O PARDAL BALINÊS
Galera, hoje aconteceu uma coisa muito interessante. Estava eu, deitado confortavelmente numa cadeira ao lado da piscina, apreciando o borbulhar da água quente e a bela paisagem do lugar, quando de repente, pousou um pardal balinês na minha frente. (Os pardais daqui, são magros e bem elegantes). Ele deu uns pulinhos pra lá e pra cá, olhou pra mim e começou a falar. – Estou vendo que o senhor não é daqui !!! Ao que respondi. Realmente não sou. Ai ele continuou a falar. – Não entendo, porque uma pessoa na sua idade, sai lá do seu país e vem se meter neste fim de mundo ? Ao que respondi. – Eu também não sei. Ai ele continuou falando. – E o que o senhor está achando aqui de Bali ? Eu respondi. – Pra mim é tudo novo. Uma outra cultura, um povo diferente e uma ilha muito bonita. Sem contar, que hoje, já tomei um banho de batismo na Caverna do Dragão, e conheci os fotógrafos no caminho, os amigos do Beto Arto, como eles falam aqui. Fui no mirante da Caverna, apreciei a praia lá de cima, tirei umas fotos e fiz o caminho de volta pra pousada Sriyana. Quando subi a escadaria, encontrei novamente com os fotógrafos, ao que diziam uns para os outros, “esse é o pai do Beto Arto”, apontando pra mim. Eu os cumprimentava e eles ficavam rindo o tempo todo e falando, matchadada ! matchadada ! fazendo os gestos com a mão. Achei isso muito interessante, porque lá em Itacaré, todos me conhecem como o Pai do Beto. Ai, o pardal balinês perguntou. – E o que o senhor achou da nossa comida ? Eu respondi. – É uma comida muito estranha pra nós brasileiros. Ontem à noite, eu comi um tal de Mie goreng, aquele instantâneo, tipo miojo. Foi a salvação da pátria, devido à fome que eu estava. Ai, ele perguntou novamente. – Mas vamos falar das pessoas. O que o senhor achou do nosso povo ? Eu respondi. – Achei que é um povo muito alegre, parecido com os baianos do Brasil. E ele continuou perguntando. E o que achou dos surfistas ? Eu respondi. – Uma galera amigável, hospitaleira e bem humorada. Hoje mesmo, o Sidnei, que é surfista e fotógrafo, grande amigo do Beto, me levou de moto, pra um restaurante brasileiro, onde comemos um filé, com feijão, arroz, purê de batata e salada. Estava uma delícia. Depois, cheguei na pousada, tomei um banho, descarreguei as fotos no facebook, curti um pouco o ar condicionado e agora estou aqui, apreciando a natureza. Aí, o pardal balinês perguntou. – E o senhor não está cansado, depois de tantas peripécias e estripulias ? Ao que respondi. – Cansado estou, mas feliz da vida. Levando-se em conta, que estou com 66 anos de idade, e tive a oportunidade de participar desta trip, com o meu filho e os seus amigos, pra conhecer este lugar mágico, que muitos gostariam de estar em nosso lugar, mas jamais terão essa oportunidade. Por isso, agradeço a Deus, por mais esta benção que ele nos proporcionou. Ai o pardal disse. Amém !!!
E saiu dando os seus pulinhos, pra lá e pra cá, rindo da nossa conversa. E disse mais. - Selamat sori (boa tarde). Ao que respondi. - Terima kasih (obrigado).