Navegando
Olho para o horizonte e sinto um frio na barriga. Ainda é noite e não vejo bem aonde vamos aportar. Sinto minhas pernas fraquejarem, porém a vontade de descobrir o novo é maior, então continuo na proa do barco, cheio de expectativas e sonhos, almejando estar no caminho certo, na hora certa e do jeito certo. Porém sei que a única companheira que tenho é minha fé ao mesmo tempo em que reconheço a Sorte como minha infiel amiga, hora ajudando, hora atrapalhando.
Retiro a bússola que ainda guardo no meu bolso e o mapa que seguro firme entre minhas mãos, mas dentro de mim uma voz dizia que a razão não poderia me guiar nas terras desconhecidas. Deixo então o vento levá-lo, sobrando somente minha bússola, minha guia, minha intuição. Respiro fundo e o medo parece aumentar, mas não do que vou encontrar e sim como vou lidar com o novo. Fico olhando a seta da bússola girar enquanto dentro de mim o meu coração não para de palpitar...
Sugiro-me descansar, meu corpo, meus pensamentos e aproveitar a luz do luar, que é a única certeza que tenho por esta noite.