701-UMA APOSTA ANTROPOLÓGICA - 2o. cap.de "Aventureiro na Jangal Africana"
2º. Capítulo da noveleta”Aventureiro na Jangal Africana”
Em animada conversação sobre o assunto, os sete homens e a linda mulher que estavam na mesma mesa se dirigiram a uma das diversas salas de reuniões do clube, a fim de acertarem as condições da aposta.
— Então o senhor se propõe a passar determinado tempo na floresta, vivendo tal qual o “filho das selvas”? — Bill Batter confirmou a questão da aposta. — E por quanto tempo pretende manter este tipo de vida?
— Digamos que posso passar um ano. Vamos fechar a aposta em um ano. — Propôs Eric Thornbell.
— Quanto pretendem apostar? — Perguntou Charlene.
— Que tal o valor de meus rendimentos anuais? — Disse Thornbell. — Estimo que entre o que recebo em salários e participações em lucros das empresas para as quais trabalho em torno de um milhão de dólares. É o que estou disposto a apostar.
— Para mim, tudo bem. — Como todo empresário de sucesso e dono de grande fortuna, Bill Batter não titubeava em mencionar altas cifras. Que, aliás, no caso, nem considerava um valor elevado para apostar.
— Mas como será verificada a estrita observância das condições de vida do Sr. Thornbell na floresta? — Interveio Cheepak Sungipore.
— Bem, não vai ser uma vida fácil de ser vigiada. Terei de me movimentar bastante, e dificilmente encontraremos alguém que queira me vigiar o tempo todo.
— Me ofereço para observar o nosso herói das selvas. — Adiantou Charlene — Tenho certeza que meu jornal publicará todas as reportagens e qualquer relato que eu escrever sobre esta fantástica experiência. Poderá ter até interesse científico. Antropológico, digamos assim.
— Essa não! — Thornbell não deixou a linda morena prosseguir. — Não será nada parecido como um passeio pelas selvas. Nada apropriado para uma mulher.
— Quer apostar? — brincou a moça, rindo e mostrando a alvura de seus dentes, que lhe dava especial luminosidade a sua expressão facial.
A determinação da destemida jornalista Charlene Dorange fez com que sua proposta fosse aceita pelo magnata Bill Batter e pelos demais presentes, testemunhas da estranha aposta. Eric Thornbell não teve como recusar a companhia da moça na aventura.
Usando papeis timbrados com o vistoso brasão do Clube dos Exploradores, colocaram no papel todas as condições do inusitado contrato.
— Dentro de um ano, nos reuniremos aqui, para a verificação do cumprimento — ou não — destas condições. — Disse o magnata. — Agradeço a assinatura de todos neste documento, que ficará guardado em cofre bancário, juntamente com os títulos representativos do valor da aposta.
Mais alguns detalhes foram acertados e as condições da aposta entre Eric Thorndall e Bill Batter foram finalizadas.
Ao descerem as escadas imponentes do Clube, Thornbell, oferecendo o braço direito a Charlene Dorange, num gesto um tanto antiquado de cavalheirismo, disse:
— Espero que a senhorita Dorange esteja preparada para as durezas da vida na selva. Talvez seja mais árduo do que foi para Tarzan dos Macacos.
— Em primeiro lugar, já que vamos viver juntos essa aventura, deixe de me tratar tão formalmente. Para você sou Apenas Charlene, e tomo a liberdade de tratá-lo de Eric. Está bem assim?
— D’ accordo! — ele respondeu, repousando sua mão esquerda sobre a mão da moça, apoiada no braço direito, num gesto de amizade e carinho.
ANTONIO GOBBO
Conto # 701 da SÉRIE 1OOO HISTÓRIAS
2º. Cap. De AVENTUREIRO NA JANGAL AFRICANA
escrito em 24.01.2010/finalizado 07.12.2011