PAIXÕES SECRETA - PARTE II

NA SELVA

Depois de avaliarem a situação, viram que a única maneira de sair daquele avião era por rapel.

Daniel, um dos garimpeiros, começou a preparar o equipamento para descerem de rapel. Primeiro desceu um dos seus colegas, o Quincas, depois mais outro. Prepararam o piloto e o copiloto e os desceram, e finalmente Dona Belinha, Fabrício e o outro garimpeiro.

Aos estarem todos no solo, prepararam duas macas para levarem os feridos, para prepararem um acampamento longe da castanheira, haviam muitas frutas no chão, o que atraía veados, pacas e porcos do mato, e consequentemente onças.

Depois de caminharem uma certa distancia, uma flecha cravou no solo, dez metros à frente deles. Se assustaram, e ouviram palavras indígenas bravas, dizendo para irem embora, não os queriam ali; Daniel, graças às suas andanças pelas matas conhecia o dialeto daqueles índios, de imediato respondeu que estavam aguardando socorro, e logo iriam embora. Houve silêncio, então falou que tinham que acampar ali mesmo!

Com as ferramentas que tinham trazido, cortaram varas e fizeram uma cabana e cobriram com lona, tinha espaço para todos. Colocaram os feridos no fundo e se ajeitaram nos espaços que sobraram. Quincas chamou um companheiro e saiu para caçar. Daniel falou para não ultrapassarem o limite daquela flecha. Foram então para o lado castanheira e logo voltaram com um porco do mato.

Fabrico indagou ao piloto se sabia onde estavam, o piloto disse que não sabia, tinha voado mais de 15 minutos, podiam estar a mais de 100 quilômetros fora da rota.

Como tinham trazidos provisões, não teriam problemas com alimentação e água!.

Improvisaram um banheiro para Dona Belinha para que tivesse mais privacidade no banho e nas suas necessidades.

Dona Belinha muito apavorada, não se afastava de Fabrício, que procurava dar toda atenção a ela para acalmá-la!

Daniel no dia seguinte avisou a todos que estavam sendo obervados pelos índios, tinham que tomar cuidado!

Fabrício então pediu aos garimpeiros que colocassem os facões e machado perto da flecha, e fizessem uma grande fogueira à noite e durante o dia colocavam folhas verdes para fazer muita fumaça, na esperança de serem visto por algum avião de carreira!

A estratégia deu certo, no dia seguinte havia um jacu e uma cabaça de água no lugar das ferramentas.

No final do dia, surgiu um guerreiro com um cocar de penas multicoloridas seguido de um pequeno grupo de índios, chegou perto da cabana e pediu para ver o piloto e o copiloto que ardiam em febre. Após olhar os feridos, ordenou a dois índios que buscassem algo que Daniel não entendeu. Passados certo tempo chegaram com algumas cuias e vários ramos e raízes, a cacique após amassar as ervas falou para que dessem aos feridos. Feito isto, retirou-se ordenando que dois índios ficassem perto da cabana para ajudá-los.

Fabrício pediu aos garimpeiros que voltassem ao avião e pegassem mais facões para os índios, que todos dias traziam peixes e aves para eles.

O remédio foi ótimo para os feridos, acabou a febre e as dores!.

Os dias iam se passando e nem sinal de socorro! Estavam bem e seguros com ajuda dos índios, mas preocupados com a falta de socorro.

Mauri Candido
Enviado por Mauri Candido em 27/04/2016
Código do texto: T5617926
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