Ninho de Amor
Ninho de amor
A esmo... Perdido, talvez numa ilhota, recluso em mim mesmo, isolado em algum lugar, isolando-me de tudo, de todos, e do mundo. Espantado, ao longe admiro, uma grande embarcação em alto mar. Não sei se a deriva, ou se há no leme, um capitão a comandar. No serpentear das ondas, em um misto de sobe e desce quase que flutuando; Navegando, deslizando em águas bravias do grande oceano, que se fragmenta em porção de mar. Eu ali, quieto, sonolento, vagando em pensamentos absortos, sem sentimentos, querendo da vida um aborto. A embarcação, fora sumindo aos poucos, aumentando assim, meu sofrer e a esperança de viver. Sou um mero e pobre náufrago, nesse porto solidão. Help...! SOS...! Socorro...! Nada sei nada consigo, saltito, grito, gesticulo com ambas as mãos... Esta, já se fora, perdi o resgate, perdi a embarcação. Vivo em sonhos e açoites. Tudo certo, tudo bem! Depois de uma longa noite, outro dia assim provem. Preciso muito refletir, necessito me encontrar. Não posso o mundo temer, nem a vida, viver a sofrer. Perdido, a deriva, ou isolado em algum lugar, não desistirei... Buscarei forças ocultas, nadarei contra a maré, mesmo sem forças, ofegante e exaurido, é tu mulher, que desejo eu meu ninho amar.
Adilson Tinoco