O NÓ FRACO
Quando chegou em casa, após ser demitido pela multinacional Federal estresse (FedEs), Jack Holando foi surpreendido por homens que andavam pela sua casa carregando seus móveis.
-É uma festa surpresa?
-Não! Estamos desocupando o apartamento. Você atrasou cinco meses do aluguel e foi expulso!
Agora, sem casa ele não sabia para onde ir, pensou em morar pela praia.
O tempo foi passando e com isso, seus cabelos e barba foram crescendo, sua aparência envelhecendo e foi perdendo a boa forma e emagrecendo devido a falta do que comer.
Certo dia ele pensou em se matar e andou até para lá onde havia um pequeno rochedo e de lá de cima ele se jogaria. Mas, enquanto caminhava ele tropeçou em algo enterrado na areia, era um coco. Apanhando-o do chão viu aquele coco e imaginou que poderia ser seu melhor... lanche, claro! E morto de fome, ele tentou abrir um buraco no coco com uma lasca e acabou cortando a mão. Vendo o sangue escorrer pelo coco e desenhar uma carinha furiosa(porque com certeza ninguém fica feliz quando te tentam fazer um furo) Jack se apaixonou e fez daquele seu melhor amigo, o qual chamou de Juvenilton.
Eles caminhavam perdidos pela praia, sem ter para onde ir, durante a noite acendiam fogo e montavam uma barraca e juntos ali dormiam.Tudo que Jack planejava, aparentemente, Juvenilton não concordava. Eram inseparáveis! Uma vez, Jack acordou com uma terrível dor de dente, isso porque já fazia muito tempo que não os escovava. E segurando uma pedra na mão direita e um pedaço de madeira na mão esquerda ele tomou coragem e tacou a pedra na madeira e escupiu uma escova de dente!
Um dia, as ondas do mar se revoltaram e inundaram toda a ilha. Gritavam: é um dilúvio! Um dilúvio! Com a cidade toda destruída, para se salvarem, as pessoas atravessaram para o outro lado da praia onde era seguro. Mas Jack ainda estava ali, junto à Juvenilton, pois Jack sugeriu que atravessassem para o outro lado mas Juvenilton fez cara feia. Mesmo assim, Jack juntou algumas palhas e madeiras e amarrou com cipó, construiu um barquinho e colocou Juvenilton dentro à força, claro, pois ele via raiva em seu rosto. E tudo isso enquanto Helena Ruth, sua noiva, o esperava já do outro lado onde ela morava e até agora não tinha nenhuma notícia.
E assim eles foram contra as águas fortes do mar que os empurrava de volta à areia. Novamente Jack pós o barco na água e outra vez contra a vontade de Juvenilton, que ainda estava furioso! E lá vinha as ondas levarem-os à praia outra vez! Depois de muitas tentativas finalmente o mar se acalmou e eles foram seguindo no barco. Mas ainda estavam muito distante do outro lado e certamente o mar logo agitaria e seria viagem perdida. Mas, enquanto Jack cochilava em cima do barco, ele ouviu um barulho atravessar o mar e ao se virar ele viu um barco com um motor desgraçado que saía fumaça e então gritou por ajuda. Vendo-o ali no barco, o pescador estendeu uma corda para que subisse ao barco. Mas um nó frouxo desfez parte do barquinho onde estava Juvenilton e ele foi sendo levado pelo mar e Jack gritava:
-Juveniiiiiilton! Juveniiiiiiilton!
E o pescador dizia:
-Sobe! Sobe logo!
E jack ia subindo mas vendo o amigo se distanciar ele se desesperava e gritava:
-Juveniiiilton! Juveniiiiilton!
E o pescador resmungava:
-Vai subir ou não? Depressa! Depressa!
E Jack subiu e de cima do barco ele viu o amigo ser levado, até perdê-lo de vista e chorando lamentou:
-Juvenilton. Sei que não deveria ter o forçado a isto! Por quê? Por quê? Juveniiiiiilton!!!
E o pescador disse:
-Ei seu velho rabugento, cale a boca! Está espantando os peixes!
Ao chegarem em terra firme, Jack encontrou Helena e esta veio-lhe dizer:
-Jack? É... é você? Você não soube, mas me casei e já tenho um filho. Eu sei que... que tivemos uma linda relação há quatro anos atrás, mas, a verdade é que... me apaixonei por outra pessoa, eu não sei como pude mas, é que depois de ter demorado tanto após a enchente, eu perdi a esperança de que ainda estivesse vivo então... Jack? Está me ouvindo?
-Juveniiiilton!