Cowboys fora da lei
Esse é o início de um conto que comecei a escrever há vários anos e abandonei. Tem até publicado em uma outra conta minha que não tenho mais acesso. Aqui vai o prólogo, e logo o primeiro capítulo.
Cowboys Fora da Lei
PRÓLOGO - Uma carta a um velho amigo
Velho amigo
Sei que não nos vemos há muito tempo. Tempo demais. Cada um seguiu seu rumo depois do fim. Eu fui o único que fiquei aqui, não poderia ir embora e deixar tudo para trás. Mas aconteceram muitas coisas desde que vocês partiram. Ao invés da união necessária para reconstruir tudo depois da guerra, alguns com mais poder se uniram e passaram a oprimir tudo e todos. Começaram nos chantageando com combustível. Depois a água. Você sabe, é cada vez mais difícil encontrar água potável, está tudo contaminado. E a que ainda é utilizável está em poder deles, inclusive as máquinas de dessalinização. E tem as armas. Qualquer um que pense em ir contra o sistema morre de maneira horrível. São armas químicas. Não é muito bonito ver a pele de uma pessoa derreter, depois a carne e até os ossos. Ou sangrar por todo tipo de orifício até morrer. Mas você deve saber disso tudo.
Enfim, eles cobram caro pela água, pelo combustível, pela comida, por tudo. Meu dinheiro foi acabando, a Nina ficou doente e a situação ficou insuportável. Eu precisava de dinheiro. Então vendi a moto e entrei no jogo, era a única maneira. Eu não podia fugir com a Nina desse jeito. Mas depois que a gente começa a apostar, não pára mais. Eu fui muito fundo nessa lama toda. E no final eu saí devendo demais para pessoas muito perigosas. Não tinha como pagar. Ameaçaram-me de morte, me fariam sofrer até o último resquício de vida. Eu fugi. Me escondi por umas horas nos becos da cidade. Quando achei seguro voltar pra casa, ia dar um jeito de escapar desse inferno e levar a Nina comigo. Mas quando cheguei em casa, bom... ela estava morta. Não consigo descrever isso agora, é difícil demais.
Então eu fiquei uns dias me escondendo, até a poeira baixar. Resumindo, consegui escapar dentro de um caminhão pipa de combustível. Encontrei uma pequena vila onde pude me recuperar e escrever esta carta. Eles são em pouco mais de trinta aqui, vendem produtos sucateados e arrumam armas. Juntam tudo o que conseguem vender para comprar uns galões de água por mês. Descobri algumas informações com o pessoal sobre um químico que vive num laboratório a uma pequena distância daqui. Alto, forte, barba espessa, cabelos compridos e ri como um louco. Vem aqui às vezes comprar alguns materiais numa moto grande. Só pode ser você Brás. E eu preciso da sua ajuda para encontrar os outros. Por favor. Isso não pode ficar assim...
Alex