Amor de Cobra Mata Paixão de Mulher
Contou-me alguém, que lá pelas bandas da Gerais fato "pitoresco" aconteceu.
Sabe os mais vividos que, os conhecidos e apreciados moteis de hoje não existiam outrora. Naquela época, era com "H" mesmo. Com suas dificuldades e consequências.
Não menos apreciados e, alguns casos, como o deste, só restava aos frequentadores e apreciadores de tais lugares, os "mateis" mesmo.
Certa senhora foi a um deste aprazível lugar. Para quem nunca experimentou, nada é mais excitante. A relva como cama e o céu com as suas estrelas, liberta e extasia até mesmo ao mais convícto celibatário.
Pois bem, esta senhora, levada por cruel destino, após acolher-se confortavelmente na relva macia, teve, inesperadamente a presença desconfortável de um intruso.
Uma enorme cobra veio chegando de mansinho, como nada querendo, quase que com inveja da "outra", traiçoeira e letal.
Pobre mulher !
Que buscou conhecer o prazer, que seria gozado à sombra das árvores onde a paixão se confundiria com a sinfonia dos gritos de amor e o gorjeio dos pássaros.
Ignóbil serpente !
De Eva apenas o sossego, tirou-lhe.
Dessa mulher, entretanto, este réptil, vil e traiçoeiro roubou-lhe o acorde.
Acorde de sua vida e de se amor.
Roberto Gonçalves