Como Um Farol Na Noite
Em meio a tormenta em alto mar
O navegante desorientado, em aflição,
Viu seu barco a deriva, açoitado pelas ondas,
Ser sacudido com violência sem rumo.
E na escuridão da noite turbulenta
Se perderiam seus sonhos e projetos,
Não havia esperança de reencontrar
O curso que o levaria de volta ao porto,
Tudo acabaria naquela noite fria e cruel.
Quando cessaram os relâmpagos
Mesmo em meio a nuvens negras,
Visualizavam-se lampejos de uma luz
Pequenina e tênue bem ao longe,
Intrigado o navegante indagou-se,
Não poderia haver estrelas
Em meio a escuridão de densas nuvens.
Percebeu então, tratar-se de um farol,
Regozijando tomou a carta de navegação
E tendo identificado a localização do farol,
Com júbilo refez o traçado de sua viagem,
Tomando rumo certo a um porto seguro.
Sempre alegre relatava aos amigos
O significado do farol que o salvara,
Porém jamais voltou ao local do farol.
Principalmente por se tratar de área de risco,
Perigosíssima para os navegantes,
Sendo impossível sua visualização de dia,
Pois não haveria a possibilidade
De uma aproximação adequada para avistá-lo,
Uma vez que a luz do sol ofuscava-lhe o brilho.
Apenas a noite era possível ver o farol,
Mas jamais qualquer navegante retornaria
Ao local onde sobrevivera ao terror,
Apenas para rever o farol que o livrou
E sendo assim, o farol permanece
Solitário, como que vítima da ingratidão,
Emitindo lampejos constantes na noite,
Como num pestanejar angustiante,
Sempre pronto, a sinalizar o caminho
E a direção, para os que estão perdidos.
Mesmo que nunca receba dos mesmos
Nem sequer uma visita de agradecimento
Há quem se assemelhe a um farol
Cujo brilho só se nota em meio a noite
Tempestuosa, de angústia e pavor.
Da qual ninguém jamais quer se lembrar