papa Francisco, só morremos no dia marcado. Ou então, (ou também), para que eu, agora, possa aumentar a fé nos poderes infinitos de Deus.

Obrigado, Pai, por mais essa. Não sei como pagar, mas sei que não sois um credor apressado. Dedico minha vida a lutar para louvar-te, pelo nome de Cristo, teu Unigênito, nosso irmão mais velho. Obrigado, Jesus, por ter-me salvo por meio do Espírito que nos torna todos um só.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 12/10/2016
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