O colecionador
Certo homem, muito rico, gostava de colecionar tudo o que era raro e tivesse um alto valor. Ele tinha, em sua mansão, uma grande sala reservada somente para expor todas as obras que tivesse adquirido, desde quadros, esculturas, músicas, objetos que pertenceram a pessoas famosas... Enfim, a lista era infinita.
Ele gostava de trazer seus amigos para conhecer a sala e mostrava-lhes com orgulho todas as suas posses.
Um dia, porém, um amigo muito íntimo, levou-o a refletir:
-Diga-me Aurélio. Qual é o valor de tudo o que tens aqui?
O colecionador pensou, pensou... Era difícil responder. Haviam bens valiosíssimos pelos quais ele tinha pagado uma fortuna e a cada dia chegavam novos objetos. Ele olhou ao redor e resolveu falar um valor aproximado.
-Eu acredito que tudo deve valer dois bilhões de reais, talvez mais.
-Realmente você tem uma grande fortuna em bens raros. – elogiou o amigo - Mas quero perguntar-lhe outra coisa. Será que tudo isso daria para comprar os três bens mais preciosos do mundo?
-E quais seriam esses três bens? –indagou Aurélio surpreso.
-Eu não sei. Diga-me você que é um colecionador.
Aurélio não soube o que dizer. E aquele questionamento começou a incomodá-lo. Quais seriam os três bens mais preciosos do mundo? E será que conseguiria comprá-los? Imagine o prestígio que ele teria, se conseguisse ter esses bens e mostrá-los aos amigos.
Resolveu sair pelo mundo e encontrá-los pessoalmente.
Mas as respostas não eram satisfatórias. Peritos em tesouros mostravam-lhe objetos das pirâmides do Egito e Especialistas em leilões mostravam-lhes as luvas que Michel Jackson usou no último show. Os que moravam no deserto, apresentavam-lhe a água e os que passavam fome, apresentavam-lhe o pão.
Aurélio Já estava desistindo de procurar, quando chegou a um vilarejo muito pobre. Decidiu que ali terminavam suas buscas, independente de achar ou não o que procurava.
Como o dia estava chegando ao fim, decidiu passar a noite em alguma estalagem. Os moradores indicaram-lhe uma hospedaria no final da rua e para lá ele se dirigiu.
Deteve-se, porém, no meio do caminho. Havia uma lojinha cujas portas ainda estavam abertas. A tabuleta sobre a porta dizia: “Vendem-se Preciosidades”.
Não resistiu e decidiu explorar o lugar. Havia um velhinho por trás do balcão, que levantou os olhos do livro que lia e deu-lhe um sorriso amigável.
-O que deseja meu amigo?
-Por favor, senhor! Estou em uma longa viagem, em busca dos três bens mais preciosos do mundo. Por acaso o senhor os teria em sua loja?
-É claro, meu filho! –respondeu o ancião. –Mas devo-lhe dizer que eles são muito caros. Poucos conseguem pagar por eles.
Aurélio sorriu. Ele investiria toda a sua fortuna se fosse preciso.
-Não tem problema. Eu posso pagar.
O velhinho tirou uma bolsinha rústica de uma gaveta e a deu para o colecionador abrir. Esse olhou pasmo para o conteúdo e depois respondeu:
-Eu sabia que era uma perda de tempo. –disse Aurélio olhando para as três palavras bordadas em um tecido antigo – Não me interessa quem bordou isso. Eu jamais comprarei.
-O tecido não vale nada, filho. O que importa são as três palavras: Humildade, Honestidade e Compaixão. São elas, os três bens mais preciosos do mundo, e sobre os quais deveriam estar pautada toda a vida de uma sociedade.
Dois meses depois desse episódio, o amigo de Aurélio foi visitá-lo e se espantou ao ver o salão das obras raras vazio, exceto por uma mesa de vidro com um tecido bordado em cima.
-Aurélio, o que aconteceu? Por acaso fostes roubado.
-Não, querido amigo. Resolvi ter apenas os três bens mais preciosos do mundo.
O outro olhou incrédulo para o tecido.
-Você deu toda a sua fortuna para comprar esse pedaço de tecido bordado?-perguntou espantado.
-Não, caro amigo. Esse pedaço de tecido me foi dado de graça. Quanto ao meu dinheiro, eu estaria perdendo a Humildade se lhe contasse, o que a Compaixão me motivou a fazer, quando eu me vi com Honestidade.
Certo homem, muito rico, gostava de colecionar tudo o que era raro e tivesse um alto valor. Ele tinha, em sua mansão, uma grande sala reservada somente para expor todas as obras que tivesse adquirido, desde quadros, esculturas, músicas, objetos que pertenceram a pessoas famosas... Enfim, a lista era infinita.
Ele gostava de trazer seus amigos para conhecer a sala e mostrava-lhes com orgulho todas as suas posses.
Um dia, porém, um amigo muito íntimo, levou-o a refletir:
-Diga-me Aurélio. Qual é o valor de tudo o que tens aqui?
O colecionador pensou, pensou... Era difícil responder. Haviam bens valiosíssimos pelos quais ele tinha pagado uma fortuna e a cada dia chegavam novos objetos. Ele olhou ao redor e resolveu falar um valor aproximado.
-Eu acredito que tudo deve valer dois bilhões de reais, talvez mais.
-Realmente você tem uma grande fortuna em bens raros. – elogiou o amigo - Mas quero perguntar-lhe outra coisa. Será que tudo isso daria para comprar os três bens mais preciosos do mundo?
-E quais seriam esses três bens? –indagou Aurélio surpreso.
-Eu não sei. Diga-me você que é um colecionador.
Aurélio não soube o que dizer. E aquele questionamento começou a incomodá-lo. Quais seriam os três bens mais preciosos do mundo? E será que conseguiria comprá-los? Imagine o prestígio que ele teria, se conseguisse ter esses bens e mostrá-los aos amigos.
Resolveu sair pelo mundo e encontrá-los pessoalmente.
Mas as respostas não eram satisfatórias. Peritos em tesouros mostravam-lhe objetos das pirâmides do Egito e Especialistas em leilões mostravam-lhes as luvas que Michel Jackson usou no último show. Os que moravam no deserto, apresentavam-lhe a água e os que passavam fome, apresentavam-lhe o pão.
Aurélio Já estava desistindo de procurar, quando chegou a um vilarejo muito pobre. Decidiu que ali terminavam suas buscas, independente de achar ou não o que procurava.
Como o dia estava chegando ao fim, decidiu passar a noite em alguma estalagem. Os moradores indicaram-lhe uma hospedaria no final da rua e para lá ele se dirigiu.
Deteve-se, porém, no meio do caminho. Havia uma lojinha cujas portas ainda estavam abertas. A tabuleta sobre a porta dizia: “Vendem-se Preciosidades”.
Não resistiu e decidiu explorar o lugar. Havia um velhinho por trás do balcão, que levantou os olhos do livro que lia e deu-lhe um sorriso amigável.
-O que deseja meu amigo?
-Por favor, senhor! Estou em uma longa viagem, em busca dos três bens mais preciosos do mundo. Por acaso o senhor os teria em sua loja?
-É claro, meu filho! –respondeu o ancião. –Mas devo-lhe dizer que eles são muito caros. Poucos conseguem pagar por eles.
Aurélio sorriu. Ele investiria toda a sua fortuna se fosse preciso.
-Não tem problema. Eu posso pagar.
O velhinho tirou uma bolsinha rústica de uma gaveta e a deu para o colecionador abrir. Esse olhou pasmo para o conteúdo e depois respondeu:
-Eu sabia que era uma perda de tempo. –disse Aurélio olhando para as três palavras bordadas em um tecido antigo – Não me interessa quem bordou isso. Eu jamais comprarei.
-O tecido não vale nada, filho. O que importa são as três palavras: Humildade, Honestidade e Compaixão. São elas, os três bens mais preciosos do mundo, e sobre os quais deveriam estar pautada toda a vida de uma sociedade.
Dois meses depois desse episódio, o amigo de Aurélio foi visitá-lo e se espantou ao ver o salão das obras raras vazio, exceto por uma mesa de vidro com um tecido bordado em cima.
-Aurélio, o que aconteceu? Por acaso fostes roubado.
-Não, querido amigo. Resolvi ter apenas os três bens mais preciosos do mundo.
O outro olhou incrédulo para o tecido.
-Você deu toda a sua fortuna para comprar esse pedaço de tecido bordado?-perguntou espantado.
-Não, caro amigo. Esse pedaço de tecido me foi dado de graça. Quanto ao meu dinheiro, eu estaria perdendo a Humildade se lhe contasse, o que a Compaixão me motivou a fazer, quando eu me vi com Honestidade.