O VIKING - PARTE I - O VIKING RUIVO
O VIKING
“Se ODIN quiser minha alma que ele venha buscar pessoalmente, caso contrário Valquírias, vão com ele para o inferno“
*O Viking Ruivo*
Ano desconhecido, em um vilarejo um grupo de Grandes Homens não por seus atos ou bravuras mas sim por suas estaturas bebem e comem como porcos.
Um pequeno, jovem caminha na taberna carregando uma bandeja com jarras de hidromel, porém com peso além de sua capacidade, repentinamente tropeça, queda causada intencionalmente por um dos grandalhões que o faz cair no chão.
Um dos jarros quebrados é rapidamente tomado como um punhal pelo pequeno jovem, que olha enfurecido para o grandalhão.
Depois de muitas risadas o Guerreiro aproveita para zombar mais um pouco do menino aproximando seu rosto do dele e com o bafo podre desafiá-lo:
- vai fazer o que com esse pedacinho de barro, quer me matar, tem coragem para me desafiar?
O pequeno sem desviar o olhar encarando o gigante diz:
- não tenho forças para mata-lo... ainda!
porém posso tornar-te mais feio do que já és.
E lança um golpe no rosto do guerreiro fazendo-lhe um enorme corte.
Sua mãe que trabalha na taberna corre para tentar pedir piedade pelo seu filho, mas é tarde, o gigante se levanta arremessando a mesa ao longe e partindo para cima do pequeno, que por sua vez sai em disparada pela porta e ruas fugindo de seu agressor que é auxiliado pelos seus amigos que gargalham ansiosos para ver o doloroso fim do pequenino.
O gigante corre destruindo tudo em seu caminho, e o menor para no cais diante do mar e dos barcos sem ter para onde correr.
Segura um pedaço de pau que estava caído ao chão e prepara-se para o pior.
- há há há há! você quer me enfrentar com um graveto seu verme? Diz o gigante sacando seu enorme machado.
- vou fatiá-lo como um pedaço de carne!
E o pequeno permanece inabalado, como um grande e velho Guerreiro fica diante de qualquer perigo, frio e confiante.
Ao se aproximar do pequeno o gigante lança seu machado com toda violência e o pequenino desvia-se com maestria, enquanto o chão abre um buraco no cais.
Lançando mão da madeira que carrega o jovem o quebra na cabeça do grandalhão que nada sente.
Em risada debochada o grandalhão parte para matar o menino sem piedade, porém antes que seu machado desça novamente ele fica preso por uma mão que o segura por trás.
- o que é isso expressa-se o gigante.
- chega, deixe o menino em paz. Diz o capitão Viking tão grande quanto o grandalhão que persegue o pequenino.
Olhares tensos, e o perseguidor clama sua vingança.
- ele me feriu tenho o direito de mata-lo.
- se uma criança desse tamanho te feriu talvez você devesse escolher outra profissão que não seja a de um Viking.
Os olhares inflamam em ódio e desafio, e o grandalhão agressor desafia seu capitão:
- talvez devesse matar-te aqui mesmo e tomar-te o lugar de capitão.
O capitão Viking responde sacando uma espada:
- Talvez!
O grandalhão e seus seguidores se preparam para combate e cercam o Capitão.
Porém em cima do navio do capitão uma série de vários guerreiros se levantam e alguns descem do barco quando um dos imediatos pergunta:
- Capitão! Tudo em ordem?
- está? Diz o capitão repassando a pergunta ao grandalhão insubordinado.
- hoje vivemos para amanhã matarmos nossos inimigos. Não conte mais comigo nesse antro de puxa sacos.
Responde o grandalhão se retirando e sendo seguido por meia dúzia de mercenários sujos.
- pequeno venha cá! Diz o capitão.
- você tem medo de mim?
E o pequenino responde negativamente com sua cabeça.
- bom, quer aprender a ser um Homem de verdade, poderei te mostrar um mundo de aventuras e te oferecer com sorte uma morte jovem e rápida, porém muito bem vivida. Tem coragem?
O pequenino acena novamente com a cabeça dessa vez positivamente aceitando a proposta.
- tome carregue minha espada será meu criado pessoal e te ensinarei a quebrar ossos e esmagar gargantas com as próprias mãos.
Neste momento a mãe do pequeno aponta no início do cais.
O pequeno olha para trás e fica dividido, o capitão diz:
- vá, despeça-se beije-a e não olhe nunca mais para trás, assim faz um homem ao sair do conforto da proteção materna. Jamais a verá novamente.
O pequeno se aproxima da mãe e sem nada dizer a abraça, ela o olha e diz afagando seus ruivos e encrespados cabelos:
- vá filho, e nunca mais lembre-se de mim. Torne-se forte e valente é tudo que posso te dar, a liberdade e que ninguém te tire o que te dou agora.
Dito isso ela olha o capitão que ao longe acena com a cabeça e entre olhares tudo é dito.
O pequenino caminha em direção ao barco arrastando a pesada espada, e sobe a bordo sem olhar para trás.
Sua mãe some na noite e as velas sopradas pelo vento movem os barcos que se afastam do cais, onde suas memorias terminam, onde suas lembranças começam.
.....
Um homem adentra em uma cidadela carregando um saco ensopado em sangue.
Seguido por outros seis cavaleiros a falange amedronta todos que estão pelo caminho que gélidos olham as figuras sombrias.
Chegando a casa do patriarca da cidade os guardas sequer ousam tentar impedi-los, que adentram o salão jogando o saco com cheiro podre sobre a grande mesa.
- Eis o que nos encomendou velho, agora dai-me o pagamento e iremos embora tão rápido quanto chegamos.
Diz o grandalhão ruivo que liderava a falange.
- sim filho, toma-te o que te pertence conforme combinamos, e segue teu caminho em paz.
Diz o velho.
Um sorriso sombrio no canto da boca..
- Paz isso é tudo que jamais tive, tenho ou terei em meus caminhos velho. Responde o grandalhão.
- permita-me perguntar uma coisa? (Diz o velho continuando a falar), ele tentou reagir ou fugir de vocês? Enquanto pergunta o velho retira uma cabeça já em decomposição com olhos arregalados e boca aberta como o de quem morreu apavorado.
Já de costas para se retirar o grande ruivo olha por debaixo de seu capuz para trás quase sem se virar e antes de responder recorda
.....
Três cavaleiros vão se aproximando dos portões de uma pequena aldeia, todos estranham por isso os guardas se posicionam nos portões.
- quem são vocês e o que querem? Diz o jovem guarda
Em resposta uma voz grossa e rústica, com calma mas aterrorizantes responde:
-somos Vikings mercenários e viemos levar a cabeça de seu líder.
Olhando por debaixo do capuz fazendo a contagem de 10 guardas ao todo, completa:
- e se ficarem em nosso caminho seus merdas, não verão mais os rostos de seus familiares, pois a morte dolorosa e certa para vocês.
Sem tentar parecer que nada haviam se intimidado os guardas se armam e tentam zombar dos grandalhões.
- cambada de porcos imundos e gordos, vocês três nunca passariam por nós e se passarem existem mais 50 homens armados e prontos para combate aqui na vila, o que acham que podem fazer sozinhos?
- bom tentei avisar, mas até prefiro que seja assim, derramar sangue de vermes é um bom passa tempo para mim e meus companheiros.
Neste instante mais nove Vikings saltam de cima do muro da aldeia, embora alguns atravessam a parede abrindo buracos no muro de madeira.
Machados começam a rodar em mãos hábeis que saem espedaçando tudo que tem a frente, mulheres crianças homens armados ou não, todos que se puserem no caminho são decepados e fatiados como se nada fossem.
Correria e gritaria, os soldados da vila correm para enfrenta-los mas o banho de sangue é inevitável, qualquer um que tenta enfrenta-los é morto.
Segurando o jovem guarda da porteira pelo pescoço com uma das mãos o levanta ainda sentado em seu cavalo ate o alto esticando o braço para acima de sua cabeça olhando nos olhos já aterrorizado do soldado diz o Viking:
Só uma vez e te darei uma boa morte rápida, qual das casas ele está?
Apontando para a casa central o guarda entrega sem pensar onde está o premio dos Vikings.
E em um movimento só com a mão o Ruivo quebra-lhe o pescoço esmagando ao mesmo tempo sua garganta, jogando ao chão como um graveto.
Nesse momento os três caminham em seus cavalos ante o caos calmos e vagarosamente até a casa, enquanto os outros destroem tudo que vem pela frente.
Adentram na casa e veem seu alvo tentando se esconder embaixo de uma mesa.
- Pobre coitado! diz um deles.
- Homenzinho de merda! diz o outro
E o choroso que será vitimado implora:
- eu pago três vezes mais do que te ofereceram, pago até 10 vezes mais, mas não me matem, levem tudo que quiser, peles, animais, bebidas mulheres escravos, tudo que quiserem.
- desculpe verme, mas não volto atrás em um contrato jamais. Quem sabe sua mulher me agrade em pagamento já que irei livra-la de uma merda como você?
Diz o Ruivo Grandalhão, ordenando:
- rápido não tenho o dia todo, a cabeça e suficiente, e você apontando para o outro pegue tudo que tiver valor esta terra fede, desejo voltar logo ao mar.
....
Retornando seu olhar para o presente responde a pergunta do velho dizendo:
- ele tentou fazer o que podia fazer, mas não o que deveria fazer.
O velho entendendo a resposta sorri, enquanto os Nórdicos saem de sua sala e em seus cavalos somem na bruma tão rápidos quanto chegaram.