O fim de semana

- Alô? Oi? ”Tô” ouvindo. Sim, ”tô” saindo agora, em quarenta minutos chego ai. Ok, beijo, até.

O relógio mostrava três horas da tarde. Chovia um pouco, mas nada que impedisse uma curta viajem até a cidade vizinha de Santa Rosa. Ele desligou o telefone, jogou-o sobre a cama, rapidamente despiu-se e correu ao banho. Como de costume, primeiro molhou a ponta do pé direito, conferindo a frieza da água. Como chovia um pouco, certamente estaria fria.

- Bendito seja o homem que inventou o chuveiro quente!

O vapor d’água tomou conta do banheiro, o espelho ficou embaçado e era difícil respirar com tanta água no ar.

Ele fechou os olhos. [...]

Tudo o que ele sentia era o calor da água quando tocava sua pele e o barulho roco do chuveiro enquanto a eletricidade executava lindamente o seu trabalho.

Dez minutos mais tarde, Rodrigo já estava vestido, pronto para dar inicio à sua aventura. Ele vestia uma camiseta de tecido fino, bem fresca, com estampa na costa, fotografias de paisagens, de cor verde-escuro. Uma calça jeans lisa escura com detalhes de costura que desenhavam os bolsos da frente em uma linha diagonal até encontrar a costura lateral na altura do joelho. Calçava um tênis de cor preta da marca Olympikus, daqueles com solado suspenso que faz com que o pé pareça flutuar. Na mochila, colocou uma calça nova, uma camisa xadrez de botão, uma cueca vermelha, perfume, e outras coisas mais, necessárias à dois dias de viajem. Tudo pronto. Conferiu os documentos, as chaves, o celular, apagou as luzes, trancou as portas da casa e seguiu até a garagem. A chuvinha fina não dava trégua. Lá longe no horizonte era possível ver algum raio de sol, as nuvens assumiam uma coloração amarelo-florescente.

Trancou o portão com o cadeado, deu a partida e acelerou o motor da CB300 preta, novinha! Com três mil quilômetros rodados apenas. Engatou a primeira marcha e partiu.