O Crepúsculo dos Deuses
Trecho do livro “O CREPÚSCULO DOS DEUSES”
(Autor: Luiz de Carvalho Pádua}
Era o mês de Junho. O céu estava azul, a brisa suave e gentil. Os Pássaros cantavam anunciando a primavera. Flores desabrochavam nos campos. Jovens amantes davam boas risadas contando novidades, outros, andavam de mãos dadas e sonhavam, Novamente o mundo renascera magicamente. A vida refletia o calor, o mistério e o doce encantamento da estação.
Mas a primavera não chegava à nova morada de Tommy Scoot, que no momento situava-se em um local distante da cidade; tinha um visual triste, sombrio e desligado da natureza e das coisas naturais. Seus sonhos não´eram os mesmos dos sonhos de homens normais vivos. O único calor que sentia era o calor febril artificial da esperança vã. Sua tragédia era a caricatura viva da tragédia. Uma atmosfera de gemidos e resmungos; orações vociferadas com blasfêmias e maldições sussurradas
Seu mundo físico agora era outro, mas recusava-se a ignorar a primavera. Precisava dela para sobreviver. Precisava dela para viver com ela através dos dias que ele tinha pela frente. De acordo com o médico psiquiatra, a sanidade mental é uma loucura aplicada da maneira apropriada...