Indecifrável
Nossa quanta roupa pra lavar odeio lavar roupas, mas fazê o que neh.
Marina argumentava enquanto lavava, mas do nada viu pessoas, homens estranhos chegando perto da casa dela e quis ser educada apesar de ver que estavam praticamente na porta da casa perguntou: posso ajudar?
Mas aquelas pessoas não responderam e entraram na casa e ela sem entender o porquê foi empurrada para um canto enquanto um dos homens mostrava uma arma em cada canto como se procurasse alguém. Desesperada gritava, pare, eu não tenho dinheiro!
Eles foram embora da mesma maneira brusca que entraram e a dona da casa teve que ser amparada pela vizinha.O que poderiam querer de uma casa tão humilde de periferia, se há tantos bairros nobres na região enfim tudo acabou em pizza nem valia a pena fazer uma ocorrência, já que nada fora furtado.quando tudo parecia estar tranquilo, chegam mulheres estranhas vasculhando a casa e pegaram uma bolsa com o único dinheiro da casa e sem dizer nada saíram.Mariana ficou de boca aberta, mas quem é ela para reagir diante pessoas daquele tipo, o melhor seria se mudar dali o mais rápido possível.Rio verde já foi um bairro pacato onde todos se conheciam,se cumprimentavam e ate papeavam ate tarde da noite, mas com a evolução do tempo tudo se modificou.Assaltos constantes, drogas e misteriosos e indecifráveis assassinatos que nem a policia conseguia desvendar.
Assim se passaram três dias, Mariana estava no ônibus lotado com suas filhas cada uma sentada em um lugar diferente,uma mulher perguntou lhe quais eram as filhas dela e sorrindo falou que era aquela ruivinha de blusa preta, esta de blusa vermelha.
Qual? Vejo duas de blusas vermelhas!
A de cabelos pretos pintou na semana passada e a outra ta sozinha no final do ônibus.
Vi sim, parabéns, são lindas mesmo. Mariana agradeceu o elogio com um grande sorriso. Havia algo de errado com aquela mulher, os olhos brilharam ao olhar cada uma das meninas que embora sejam tri gemias eram totalmente diferentes nao só no jeito de se vestir, mas de personalidades diferentes. No fundo eram parecidas em uma coisa, gostavam de ler.
Como tinha como se mudar por ali mesmo ficou, acabaram achando que foi uma coincidência ou confusão mesmo, pois eles nada faziam de errado para serem confundidos com bandidos.
Todo cuidado é pouco, o bairro todo está se prevenindo com medo dos últimos acontecimentos não só em Rio verde, mas em todo lugar nas estatísticas.
Mariana deu o sinal e assim que parou juntou se as meninas para saírem sorrindo como sempre, uma empurrando a outra brincando e a mãe chamando atenção para que tomassem cuidado com os degraus e assim que desceram foram abordadas pelos mesmos homens que invadiram a casa no outro dia e cada homem segurou uma menina e um quarto segurava a mãe que esperneava e gritava e todo olhando nao faziam nada, não sei se por medo, mas nada faziam para ajudara pobre mulher.Quanto as filhas mal puderam gritar, foram adormecidas com um lenço e um produto e foram carregadas ate um carro preto sem a mãe, pois esta fora abandonada ali mesmo ate ser socorrida pelos vizinhos e quando voltou a si em estado de choque aos soluços que mal conseguia segurar o copo de água com açúcar que lhe foi dado, mas pela tremedeira de nada adiantaria.
A policia chegou atrasada como sempre e sem pistas nada podiam fazer a não ser anotar alguns dados, sargento Marcos argumentou qualquer coisa sobre a placa, claro que não anotaram a não ser que tivesse uma. Enquanto outras viaturas foram atrás de alguma coisa que pudesse indicar o sequestro outros policiais tentam acalmar a vizinhança.
-Sra. sinto muito em lhe informar que este não é o nosso primeiro caso, mas faremos de tudo para ajuda la.
-Mas seu sargento soubemos que outros casos não foram solucionados e que as vitimas ainda não apareceram.
-E é mesmo, o que vocês podem explicar pra gente.
-Também temos filhos, estamos com medo de sair na rua.Calma,por favor esperem um pouco, não vamos falar sem ter certeza, vamos esperar.minutos depois um menino chega aos berros dizendo que as meninas foram encontradas.Mariana se levantou do sofá assustada com o coração na mão, mas aliviada por terem encontrado suas filhas e assim correu ao encontro do policial mudo que mais parecia uma estatua quando disse, a sra precisa ser forte.Ela desmaiou, pois estas palavras para uma mãe significa mas noticias.E mais uma vez foi amparada quando acordou e viu peças de acessórios de cada uma, a pulseira de Melissa, o anel de Iza e a Cornetinha banhada a ouro de Natália.Para o desespero da pobre mulher foram encontradas sim, mas sem vida.Que maldade...
A violência esta em todo lugar, mas não sabiam que chegaria tão de repente e sem aviso,alias sim tiveram um aviso quando a casa de la foi invadida e nada foi roubado, eles queriam as meninas , o bem mais precioso daquela mulher.
Enquanto as pessoas se aglomeravam em volta dela, outra pessoa a acompanhou ate o local onde estavam os corpos e era deplorável, muito sangue foi rolado e rostos desfigurados mal puderam ser vistos apesar de reconhecidas pelas roupas, vísceras por todos os lados fizeram a mulher gritar, como se sentisse a dor das filhas.A mãe saiu correndo em desespero e apanhou um cobertor que estava caído quando ela estava sentada devido o frio e enquanto todos pensavam que ela ia se cobrir,se agasalhar ela gritou inconformada preferindo morrer junto e se jogou do penhasco e foi rolando, rolando ribanceira abaixo ate cair no córrego cheio pela chuva e foi levada pela correnteza.Um vizinho gritou e todos se manifestaram para ajudar embora fosse impossível encontra la com vida, apanharam um barco vermelho que usavam para tirar a areia e levaras margens do córrego para venderem.Soltaram a corda do barco e dois homens desceram rapidamente...Vinham pedaços de madeira, galhos de arvores, pneus, garrafas pets, roupas tinha de tudo e a cada vez que passavam se esquivavam de tudo com olhos fixados a procura da mulher e nada.A cada curva uma surpreendente enxurrada de água vermelha invadia o barquinho já quase afundando de repente viram algo na beira misturado ao lixo, era o cobertor e por incrível que pareça a mulher ainda estava la dentro e respirava.
Milagreeee!
O cobertor funcionou como uma espécie de colchão, protegendo da queda e na água foi como uma espécie de boia não se sabe como, mas impediu que ela afundasse. Assim que a libertaram daquele monte de tralhas, abriu os olhos olhou pra cima desejando a própria morte com olhos que quase podiam dizer, porque me salvaram? Porque não me deixaram morrer!
Sentada no meio da areia barrenta do córrego depois da tempestade, inconformada por ter sobrevivido à vizinha veio correndo e disse:
Mariana, Mariana!Que olhou sem voz para responder e sem forças para levantar. Suas filhas estão vivas, não foram elas e estão bem.Quando ela voltou a si depois do novo desmaio estava diante das três filhas ela sorriu e acordou com os gritos das meninas.
Mãe olha ela aqui, ô mãe nao foi eu, ô manheeee!
Graças a Deus tudo não passou de um grande e desagradável pesadelo.
Mayala Morenna