Era azul...

Lhe dei um Garnet azul, poderia ser de qualquer cor mas foi azul...

Eu sereia de tons escuros, acostumada a explorar meu mar, ele veio, um marinheiro valente com garras e determinação ainda sem perder um olho enxergou a direção...

A cor do céu reflete no mar, os ventos sopram um pouco mais forte e olha só o que vem aí! Uma tempestade ,quem diria? O marinheiro com toda sua inteligência e braveza ordena que todos remem ao lado inverso da ventania... mas não, não adiantou! O vento soprou as aguás e os derrubou, um por um caiu ao mar , não lhe restou ninguém para lhe contar ao menos uma história de velejo para alegrar a noite, a tempestade foi passando... ele desanimado, perdido! Com a ausência de companheiros e coragem atentou-se para ouvir o canto que de longe escutava.. Era eu, a sereia de tons escuros , explorando o meu mar, avistei-o de longe e sozinho e logo veio-me a vontade de ajudar mas ele não, ele se recusou, com todo orgulho se fechou!

Ao insistir por diversas vezes perguntei-o , o que estava a procurar? Ele me disse “ és sereia, és enganosa”, e então respirei e deixei meus olhos escuros o observar, nasceu algo aqui, algo que cresceu a todo o perceber, ele era lindo, como pode? Eu sereia me apaixonar... Atentei-me! Mergulhei bem la no fundo, antes do pôr do sol retornei, ele estava lá, puxei um garnet e ele falou "é azul? É um garnet azul?” Sorrir, conseguir ver a esperança de cor verde nascer por causa de um azul, tinha vários, poderia escolher qualquer um, mas o azul, o azul me salvou!

Nós sorrimos! Entreguei o garnet, ele sorriu mais uma vez, bateu a pedra que era preciosa no seu barco três vezes , e levantou o seu braço forte de marinheiro, olhando para a pedra, sorriu pela terceira vez e então o sol antes de ir refletiu no azul, foi um sinal! Ele me disse que precisava ir, antes de dizer adeus surgiu um buraco dentro de mim, percebi que sem ele, só me restaria saudade, aqueles olhos, sorriso, força, inteligência e coragem onde encontraria? No mar onde mergulhei por muito tempo, apesar de seus mistérios e maravilhas nada tinha me chamado a atenção, como ele roubou em segundos, sentir que eu precisava tê-lo, poderia cantar... seduzir... e deixa-lo ao meu lado aprisionado para ser só meu, mas eu não era uma sereia enganosa, apenas procurava outras razões para se viver...

Inteligente que só, ele fez um acordo comigo, prometeu me ensinar a andar, aprendi certos movimentos que ele dizia que era singular e logo houve uma troca de sentimentos, era recíproco, eu senti! Prometi que mostraria as maravilhas do meu lar, que ele amava explorar, mas não poderia morar, ele morreria! Então eu como sereia, metade mulher, metade bicho . Aceitei, lhe dei a mão e logo eu a sereia de tons escuros estava aprendendo a remar, na posição de rainha marinheira sorrir e aconteceu um beijo, um, apenas um, um só...

Eu sereia, ele marinheiro ...dessa vez, não é como as histórias clichês com finais felizes, até porque a viagem é grande , o final não existe, viajaremos nesse ciclo sem fim, navegando , se amando e sendo felizes enquanto durar...

Lisandra Lobo
Enviado por Lisandra Lobo em 11/04/2016
Reeditado em 15/04/2016
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