Diário de um Hunter III
Mais um dia quente, e eu tinha a tarefa desagradável de eliminar uma criatura do deserto, o calor me irrita, então fui beber algo no bar, para desestressar... se bem que, ultimamente eu tenho gostado cada vez menos do bar, eu costumava conhecer ótimos caçadores lé, e ouvir suas histórias, mas ultimamente só tem bêbados, os caçadores estão em falta em todo lugar, dizem que a culpa é de um monstro que assusta até o mais corajoso dos caçadores. Bem, tenho certeza que não vai me assustar.
Depois de pedir uma bebida, conheci um simpático caçador, Worgar. Ele vinha de terras distantes, e usava uma armadura azul, toda feita da carapaça de algum monstro que provavelmente eu não conhecia, ele disse que seria meu parceiro na caçada de hoje, e que eliminaríamos o Daimyo Hermitaur, ele o descreveu como um Hermitaur gigante, aquele projeto de caranguejo nunca me assustou antes, só era irritante, ele tinha o casco bem duro e se movia rápido, mas nada que eu não conseguisse destroçar.
Ele me disse que já estava na hora de conseguir uma armadura decente, e eu concordo, essa porcaria que eu ganhei não serve nem pra proteger do frio. Sem ofensas senhor chefe de Jumbo, mas o senhor poderia ter caprichado mais, né?
Mas a minha paciência naquele calor estava curta, e eu só queria matá-lo logo e tomar um banho no fim da tarde. As missões me deixam feliz, geralmente, mas o meu humor baixa drasticamente com o calor, e me mandar pro deserto me deixou irritado, de modo que eu só queria acabar logo com tudo.
Esvaziei minha bolsa e peguei só o que me fosse útil, e partimos imediatamente.
A companhia de Worgar me alegrava, ele me contou muitas histórias no caminho, ele adora falar, e eu adoro histórias, combinamos bem por isso, ele até diminuiu o meu estresse por estar queimando naquele deserto infernal.
Eu ganhei alguns itens para lidar com ele, e Worgar me ensinou a usá-los, nada muito legal, mas tinha uma bebida gelada que me ajudou a aguentar o calor do deserto.
Andamos por quase uma hora procurando o tal Daimyo, então Worgar sugeriu que nos separássemos, então seguimos caminhos diferentes. Eu já tinha uma certa familiarização com o deserto, eu me perdi várias vezes aqui em viagens atrás de aventuras, então juntei alguns insetos úteis, plantas, minérios, fui pegando o que achava pelo caminho, e matando os bichos irritantes que me atacavam, e então eu o vi.
Ele era vermelho e tinha grandes pinças, parecia ser muito mais irritante e duro que os seus parentes menores, e claramente maior, eu diria que ele media uns 5 metros, mas não reparei muito nisso, o que mais me chamou atenção na verdade foi o seu casco, tinha um chifre e duas aberturas para olhos, e era feito de osso, parecia ser de um outro animal incrivelmente maior. Era bem bonito, mas se ele matou uma coisa daquele tamanho, eu tinha certeza que ele seria um problema.
Esperei concentrando minhas forças, foi uma tentativa de fazer algo novo, estava me preparando pra dar o golpe mais forte possível, mas eu me assustei e acertei o chão.
O peso da espada me segurou por tempo o suficiente para ser arremessado contra uma pedra grande que estava lá, por uma de suas pinças, era praticamente um caranguejo gigante, mas andava de frente. E tinha umas perninhas que corriam irritantemente rápido, aquilo me irritava por alguma razão.
Por sorte a minha Golem Blade ainda estava comigo, mas eu estava machucado e o manuseio dela tornou-se um pouco mais difícil, então só consegui colocá-la nas costas novamente e correr o mais rápido que podia. Estava bolando um plano.
Eu esperei que ele se aproximasse, e esperei pelo seu movimento ignorante com a pata, do qual desviei com facilidade, ele me deu abertura pra um golpe direto na cara do monstro, o que o derrubou por alguns segundos, e eu continuei atacando enquanto ele estava no chão. Mas parece que foi a única chance que eu tive, pois ele começou a ficar bravo, e mais rápido.
Quando ele se levantou eu continuei atacando, e isso quase me levou pra cova porque aquelas perninhas irritantes e finas, conseguiram impulso o suficiente pra jogar todo o corpo dele pra cima, se eu não tivesse me jogado pro lado o mais rápido que eu pude, certamente não estaria aqui escrevendo isso, mas por sorte só senti um forte tremor.
Agora com mais cautela eu desviei de alguns dos seus golpes e procurei não me aproximar sem pensar. Eu gosto do meu corpo inteiro... e ainda tinha Worgar, eu acreditava que ele ia chegar a qualquer momento, então tentei ficar no controle da situação.
Me escondi atrás de uma pedra concentrando minhas forças, esperando que dessa vez desse certo, estava esperando ele se aproximar, e por sorte, eu o acertei.
Ele caiu novamente, e eu o dei outro golpe concentrado, e aparentemente, o deixei mais bravo ainda.
Ele começou a borbulhar pela... boca? Era estranho, uma borbulha esbranquiçada, com bolhas grandes e de curta duração, era estranho, mas ele ficou mais rápido ainda, eu nem o vi chegar quando ele me deu outro golpe com a pinça, que me jogou pro lado onde mais um maldito golpe me esperava. Dei sorte de não quebrei nenhum osso nessa, me afastei o mais rápido que pude e tentei correr.
Tive a maior surpresa do mundo quando um jato de água que eu não esperava, por sorte me errou. Mas o maldito Vespoid não teve a mesma sorte, a vespa gigante teve o corpo destroçado pelo jato, nada ficou inteiro, decidi então não o subestimar nem de longe.
Subi em cima de uma pedra quase que por instinto, ele não conseguiu subir também, e ficou feito um idiota, confuso, tentando me encontrar, se chocando contra a pedra, isto me deu algum tempo para pensar.
Desci da pedra para enfrentá-lo de frente, mas ele estava muito rápido, eu estava desviando por pouco dos seus golpes com a pinça, pensei em usar a parte do casco como ponto cego mas não adiantou, ele tentava me perfurar com o chifre que ele roubou de algum animal, aquilo estava mais perigoso do que a frente dele... ou não... na verdade eu não sabia onde era pior ficar, mas por sorte, Worgar apareceu.
Ele correu e empunhou em uma mão um machado bem bonito, tinha tons bonitos de azul e roxo, e era feito de ossos, mas bem enfeitado. Na outra mão empunhou um escudo que parecia ser feito junto com o machado, tinha as mesmas cores e era tão bonito quanto.
Ele habilmente avançou contra o monstro, e acertava suas partes vulneráveis sem ser acertado. Ele desviava muito bem, e era bem atento aos movimentos, eu aproveitei a distração e o ataquei com tudo o que pude.
A borbulha em sua boca começou a adquirir um tom de roxo, que era o mesmo tom do sangue da criatura, e ele se enterrou. Segui pela terra sabe-se lá pra onde. Worgar praguejou contra ele e me perguntou se eu estava bem. Eu respondi que só vu estar bem quando o Daimyo estiver morto. Ele riu e fomos procurá-lo. Ele não quis me deixar sozinho dessa vez, mesmo eu insistindo que sabia me virar, procuramos juntos.
O encontramos dormindo, ou algo do tipo, ele estava imóvel, seu corpo estava muito destruído e ele parecia sofrer. Eu o acordei com um golpe ignorante, com a maior força que eu tinha, na cabeça, e ele levantou, se sentiu tonto e caiu pro lado.
Eu e Worgar aproveitamos a oportunidade para bater nele, que em resposta se jogou pra cima de nós.
O Peso do corpo dele nos empurrou vários metros, a armadura de Worgar tinha defendido ele de sérios danos, mas eu me machuquei todo, realmente, eu precisava de uma armadura.
Worgar se levantou e investiu contra a criatura, e eu, com mutias dificuldades, também. Mas ao chegar lá, eu ouvi um grunhido de dor, maior que o normal, e vi o corpo dele caindo. O caranguejo Daimyo Hermitaur estava morto, e eu estava exausto. Não me lembro de nada depois que desmaiei, não faço ideia de como vim parar em casa, mas Worgar me deixou alguns pedaços da carapaça dele e um belo chifre, que eu pendurei em cima da minha cama, na parede.
Só depois descobri que tinha dormido 3 dias, e a velhinha que eu ajudei da outra vez, com o mel, também era curandeira e cuidou dos meus machucados da melhor maneira, até ver que eu estava melhor.
Fiquei muito agradecido, e Mitya parecia irritada com o perigo que eu fui exposto, mas a satisfação dela em me ver bem era maior.
As coisas estavam ficando mais difíceis, eu precisava me preparar melhor, tinha um pressentimento de que só iria piorar.