O Escorpião Dourado. Parte 5

_Acorda Debby!! - Era o Tadeu me chamando. _ Vamos embora que já ta tarde e a gente ainda tem que fazer as tarefas de casa.

Sai dali e nem acompanhei os outros que seguiram seus rumos cada um pra sua casa. Passei pela rua da Bolota só pra tirar uma dúvida. Queria ver se ela estava mascando aquele chiclete. Quando cheguei em frente a casa dela quase tive um treco. A Bolota estava brincando no gramado em frente a casa dela. Adivinhem com o queê Nunca advinhariam. Uma caixa cheia de escorpiões.

Gritei pra ela:

_Eles vão te picar menina!

_Vão não. Eu to chupando chicrete. O Bóris falou que assim eles não mordem.

_Onde você pegou esses bichos?

_Na casa dele tem um montão. Mas são tudo mansinho.

_Posso brincar com um deles?

_Não. Você num pode!! Espes vão mordê você.

_Não vão. Deixa eu tentar pegar um deles. - E tentei pegar um que armou-se todo pra me picar no mesmo instante.

_Cuidado! - Gritou a Bolota.

_Aiii ! Que bicho malvado. Podia ter memordido. - Então a Bolota olhou pros lados e disse pra mim bem baixinho:

_Pera ai que eu buscar uma coisa pra você.

Veio com um clhiclete nas mãos e me deu.

_É pra você. Mastiga ele que o escorpião vai fica bonzinho com você.

_Verdade mesmo Bolota? Quem te deu esse chiclete e te contou que ele faz o escorpião ficar bonzinho com a gente.

_Cê num conta pra ninguém?

_Juro que não! E fiz uma cruz na boca

_Foi o Boris. Ele me deu pra eu fazer o favor de fazer uma brincadeira com vocês. Era pra colocar os escorpiões nas coisas de voces.

_Eles podiam ter picado a gente!

_Ele disse que os escorpiões eram bonzinhos e não picavam ninguém e que ele tinha tirado o veneno deles.

_Eles são amarelos e são perigosos.

_Não eles são dourados.

_Pode ser, tanto faz mas afinal eles não picaram ninguém.

_Depois o Ailton deu eles pra mim de novo é por isso que eu tenho um monte deles agora.

_O que eles comem?

_Comem os colegas. Horrível né?

_É horrível mesmo. Porque será?

_O Boris disse que é pra mostrar que mandam. Quem come o colega tem mais poder que ele.

_Que horror!!!

Bolota ficou rindo de mim e eu fui embora dali. Pra bem longe daquela menina esquisita que brincava com escorpiões dourados. Pelo que eu sei é uma das duas espécies mais venenosas que existem. Com o chiclete na mão, fiquei pensando se era verdade que assim os escorpiões não fariam nada comigo se eu os mascasse. Passei pelo centro da cidade e me deparei com o Arnaldão. Ele também estava mascando chicletes. A Maria da padaria do Português também mascava chicletes e o próprio Manoel Padeiro também estava com o chiclete .

Enfiei a mão no bolso e o barulho da embalagem do chiclete me lembrou dele. Peguei e comecei a observar o rótulo. Era um papel azul com o desenho de um escorpião dourado no centro. O nome estava escrito em Chinês. A noite tinha chegado e eu deixei pra falar com a turma no dia seguinte. Dormi até umas dez horas de tão cansada que eu estava. Minha mãe veio me acordar. Ela é sempre tão carinhosa que eu agradeço a Deus todos os dias por tê-la por perto. Levantei e o almoço já estava quase pronto. Comi uma fruta e fui tomar banho e me arrumar pra ir para o coelgio. Ela me avisou que tava cedo pra eu ir pra escola, mas eu queria ver meus amigos logo. Liguei pro Tadeu, Maneco e a Lucinha e eles avisaram a Diva e o Pedrinho. Assim que chegaram eu já estava no mesmo banco da escola. Contei-lhes tudo que aconteceu entre eu e a Bolota e eles ficaram pasmos. Falei que tinha visto o Arnaldão, a Maria e o Sr Manoel da padaria mascando chicletes e pelo cheiro era este. E mostrei o tal chiclete, ao Tadeu dizendo:

_Como as pessoas comem uma coisa que está escrito em chinês. Sabe lá o que tão comendo?

_Calma Debby, atrás da embalagem está escrito em Português. Goma antialérgica. Repelente de insetos. Ele disse.

_E agora? Se o que a Bolota falou for mesmo verdade, e tem lógica, isso explicaria muita coisa.

_Vamos testar o chiclete? - Perguntou o Maneco

_Não eu acho melhor a gente guardar pra uma necessidade.

Enquanto conversávamos, chegou um carro e estacionou no pátio da escola. Era o Bóris. Ele saiu do carro e seguiu direto pra escola. Sai dali e segui o professor. Os outros me seguiram. Andamos pé ante pé e vimos quando ele entrou no laboratório. Ao chegarmos ao laboratório ainda vimos pela janela ele descendo por um alçapão.

_Ah então é assim que ele some.

_Não dá pra seguir. Ele pode ver a gente. - disse o Pedrinho.

_Porque a gente então não vigia a espera ele voltar? - Perguntou a Diva

Mas o sinal bateu e o barulho assustou a gente. Rindo muito a gente foi pra fila. A primeira aula era de química e certamente o Bóris não estaria lá. Mas não fioi bem assim. Lá estava ele no laboratório, bem lampeiro da vida, como se nada tivesse acontecido. A aula transcorreu normal. Na terceira aula, a 1ª e segunda eram dele, a gente saiu do laboratório e discutimos as observaçoes de cada um. Havia um tapete em cima do alçapão. Era por ali que deveriamos seguir se conseguíssemos entrar lá sem ele. No recreio o Bóris saiu da escola, pegou o carro e foi embora. Ele não teria mais nenhuma aula naquele dia. No final da aula a gente ia testar o chiclete. Entraríamos no esconderijo alerta pra ver a necessidade de usar o chiclete.

Acabou a aula de português e fomos direto pro laboratório. A porta estava, como sempre, sem trancas. Ela havia quebrado a muito tempo e nunca consertaram. Entramos e descemos pelo alçapão. Ele dava pro esconderijo no alto da montanha. Foi preciso muita paciencia pra chegar lá. Era sobe e vira curva que não acabava mais. Havia tochas que estavam acesas nas paredes e havia muita gravura desenhada. Desenhos em códigos que a gente não entendia. Pareciam hieróglifos egipcios. As paredes eram de pedra e muito bem feitas. Levamos mais ou menos uma hora pra chegar lá. Pelo caminho encontramos também vestigios de armadilhas destruídas antes. Esqueletos e restos de objetos pertencentes a eles. Encontramos uma porta redonda que tinha um enorme escorpião desenhado nela. Os rubis brilhavam diante das tochas que estavam acesas nas paredes. O Maneco tremia tanto que dava pra ouvir o barulho dos dentes dele batendo. A Catarina estava com medo de abrir a porta mas eu resolvi que abriria de qualquer jeito. Encontrei um desenho esculpido em baixo relevo, no escorpião e ao lado estava um objeto com o mesmo formato. Coloquei o objeto dentro do desenho e encaixou direitinho nesse momento a porta girou e abriu uma enorme fresta. Eu entrei por ela e pedi a todos que não entrassem. O escorpião estava lá. Intacto no mesmo lugar. Fiquei ali embasbacada até ouvir um dos meninos gritar do lado de fora da porta.

_Debby, vem cá!

_Que foi - saí dizendo.

_Veja isto!

Era uma estante incrustada na rocha e dentro dela estavam manuscritos de papiro com mensagens ilegiveis para nós.O Tadeu a encontrou quando sem querer encostou em uma pedra pontiaguda encrustada na parede. Ela se dobrou e em seguida abriu a parede e revelou a estante com os papiros. Tirei fotos dos manuscritos que encontramos e resolvemos sair dali pela montanha.. Foi fácil encontrar o caminho. O incrível é que os escorpiões não apareceram. Sairíamos de lá abrindo a porta com aquele controle, mas ele estava do lado de fora. Voltamos então pelo mesmo caminho. Demoramos demais pra chegar na escola e quando chegamos lá, ela estava fechada. Saimos do laboratório e quando íamos sair da escola ouvimos vozes. Era o Bóris e um homem que a gente não conhecia. Escondemo-nos enquanto eles abriram os cadeados e entravam na escola. Eles foram pro laboratório e a gente aproveitou pra sair dali. Resolvemos bolar um plano pra descobrir o que aqueles homens estavam fazendo.

_Vamos colocar um microfone dentro do laboratório e gravar o que eles conversarem quando voltarem. - O Pedrinho falou.

_Onde vamos encontrar um microfone tão pequeno que não seja encontrado pelo Bóris e a turma dele? - Perguntei

_Eu tenho um assim em casa. Está dentro de uma planta e assim ele não vai desconfiar. No laboratório tem uma planta. É só substituir. Disse o Pedrinho.

_Não é melhor colocar hoje ainda? - Perguntei.

_Vou fazer isso agora mesmo. Assim quando ele voltar já teremos alguma coisa gravada.

Fomos embora pra casa e deixamos o Pedrinho encarregado de colocar a escuta no laboratório. Ele fez isso com muita rapidez pois mora perto da escola. No dia seguinte a gente escutaria pra ver se havia algo de errado com eles.

A conversa que se desenrolou entre o professor de Química e o o outro homem nos encheu de suspresa. E para que não haja dúvida ai está ela.

_Depressa, vamos sair logo daqui. A diretora da escola vai acabar pegando a gente. Foi uma oportunidade milagrosa encontrar estas passagens secretas. Como construiram a escola sobre elas sem notar a preciosidade que existe aqui?...

continua...

Nilma Rosa Lima
Enviado por Nilma Rosa Lima em 09/03/2015
Reeditado em 10/03/2015
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