AS PROVOCAÇÕES DE UMA NINFETA
Quando Baltasar, um exímio e obstando candidato ao sacerdócio, no auge dos seus 18 (dezoito) anos passava suas férias na sua pequena cidade natal, certa ocasião, se sentiu provocado por uma ninfeta de 15 anos, deixando-o numa situação constrangedora.
Talvez se ele não fosse um seminarista, é bem provável que tal fato não lhe acontecesse, pois pensando bem, naquela época havia outros jovens bem mais atraentes do que ele, quando as jovens e principalmente as adolescentes poderiam paquerar com mais êxito e retorno sentimental. Baltasar, além de franzino, nariz aquilino e sem nenhum outro atrativo físico não chamava a atenção de nenhuma garota, esta era a verdade. E tudo indica que ele não se sentia complexado, frustrado por isso. Ficava sempre na dele, estudando, ajudando ao vigário e só pensando no seu futuro que era ser um padre. Talvez por causa disto, esta ninfeta fazia de tudo para provocá-lo. Mas tudo indica que não queria nada com ele. E mesmo tendo optado pelo celibato, aquele jovem, como um ser normal, diante de tantas provocações, procurava sempre se sair destas situações ora numa boa, conversando com a tal garota, pedindo inclusive que ela parasse de o perturbar ora fugindo da mesma até de maneira sutil e sorrateira.
Sobre este fato, ele procurava sempre se desabafar com o seu vigário, o qual, por sua vez, orientava-o no sentido de encarar tudo de frente, sem se acovardar. Falando inclusive que isto era até bom para o amadurecimento do seu caráter e da sua personalidade. Alertando-o que não só os seminaristas passavam por isso, mas também até os padres, o que, neste casa, seria um fato mais delicado e mais sério. O vigário sempre terminava as suas orientações, citando um pensamento do escritor Machado de Assis, que assim escreveu: "Não é na terra que se fazem os marinheiros, porém no mar, encarando as tempestades!".
Antes um pouco do final das suas férias, ele passou por esta situação delicadíssima. Um professor do ginásio precisava urgente de terminar um trabalho, mas precisava que alguém o datilografasse. Pensou no seu vizinho Baltasar. Este prontamente se prontificou a ajudá-lo nesta tarefa. Só que não esperava é que, justamente a filha daquela professor, aquela que tanto o provocava quando o via passar na praça ou no salão paroquial, dentro da sua própria casa, com a presença do seu pai, fosse capaz de agir daquela mesma maneira. Ledo engano. A ninfeta, aproveitou que estava no seu lar e apareceu, propositadamente, com uma minissaia que, ao se sentar, permaneceu sem nenhum esforço de ocultar as suas partes íntimas. Apesar do seu pai repreendê-la, pedindo que voltasse ao seu quarto ou deixasse aquele recinto, ela ameaçou arrumar uma confusão e o professor pediu que o seminarista ali presente, desculpasse aquele gesto rebelde da sua filha e continuasse a datilografar o seu trabalho.
Sinceramente, com muita dificuldade, já transpirando de nervosismo, emoção, excitação e tudo o mais, Baltasar finalmente terminou aquela tarefa. Mas aquela imagem da garota quase nua naquele sofá demorou sair da sua mente. E, posteriormente, quando encontrou com aquela provocante e bonita ninfeta, ainda ouvir este disparate:
-E aí, padreco, o que você fez, quando saiu lá de casa. Foi direto pro banheiro ou foi rezar?
Esta indagação ficou sem resposta. E só mesmo Deus para saber como ele agiu quando saiu daquele sufoco. No mínimo o perdoou por algum pecado contra a castidade, se por ventura ele cometeu, mas tudo indica que lhe deu força para vencer estas vicissitudes do mundo. Afinal, ninguém está isento disso.
Joboscan