AS AVENTURAS DE BALICO
Era um menino pequeno da cabeça grande para seu corpo franzino, porém não era fraco, aquele moleque. Era mirradinho, mas extremoso, como se dizia no interior. Balico, um dos caçulas de uma numerosa família, carregava no corpo os sinais da realidade difícil, a que toda família pobre experimentava, naqueles idos antigos nas cidades pequenas, onde a fome era companheira constante e a maior inimiga. O pouco desenvolvimento dele, tinha um nome conhecido: subnutrição. Um dos doze filhos de um casal de agricultores pequenos, que expulsos do campo, migraram para a cidade onde o pai, trabalhava de boia fria e a mãe costurava e lavava para fora para ajudar no sustento. Eles, como tantos outros lutavam pela sobrevivência diariamente. Assim Balico se tornara também um sobrevivente. A rudeza aguda da vida, no entanto, trouxe-lhe algumas compensações. Tornou-o extremamente esperto e um caráter servil e doce. Gostava de agradar aos mais velhos, para receber algo em troca. Sempre prestimoso e pronto para fazer favores e ajudar no que fosse, contudo, ele sabia também defender seu território e suas migalhas conquistadas a duras penas dos outros meninos, tão pobres quanto ele. Balico, sempre era chamado para pequenos serviços, desde entregar correspondências, pegar remédios na farmácia para as senhoras idosas, auxiliar os eletricistas, encanadores, até serviços mais pesados.
Ele não estudava, seu último ano de aula, foi o 3º ano do grupo escolar, incompleto, no entanto, sabia fazer contas e tinha aquela sabedoria natural, que se aprende nas ruas da vida. Guardava conselhos e sabia ouvir muito bem. Enfrentava qualquer situação e encarava qualquer serviço para ganhar algum, desde carpir os quintais, tirar gatos dos pés de manga, até ajudar na limpeza do açougue. Seu Manoel açougueiro, sempre antes de fechar, fazia uma faxina no estabelecimento para limpar o sangue caído no chão e espantar as indesejáveis moscas, abundantes naquele clima quente do interior de São Paulo.
Balico, volta e meia dava uma ajuda, esfregando o chão com um escovão, água e sabão, varrendo tudo para o meio fio da calçada. O pessoal gostava dele. Ele tinha 8 anos de idade. Pele queimada. de sol Parecia ter mais.
Seus amigos, tinham, na sua maioria a mesma idade e o mesmo tipo de dificuldades e viviam, portanto, realidades semelhantes trazendo com eles, na maioria, também as marcas crudelíssimas da pobreza. Alguns, entretanto, tinham mais sorte, eram filhos de comerciantes, considerados abastados, estudavam e não trabalhavam e tinham uma vida melhor, mas acabavam por conviver e repartir espaços na pequena cidade de 5.000 habitantes com toda molecada e assim compartilhavam das mesmas atividades dos grupos, nos folguedos. Jogavam bola, caçavam, pescavam e acima de tudo, faziam estripulias juntos. Faziam arte o tempo inteiro e aprontavam uns com os outros. Balico, então, famoso por suas risadas estridentes e debochadas, era um dos piores. Conviver com ele, era uma barra. Mesmo os maiores e também espertos, acabavam sofrendo, volta e meia com as brincadeiras e piadas de Balico. Sempre ávido por troças e pilhérias. As famosas tungadas, ou pegadinhas, em moda nos dias de hoje, eram lugar comum entre os meninos naquela época. A molecada era realmente terrível e aprontavam de tudo, a toda hora.
Uma que me recordo. Balico segurava no braço e fazia de conta que estava acompanhando um outro menino quando alguém perguntava: Onde vais seu Malaquia?
-A resposta de Balico: Acompanho minha égua que vai dar cria! Era o suficiente para que todos em volta, rissem e o vitimizado, saísse em cima de Balico, tentando acertar-lhe um chute no traseiro. Ou quando queriam irritar o juiz de futebol ou alguém, cantavam: O fulano é meu amigo, o fulano é meu colega, eu vou fazer com ele o que cavalo faz com égua.
Eles tinham também um time de futebol. Perder nem pensar. Brigavam com os adversários e abandonavam o campo no caso de começarem a perder sempre sob protestos furiosos. Limão, era o goleiro do time, por ser mais alto e não ter muita habilidade com a bola, foi jogar no gol. Era corpulento e corajoso. Acabou sendo aceito apesar de ter apenas 9 anos. Ele era novo no lugar, sua família, mudara para Iacanga, um ano antes, atraídos pelo emprego oferecido pela Hidroelétrica de Ibitinga que começava a contratar gente naquela época. O sobrenome era Lima, mas pelo tamanho desproporcional à idade, rapidamente ganhou o apelido de Limão, do qual, aparentemente gostava. Nada tinha a ver, portanto como o azedume da fruta. Era divertido, alegre e um tanto ingênuo, portanto, alvo de chacotas intermináveis, pelos demais.
O craque do time era o Pampa. Um moleque sarará, com algumas sardas. Tinha uma mancha no cabelo avermelhado. Uma roda branca perto do cocuruto, na parte de trás. Ganhou o apelido de pampa por isso, que é o nome dado aos cavalos de cor vermelha com manchas brancas no pescoço e na cabeça. No início se irritava e tentava revidar com agressões aos meninos que o chamavam pelo apelido, mas foi o suficiente para que o apedido pegasse de vez. Assim, com o tempo, acabou aceitando. Ninguém sabia o nome dele, era apenas, Pampa. Morava numa vila operária e seus pais viviam de bico como a maioria.
Tampinha era pequeno para a idade, como Balico, mas vigoroso, tinha musculatura desenvolvida. Era atarracado e meio gago. Era brigão, o pessoal o desafiava chamando-o de tampa de bueiro, meia-foda, pouca sombra, Tarzan de samambaia etc. Ele partia para cima e se pegasse alguém desferia porradas, sem dó. Era o lateral direito do time, corria como uma peste ou notícia ruim. Tinha 11 anos e era respeitado.
Havia muitos outros moleques no bando. Geraldinho, um crioulinho de fala mansa. O Zulu, um negro, que até os olhos eram negros (Chamavam-no de negro retinto), o Paçoca, (Seu apelido dava margem aos meninos zoarem de que gostavam de comer Paçoca), Brejão, (usava umas calças curtas, que por falta de pano, ia até o meio das canelas. Não era bermuda, inexistente na época, nem calça comprida. Chamavam o estilo de calça de pular brejo.) Zé Magrelo, o Pé de Pato (Andava com os calcanhares próximos e os pés abertos como o Forrest Gump), Ouriço (tinha o cabelo espetado), o Mira (tinha um dos olhos meio fechado e o outro mais aberto, diziam que estava sempre fazendo mira, daí o apelido) e o Pele-Curta, um menino magrinho, mulato, sempre sorridente, daqueles sorrisos que mostram a gengiva. O apelido maldoso de Pele-Curta, decorria disso, diziam que a pele era curta demais para que a boca se mantivesse fechada. Diziam que só podia defecar com a boca fechada! Nem morto deixaria de mostrar os dentes!
O Ná cujo apelido caseiro era NAPA, dado o tamanho do nariz, mas abreviaram para Ná e assim ficou. Havia ainda, o Lagartixa (Cor indefinida), e o Testa, um moleque quieto bem habilidoso com os pés, cujos cabelos nasceram recuados deixando uma enorme testa à mostra. Chamavam-no de testa de amolar machado. Pode uma coisa dessas? Lá podia.
Havia apelidos comuns como o Galo (Embora ele detestasse). O problema era a origem do apelido. Fora flagrado, segundo as más línguas, fazendo sexo com uma galinha. Provavelmente não era verdade, mas que adiantaria desmentir?
Para zombar, os moleques se aproximavam dele, batendo os antebraços e riscando o chão com um dos pés, imitando um galo fazendo corte para uma galinha. Corriam rápido, porque vinha uma chuva de chutes e pontapés. Ninguém esperava para ver. Saiam na carreira rindo e debochando. Qualquer um que tivesse um defeito físico de qualquer natureza, seria identificado, por este defeito. Hoje seria, preconceito, mas naqueles anos, esqueçam, tudo era motivo para piadas, sem que houvesse qualquer preocupação em ofender a honra da pessoa. Isto se estendia para os adultos também. Havia na cidade, os apelidos mais jocosos e engraçados que se possa ter notícia. Alguns soavam ofensivos, mas o pessoal acabava se acostumando. Tudo era justificado em nome da gozação. O importante era rir ou ter motivos para rir e ria-se muito. A vida de todos, embora dura como pedra, era tida como leve como se fosse uma pluma.
Um destes moleques, nascera com um defeito físico, que fazia com que ele andasse meio que arrastando a perna esquerda. Ele dava um impulso com o quadril para poder movimentá-la. Tinha tido um tipo de paralisia infantil. O apelido não tardou. Deixa-que-eu-chuto. Era muito conhecido. O apelido pegou tanto, que acho que apenas seus familiares sabiam do seu verdadeiro nome. Deixa-que-eu chuto, queria ser parte do grupo de Balico se esforçava para entrar como membro.
Mas não era tão simples. Havia um ritual, para entrar no grupo. Não era qualquer um que chegava e já fazia parte do time. Havia provas de coragem, para mostrar que merecia fazer parte da patota. Tinha que passar no teste antes de ser aceito. Uma das provas era, nadar no riacho que passava no fundo da cidade. O rio das Couves. Quando chovia forte, o pequeno riacho se transformava em um rio respeitável de águas barrentas. Havia uma ponte estreita sobre o rio, ligando algumas chácaras e sítios com a cidade. Quando o rio enchia, as águas subiam e passavam por cima da pontezinha de madeira, impedindo a passagem das pessoas. O teste consistia em mergulhar no rio antes da ponte e passar por baixo da ponte nadando e sair do outro lado onde o rio fazia uma curva fechada onde o candidato vitorioso se agarrava nas moitas ribeirinhas mais próximas, para conseguir sair da água. Era um teste bem duro, mesmo para os moleques mais traquejados. Muitos desistiam do teste quando viam a força da correnteza e o volume da água.
Balico, quase morreu, bebeu muita água, pois seu corpo arrastado pela correnteza, embaixo da ponte, levou-o a bater a cabeça contra uma viga de sustentação o que o deixou meio tonto. Empurrado pelas águas boiou do outro lado. Quando viram ele boiando, o Neto e o Brejão, que eram um exímios nadadores, saltaram nas águas e arrastaram-no para as margens. Os moleques sempre o questionavam que seu teste não tinha sido válido e que ele teria que repeti-lo, mas Balico sempre contestava isso aos berros, de que não precisava ser salvo e que sairia nadando do rio sozinho. Sem poder contrapor, acabaram aceitando seus argumentos.
Depois deste problema, eles decidiram eliminar o teste do rio e mudar a natureza do desafio. Até porque as chuvas fortes ocorriam somente no verão e tinham que esperar muito para o teste. Resolveram então criar um teste mais seguro, porém não menos amedrontador. Consistia em ir, à meia noite ao cemitério, numa noite de sexta feira, saltar o muro, ir até determinado túmulo e pregar um prego neste. No outro dia eles iriam ao cemitério para comprovar o feito. Os túmulos dos mortos mais pobres eram na sua maioria construídos de madeira. Uma caixa de madeira sobre a cova do defunto com uma cruz pregada na frente. As famílias mais ricas faziam túmulos de mármore, como é ainda hoje.
Deixa-que-eu- Chuto, foi o primeiro a inaugurar o novo teste para demonstrar sua coragem e assim poder adentrar ao grupo. A ideia foi de Balico, o idealizador e o mais entusiasmado com a prova.
E lá foram eles, numa sexta feira chuvosa, com frequentes relâmpagos no céu, rumo ao cemitério. Nas mãos alguns pregos e um martelo, além de muito incentivo de coragem para o atordoado Deixa-que-eu-Chuto. Ele, à medida, que se aproximavam do cemitério, calava-se e respondia apenas por monossílabos. Ele vestia uma capa de chuva feita de plástico preto, com gorro da mesma cor, pois sofria de bronquite e somente assim convenceu sua mãe a deixá-lo sair de casa para ir, segundo sua versão, encontrar-se com os amigos e jogar bafo na casa do Limão.
No fundo, ele estava se borrando todo e todos sabiam disso, mas incentivavam para que não desistisse do teste. No interior, naquela época, havia muito medo dos mortos. Era comuns estórias de assombração contadas pelos mais velhos e que deixavam os meninos hipnotizados de medo. Cortava-se caminho, para não se passar, especialmente à noite em frente à uma cruz à beira da estrada, onde alguém havia morrido. A imaginação voava. Tinha-se muito menos medo dos perigos deste mundo, do que dos fantasmas do outro.
Chegaram nos fundos do cemitério pequenino em meio a uma total escuridão. O cemitério ficava, há uns 5 quilômetros da cidade. O muro não era alto. Passaram o martelo e alguns pregos para o “Deixa” e deram-lhe as instruções. Balico e Pampa que haviam visitado o cemitério naquela manhã para determinar o túmulo a ser pregado, deram as coordenadas!! Era a sétima rua à esquerda a partir da rua central, em frente ao túmulo da família dos Refundini, o maior túmulo do cemitério. Um verdadeiro palácio com quase 4 metros de altura. Dali era só contar sete ruas e se toparia com um túmulo de madeira envelhecida, aonde o prego deveria ser introduzido.
Deveria ele, então fixar o prego na parte de cima da tampa superior do túmulo, até o fim e voltar para os fundos do cemitério, saltando o muro de volta. Parecia tudo muito simples.
Palavras de coragem e incentivos não faltaram em meio aos tapas nas costas. Vai lá meu chapa!! Mostra que és homem. Mostra que é macho e que o saco que você carrega não é de brinquedo! Coisas que a molecada falava no dia a dia.
Encorajado, o “Deixa”, pediu alguma ajuda para saltar. Limão e Testa, fizeram uma concha com as mãos para que ele apoiasse o pé bom antes de se jogar de barriga sobre o muro e cair do outro lado. Avisaram que quando voltasse, desse um assobio que eles o ajudariam a pular o muro de volta.
Trêmulo como uma vara verde, Deixa-que-eu-Chuto, foi se esgueirando pelo escuro até achar a rua central. Tropeçou numa pequena mureta e caiu, batendo a cara no chão, já que uma das mãos estava segurando os pregos e na outra o martelo. Soltou um grito, que foi ouvido com algum temor pelos que estavam do lado de fora.
Mandaram mais incentivos : Vai meu, não amolece, não, porra!
Porém, seus companheiros, na verdade, por dentro, rachavam de rir, cada um, imaginando, o cagaço dele e torcendo para que se metesse logo em encrencas que pudesse fazer o grupo rir ainda mais. Alguns tinham pequenos ataques de riso e seguravam a boca ou não se seguravam. Alguns mais afoitos, nestas horas, pareciam hienas com coceira no rabo. No entanto, os mais "sérios" continuavam a mandar apoio. Vai Deixa! Vai firme! Ocê é valente, carai! Não desiste, não!
"Deixa", pareceu ouvi-los e foi em frente. Torcia para que a lua saísse e lhe desse uma ajuda, mas a noite chuvosa fazia com que escuridão imperasse por completo. O pior é que havia começado a garoar fininho e ventar forte, tornando o tempo ainda mais escuro e mais sinistro.
Quando chegou em frente ao túmulo escolhido, com sua capa, esvoaçando-se no vento, deixou cair os pregos e ficou um tempão caçando-os passando a mão no chão de terra. Ajoelhado e morrendo de medo, tentando afastar a capa, que o vento insistia em jogar sobre sua cabeça. Finalmente, ele localizou um prego. Segurou-o firme e com o martelo na outra mão, aproximou-se do túmulo e começou a pregar com batidas pequenas, tentando se livrar da capa e amaldiçoando o vento, pois nada enxergava e temia martelar o próprio dedo, o que acabou acontecendo, fazendo-o soltar gritos de dor e palavrões impronunciáveis. Quando sentiu, porém, o prego firme, mandou umas marteladas bem decididas que acabou fazendo com que o prego de cinco centímetros sumisse por completo na madeira.
Serviço feito, satisfeito, ele empunhou o martelo e virou-se para sair, queria sumir dali o mais rápido possível. Porém, ao se virar e dar o primeiro passo, sentiu algo lhe puxando. É que no escuro, ele pregara a capa junto com o prego!
Ao sentir o puxão, gelou e deu um berro assustador, desvencilhou-se da capa e saiu gritando como um demônio a quem acabaram de lhe enfiar um dente de alho nos olhos. Naquele alvoroço, esqueceu de contar as ruas de volta e pior, ao invés de pegar o sentido do fundo do cemitério, onde seus amigos o esperavam, rumou para a parte da frente. O que ele não sabia, é que o novo coveiro, um velho alto, barbudo e magricela, por não ter casa, morava no escritório da administração, na entrada do cemitério, temporariamente. Atraído pela gritaria e barulho, ele saiu para ver o que estava acontecendo e o “Deixa” que vinha correndo aos saltos devido sua perna presa, trombou com o tal coveiro e ao ver tão sinistra figura, ficou paralisado de medo, como se tivesse visto um fantasma do outro mundo. Sua cara, neste momento, parecia a sogra do capeta com prisão de ventre. Quase desmaiou! Entrou, então, na primeira rua, tropeçando nos túmulos menores, gritando por socorro em altos brados.
Ao ouvir a gritaria, os amigos, ao invés de tentar ajuda-lo, desembestaram a rir e a correr pelos pasto no fundo do cemitério, gritando " fodeu, fodeu". Todos com receio de que alguma assombração tivesse pegado o pobre do Deixa. Pararam na beira de uma estrada, debaixo de uma árvore e ficaram recuperando o fôlego e especulando o que fazer. Alguns riam nervosos, outros assustados. Decidiram ir embora e abandonar o amigo. Porém, o Pele-Curta, Limão e Balico protestaram firme com os demais dizendo que tinham a obrigação de socorrer o amigo. Decidiram então, ir para casa, pegar lanternas e uma espingarda do pai do Limão e socorrer o pobre do Deixa das garras de algum espírito demoníaco. Ao chegarem na entrada da cidade, molhados, depararam com o carro da polícia indo em direção ao cemitério. Dez minutos depois, o carro voltava, enquanto repartiam uma Garrafa de Grapete em um bar. No banco de traz, vinha o “Deixa”.
Receosos, foram para casa dormir, como se nada tivesse acontecido. Meia hora mais tarde, o Deixa-que-eu-Chuto, todo sujo de terra, camisa rasgada, ensopado, sem a capa, tossindo como um gato engasgado, chegava a sua casa, sob trancos do seu pai furioso. Acabara ali, sua aventura e tentativa de entrar para o grupo dos moleques endiabrados. A polícia foi à casa de alguns moleques no dia seguinte e contaram seu malfeito aos pais. Muitos tomaram cascudos e severas reprimendas.
Nunca mais o Deixa-que-eu-Chuto olhou na cara deles, filiou-se a outro time e foi também ignorado pela turma de Balico, para sempre.
O teste, todavia, continuou sendo aplicado. O que se sabe é que o grupo de Balico, nunca aumentou de tamanho, só diminuía. Também pudera... com aquele teste, nem tu brucutu!