566-5-A HISTÓRIA DE SUZANA-Tarzan e os Homens-Morcegos-5a.parte

TARZAN E OS HOMENS MORCEGOS

Texto inspirado nas aventuras do personagem TARZAN, criado por Edgar Rice Burroughs, a quem presto minha homenagem.

-5a parte-A história de Susana

O velho Mac era mais ágil do que aparentava ser. Em dois tempos, sobiu ao helicóptero e voltou trazendo duas garrafas térmicas,canecas, uma cadeira dobrável e um cobertor. Tarzan deu água à moça. Ela bebeu com sofreguidão, mas Tarzan disse:

=Calma, minha jovem. Precisa deixar seu estômago receber o liquido aos poucos.

Só então ela abriu completamente os olhos completamente. Olhou para Tarzan, para o professor e gaguejou:

=Vocês...? Vocês me salvara! Graças a Deus! Eu pensava que tinha morrido...

=Calma, mocinha. = Tarzan esfregou sua esta, os pulsos, a nuca, com a água fresca. Depois ofereceu-lhe outra caneca.

=Tome, beba isto. É café preparado pelo professor, aqui ao meu lado.É um café forte, preto e amargo!

Ela bebeu com avidez.

=Estava morta de sede! O café está bom!

Abrindo a cadeira de acampamento, o professor ofereceu-a à jovem, dizendo:

=Também gostará da minha poltrona, menina.

Tarzan a colocou na cadeira, enrolada num cobertor.

=Estava com frio. = A moça disse, reanimando-se. = Mesmo com o sol quente, aqui em cima é frio, porque o vento é gelado.

E olhando estranhamente para os dois homens, se deu conta da situação.

=Mas...quem são vocês? Como chegaram até aqui?

=Eu sou Tarzan e este aqui é meu amigo professor Mac. Encontramos a mensagem que você escreveu. Viemos salvá-la.

O professor fez uma mesura elegante diante da moça.

=Professor arqueólogo Mac Old-Dick, um seu escravo, E você deve ser Susan Day, desconfio?

=Puxa, custo a crer que tudo esteja acontecendo assim. Afinal, a chegada de vocês me salvou da morte certa nas garras daqueles hediondos homens-morcegos.

=Você, por certo, é Susana Day? = Pergunta Tarzan.

=Sim, sou.

=Mas como veio parara aqui?

=Vou lhes contar tudo, desde o começo, para que compreendam minha estranha aventura. Vim para a África com meu pai, há quatro anos. Eu só tinha quinze anos, mas já o acompanhara em outras expedições pela Ásia e Austrália.

=Seu pai é explorador? = Perguntou o professor.

=Não, ele era naturalista. Estudava os animais selvagens e as formas como cada espécie se adapta aos habitats de cada região. Meu pai veio a esta região para estudar uma espécie de morcegos gigantes, completamente desconhecida.. São morcegos gigantes, que jamais foram estudados. São carnívoros e que têm hábitos diurnos, isto é, eles caçam em plena luz do dia.

=Já tinha ouvido falar neles, sim = Disse o professor. = Mas pensava que fosse uma lenda, uma história das tribos que habitam o Vale das Torres.

=A história é tão estranha, que mais parece uma lenda, disse a moça. = Porque junto com os morcegos vivem os homens-morcegos, que imitam os nojentos bichos em tudo. Moram nas cavernas situadas nas torres e usam asas feitas com o couro das asas dos morcegos, para voarem. São canibais, isto é, comem carne humana. Ao contrário dos morcegos, que caçam de dia, os homens-morcegos gostam de caçar à noite. E têm estranhas práticas religiosas. Adoram um deus-morcego.

Susan parece estar cansada. Toma mais uma caneca do café do professor, que oferece-lhe também algumas bolachas nutritivas e barras de chocolate. Após um intervalo, ela prosseguiu:

=Os estudos de papai já estavam adiantados, havia feito importantes relatórios, que estavam prontos para serem enviados para a Scientific Royal Society, de Londres. Então, fomos atacados pelos homens-morcegos. Eles assaltaram nosso acampamento numa noite que nem quero mais lembrar. Mataram papai e me capturaram para ser oferecida em sacrifício ao deus-morcego.

=É o sacrifício da segunda lua cheia após as chuvas? = Tarzan perguntou. = Você escreveu isso em sua mensagem.

=Sim, é nesta época. De ano em ano, fazem essa oferenda. Graças a vocês, escapei. Mas com certeza os homens-morcegos virão aqui, e descobrirão que eu não fui sacrificada. Vão querer se vingar, pois considerarão isto um desafio para eles e uma ofensa para o deus-morcego.

=E faz tempo que isto tudo aconteceu? = perguntou o professor.

=Faz alguns meses. Fiquei prisioneira na caverna dos nojentos morcegos e homens-morcegos e quase perdi a noção do tempo. Para não desesperar, não ficar louca, comecei a escrever as mensagens em pequenos pedaços de couro das asas dos morcegos, enrolando-as em finos cipós e de cascas de árvores e jogando-as no rio. As bolas boiavam e foram levadas pela correnteza.

Susana estava cansada. O sol já havia se posto, a noite descia e somente os mais altos picos dos Montes do Fim do Mundo permaneciam iluminados. Susana não viu o belo espetáculo, pois cochilara assim que terminara sua narrativa.

=Ela adormeceu de tão cansada e estressada.= Disse Tarzan.

O professor sorriu e confessou:

=Coloquei um sedativo no café. /agora ela era um sono profundo e sem pesadelos. Amanhã estará completamente recuperada.

Tarzan levantou a moça adormecida em seus fortes braços e a acomodou com cuidado dentro do helicóptero.

=E se ela estiver certa e os homens-morcegos aparecerem durante a noite?

=O senhor e Susana dormem dentro do helicóptero. Eu fico aqui, dormirei na cadeira, e sentirei se os morcegos ou os tais homens-morcegos se aproximarem. Amanhã bem cedo partiremos de volta.

Tarzan se acomoda na pequena cadeira. Há uma paz no topo da “torre” e o silêncio é quebrado apenas pelo sussurrar do vento frio. Confiando em seus apurados sentidos, Tarzan adormece.

continua.

ANTONIO ROQUE GOBBO

Conto # 566, da SÉRIE 1.OOO HISTÓRIAS

Belo Horizonte, 7 de outubro de 2009

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 05/12/2014
Reeditado em 05/12/2014
Código do texto: T5059774
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