A chupação da meninada
Doces, os tempos infantis? Tinham suas agruras, mas que se temperavam com as doçuras, irriquietas criaturas.
Picolé, pirulito, chicletes, balas, caramelos,dosdilei, e mais já nem sei, quanta guloseima que, na meninice, eu não disse, a toa se queima, mesmo quando de vez em vez na volta teima?
E os pais costumavam a incentivar, ainda que indiretamente, aquela chupação quase impenitente. Dentro da igreja, da sala de aula, e de quanto outro ambiente não eram coibidas rigorosamente, pra na intimidade dos lares, nas portas dos bares, sob os mais livres ares, retomarem aquela energia que até dentes rangia?
E o pirigo, inimigo, aí moraria: quanto chupador contumaz, refratário à escovação, não viu cariar dentes de montão? Atrás crescia cada pilão e na frente, triste sequela, cair na banguela. E não havia perdão: só uma vez prospera, se regenera a dentição.
Porisso e por risos, enquanto tempo há, o mais acertado é deixar a doçura de lado. Mais doce, garanto, é o pecado.