A espada de ouro
Não arranquei a minha espada da rocha como contam que o rei Arthur da Távola redonda fez, a minha desceu a mim, oriunda do céu e mãos invisíveis a me entregaram em silêncio e respeito. Nunca dei ordem alguma à espada que se mostrou ao longo do tempo ter vontade própria e que veio para “instruir” e não para ser empunhada, eu apenas a invocava e ela fazia o que julgava correto diante as situações que se apresentavam.
Com a espada aprendi que não se mata nada, tudo que a vida nos apresenta, por pior que possa parecer ser uma situação, temos condição de transformá-la, pois como diz o ditado popular, o frio vem conforme o cobertor. A espada de ouro do tipo romana tinha um modo singular de operar feria sempre diretamente o coração dos seres fossem humanos ou animais, mas não machucava, não impingia dor alguma, ela transformava o ser. Muito semelhante à lenda de São Jorge e o dragão que ao cravar-lhe a lança, não o mata, mas o transforma em um cordeiro.
A espada surgiu num momento em que o guerreiro enfrentava todo o tipo de legiões infernais sedentas e famintas do que as alimenta, nutre e fortalece “o medo”. Lição aprendida à mesma se retirou alhures, pois o guerreiro passou a contar com uma ferramenta muito mais potente o amor, aquele que esbofeteia sem dor, que rasga a carne sem a ferir, que transforma sem tocar.