Em um Beco Sem Saída (EC)
Brazuca moveu-se rapidamente entre as pedras e correu.
Correu mais e o mais depressa que conseguiu...
A certa altura, parou ofegante e pensou estar a salvo.
Entretanto logo ouviu a voz de seu perseguidor.
Brazuca já conhecia o ditado: ”Se correr o bicho pega, se parar o bicho come!”
Voltou a correr...
Pego, morto ou mutilado, não importava.
Não ficaria parado, esperando a morte chegar.
Movia-se quase sem raciocinar, pois adrenalina jorrava em seus poros.
E, de repente, algo inesperado aconteceu...
Surgiu a sua frente um enorme cão que babava de ânsia em devorar...
Brazuca estava num beco sem saída...
Entre duas tragédias iminentes!
Atrás o perseguidor implacável e à frente o cão...
Mas, o cajado de Moisés abriu o Mar Vermelho e Brazuca acreditava nisso!
O cão deu predileção às canelas do perseguidor.
Brazuca não acredita na justiça social, nem na justiça dos contos da Constituição, pois é um “gato escaldado”, mas foi salvo pela justiça divina.
Brazuca evadiu-se do local e acordou suado!
Saltou da cama, lavou-se rapidamente, pegou a marmita na geladeira e foi para o trabalho...
No caminho leu no jornal do passageiro ao lado, sobre a lei que dá aos pais de dependentes químicos algo em torno de R$ 1400,00.
Brazuca recostou-se no assento duro da composição e adormeceu...
Sonhou que ele era o cão!
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Em um Beco Sem Saída
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